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Torcida se volta contra Carpegiani
Após treinador se negar a receber membros da Gaviões, organizada diz que só espera tropeço para cobrar a saída dele
Para técnico do Corinthians,
que hoje pega o Botafogo,
quem faz o torcedor é o time,
que, se for bem, não deixará aparecer "sujeira na piscina"
EDUARDO ARRUDA
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
A principal torcida uniformizada do Corinthians declarou
guerra a Paulo César Carpegiani. Se o técnico do Corinthians
tropeçar nesta noite, às 20h30,
diante do Botafogo, no Rio, os
torcedores vão pedir a cabeça
do treinador ao presidente em
exercício Clodomil Orsi.
O estremecimento da relação
atingiu seu pico no último sábado, após a Gaviões não conseguir encontro com o técnico,
que se recusou a receber os torcedores. A decisão de Carpegiani irritou a cúpula da organizada, que agora afirma não querer
mais se reunir com ele.
O treinador não explicou o
motivo de não ter recebido a
cúpula da Gaviões, mas ele ficara irritado com os torcedores
por terem tornado pública a última reunião entre eles.
Ela ocorreu duas semanas
atrás e teve também a participação do vice-presidente de futebol afastado, Rubens Gomes.
No encontro, a torcida cobrou do técnico explicação sobre as substituições feitas por
ele e a escalação de alguns atletas que, para a Gaviões, não deveriam jogar pela equipe. Além
disso, pediu posicionamento
do técnico sobre o fato de o time não atuar no Pacaembu.
"Gostaria de jogar aqui no
Parque São Jorge, onde treino.
Haveria pressão. A favor ou
contra, não importa. Quem
manda nisso é o time", disse o
comandante corintiano.
Essa foi a terceira conversa
da torcida com o treinador. A
primeira ocorreu na véspera da
estréia do time no Brasileiro,
contra o Juventude. Na ocasião, a torcida informara que
estava fundando o movimento
"Fora Dualib" e que protestaria
nos jogos, mas pouparia a comissão técnica e os atletas. O
segundo encontro, um mês
atrás, teve cobrança mais direcionada aos jogadores.
O novo obstáculo para o treinador vem logo após a diretoria
anunciar apoio a ele. A postura
da Gaviões, porém, pode fazer
com que Orsi mude de idéia sobre a permanência de Carpegiani. No sábado, conselheiros
do clube afirmaram que o presidente declarou a Rubão que
não suportaria a pressão da torcida e demitiria o técnico.
Ao saber do movimento, Carpegiani admitia a possibilidade
de sair após o jogo contra o Grêmio. Durante a partida, vencida
de virada (2 a 1) pelo Corinthians, a Gaviões pediu a demissão do treinador enquanto
o time estava perdendo.
Com a vitória, considerada
"histórica" pelo técnico, a entrega do cargo foi adiada. "Para
mim, uma coisa é muito clara.
Quem faz a torcida é o time. Se
estivermos bem, não vão descobrir a sujeirinha na piscina",
disse Carpegiani, sobre o time,
15ª colocado, com 23 pontos.
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