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Agência mundial pode pedir punição a Dodô
Entidade antidoping solicita à Fifa relatório sobre o julgamento de atacante e fala em apelar à corte internacional por suspensão
ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL
A Wada (Agência Mundial
Antidoping) estuda recorrer
aos tribunais internacionais
pedindo suspensão ao atacante
Dodô, do Botafogo, flagrado no
antidoping no jogo com o Vasco, pelo Brasileiro, em junho.
"A Wada está acompanhando atentamente a situação do
jogador e pediu que a Fifa cuidasse disso", afirmou à Folha
Elizabeth Hunter, diretora de
comunicações da Wada.
Segundo Hunter, a federação
de futebol irá elaborar um relatório e, a partir daí, a agência
estudará que posição adotar.
"A Wada decidirá o que será
mais apropriado ao caso, que
pode incluir apelação à Corte
de Arbitragem do Esporte."
A CAS, tribunal de Lausanne
(SUI), é a última instância para
julgamento de casos de doping.
Dodô, que teve teste positivo
para o estimulante femproporex, recebeu punição inicial de
120 dias. No início do mês, entretanto, o STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva)
absolveu o atleta.
A Fifa já requereu à CBF informações sobre o julgamento.
Ciente disso, Carlos Portinho,
advogado de Dodô, pediu à
confederação que complementasse a documentação.
"Pedi que anexassem cópia
do meu recurso e do voto do
[auditor Francisco] Mussnich,
que foi o mais completo."
Portinho diz que a absolvição
ocorreu porque provou que
Dodô não foi culpado nem negligente no caso. E que o atacante só teria benefícios com o
uso prolongado da substância.
"Mas, no jogo com o Fluminense, o Dodô também fez exame, e o resultado foi negativo."
Portinho argumenta que o
femproporex apareceu pela
contaminação de suplemento
de cafeína que Dodô tomava
antes dos jogos. "Temos laudo
da USP que comprova isso. Até
em potes lacrados, que seriam
usados pelo jogador." O relatório da CBF deve ser enviado à
Fifa na próxima semana.
Independentemente da instância esportiva, Portinho afirma que Dodô irá à Justiça contra a farmácia de manipulação
que forneceu o suplemento.
"Devemos entrar nesta semana
com ação por dano moral, material e por lucro cessante."
Segundo especialistas em antidoping ouvidos pela Folha,
Dodô ainda pode ser suspenso
na esfera internacional.
"A punição para esses casos é
de dois anos. O que pode haver
é o atleta receber atenuantes e
até zerar a pena. Mas jamais ser
absolvido", defende Thomaz
Mattos de Paiva, presidente da
Agência Nacional Antidoping.
Luciano Hostins, que atuou
nos casos de Maurren Maggi e
João Derly, entre outros, lembra que o Código Disciplinar da
Fifa, que entrou em vigor neste
ano, obriga as federações filiadas a seguirem suas regras.
"E os artigos 63 a 70 falam de
doping, prevendo punições de
acordo com o Código Mundial
da Wada", conta Hostins. Ele
também diz que Dodô está sujeito a uma pena de dois anos.
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