São Paulo, quarta-feira, 15 de agosto de 2007

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Torcida se volta contra Carpegiani

Após treinador se negar a receber membros da Gaviões, organizada diz que só espera tropeço para cobrar a saída dele

Para técnico do Corinthians, que hoje pega o Botafogo, quem faz o torcedor é o time, que, se for bem, não deixará aparecer "sujeira na piscina"


EDUARDO ARRUDA
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

A principal torcida uniformizada do Corinthians declarou guerra a Paulo César Carpegiani. Se o técnico do Corinthians tropeçar nesta noite, às 20h30, diante do Botafogo, no Rio, os torcedores vão pedir a cabeça do treinador ao presidente em exercício Clodomil Orsi.
O estremecimento da relação atingiu seu pico no último sábado, após a Gaviões não conseguir encontro com o técnico, que se recusou a receber os torcedores. A decisão de Carpegiani irritou a cúpula da organizada, que agora afirma não querer mais se reunir com ele.
O treinador não explicou o motivo de não ter recebido a cúpula da Gaviões, mas ele ficara irritado com os torcedores por terem tornado pública a última reunião entre eles.
Ela ocorreu duas semanas atrás e teve também a participação do vice-presidente de futebol afastado, Rubens Gomes.
No encontro, a torcida cobrou do técnico explicação sobre as substituições feitas por ele e a escalação de alguns atletas que, para a Gaviões, não deveriam jogar pela equipe. Além disso, pediu posicionamento do técnico sobre o fato de o time não atuar no Pacaembu.
"Gostaria de jogar aqui no Parque São Jorge, onde treino. Haveria pressão. A favor ou contra, não importa. Quem manda nisso é o time", disse o comandante corintiano.
Essa foi a terceira conversa da torcida com o treinador. A primeira ocorreu na véspera da estréia do time no Brasileiro, contra o Juventude. Na ocasião, a torcida informara que estava fundando o movimento "Fora Dualib" e que protestaria nos jogos, mas pouparia a comissão técnica e os atletas. O segundo encontro, um mês atrás, teve cobrança mais direcionada aos jogadores.
O novo obstáculo para o treinador vem logo após a diretoria anunciar apoio a ele. A postura da Gaviões, porém, pode fazer com que Orsi mude de idéia sobre a permanência de Carpegiani. No sábado, conselheiros do clube afirmaram que o presidente declarou a Rubão que não suportaria a pressão da torcida e demitiria o técnico.
Ao saber do movimento, Carpegiani admitia a possibilidade de sair após o jogo contra o Grêmio. Durante a partida, vencida de virada (2 a 1) pelo Corinthians, a Gaviões pediu a demissão do treinador enquanto o time estava perdendo.
Com a vitória, considerada "histórica" pelo técnico, a entrega do cargo foi adiada. "Para mim, uma coisa é muito clara. Quem faz a torcida é o time. Se estivermos bem, não vão descobrir a sujeirinha na piscina", disse Carpegiani, sobre o time, 15ª colocado, com 23 pontos.


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