São Paulo, quarta-feira, 15 de agosto de 2007

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Agência mundial pode pedir punição a Dodô

Entidade antidoping solicita à Fifa relatório sobre o julgamento de atacante e fala em apelar à corte internacional por suspensão

ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

A Wada (Agência Mundial Antidoping) estuda recorrer aos tribunais internacionais pedindo suspensão ao atacante Dodô, do Botafogo, flagrado no antidoping no jogo com o Vasco, pelo Brasileiro, em junho.
"A Wada está acompanhando atentamente a situação do jogador e pediu que a Fifa cuidasse disso", afirmou à Folha Elizabeth Hunter, diretora de comunicações da Wada.
Segundo Hunter, a federação de futebol irá elaborar um relatório e, a partir daí, a agência estudará que posição adotar.
"A Wada decidirá o que será mais apropriado ao caso, que pode incluir apelação à Corte de Arbitragem do Esporte."
A CAS, tribunal de Lausanne (SUI), é a última instância para julgamento de casos de doping.
Dodô, que teve teste positivo para o estimulante femproporex, recebeu punição inicial de 120 dias. No início do mês, entretanto, o STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) absolveu o atleta.
A Fifa já requereu à CBF informações sobre o julgamento. Ciente disso, Carlos Portinho, advogado de Dodô, pediu à confederação que complementasse a documentação.
"Pedi que anexassem cópia do meu recurso e do voto do [auditor Francisco] Mussnich, que foi o mais completo."
Portinho diz que a absolvição ocorreu porque provou que Dodô não foi culpado nem negligente no caso. E que o atacante só teria benefícios com o uso prolongado da substância.
"Mas, no jogo com o Fluminense, o Dodô também fez exame, e o resultado foi negativo."
Portinho argumenta que o femproporex apareceu pela contaminação de suplemento de cafeína que Dodô tomava antes dos jogos. "Temos laudo da USP que comprova isso. Até em potes lacrados, que seriam usados pelo jogador." O relatório da CBF deve ser enviado à Fifa na próxima semana.
Independentemente da instância esportiva, Portinho afirma que Dodô irá à Justiça contra a farmácia de manipulação que forneceu o suplemento. "Devemos entrar nesta semana com ação por dano moral, material e por lucro cessante."
Segundo especialistas em antidoping ouvidos pela Folha, Dodô ainda pode ser suspenso na esfera internacional.
"A punição para esses casos é de dois anos. O que pode haver é o atleta receber atenuantes e até zerar a pena. Mas jamais ser absolvido", defende Thomaz Mattos de Paiva, presidente da Agência Nacional Antidoping.
Luciano Hostins, que atuou nos casos de Maurren Maggi e João Derly, entre outros, lembra que o Código Disciplinar da Fifa, que entrou em vigor neste ano, obriga as federações filiadas a seguirem suas regras.
"E os artigos 63 a 70 falam de doping, prevendo punições de acordo com o Código Mundial da Wada", conta Hostins. Ele também diz que Dodô está sujeito a uma pena de dois anos.


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