Palmeiras festeja volta do lateral-esquerdo, mas já lamenta futuras ausências por convocações para as eliminatórias

Sem contar com o titular da posição nos dois últimos duelos do Brasileiro, time alviverde viu Wendel ser sobrecarregado na direita

RENAN CACIOLI
DA REPORTAGEM LOCAL

O Palmeiras fecha sua participação no primeiro turno do Brasileiro hoje, às 18h30, contra o Botafogo, fortalecido pelo retorno do lateral Armero.
Nos dois últimos jogos do clube (Grêmio e Atlético-MG), o colombiano não jogou. Contra os gaúchos, estava suspenso. Diante dos mineiros, defendia a seleção de seu país.
Se a volta do lateral-esquerdo é sinônimo de alívio para Muricy Ramalho, a ausência dele expõe um dos principais problemas do Palmeiras para a segunda metade do Nacional.
Não há no clube jogador capaz de suprir a falta que Armero faz ao esquema da equipe.
O reserva imediato da posição, Jefferson, não é o lateral dos sonhos do clube alviverde.
Apesar de ser, segundo a comissão técnica, um dos mais velozes e bem preparados fisicamente do grupo, ele é mais lembrado por suas deficiências.
Na avaliação de alguns cartolas, Jefferson ataca razoavelmente bem, mas é fraco na marcação. Segundo um dirigente ligado ao futebol, o atleta "não tem consciência tática".
Consciência tática significa ter noção de espaço, de posicionamento defensivo e de antecipação às jogadas do time rival.
A prova disso é que, desde os tempos de Vanderlei Luxemburgo, Jefferson é preterido por um zagueiro, Marcão, que atua improvisado na lateral.
Com Muricy, o beque também foi o preferido para substituir Armero nos últimos jogos. Não que o defensor seja a solução definitiva para o setor.
O problema de Marcão é justamente o inverso. Ou seja, ele marca muito melhor do que Jefferson, mas não tem potência na hora de atacar.
Sem Armero, o Palmeiras fica "penso" para o lado direito, sobrecarregando Wendel.
Contra o Atlético-MG, o lateral não suportou os 90 minutos de correria do rival, apesar de seu excelente preparo físico. Na etapa final, cometeu pênalti bobo quando voltava do ataque. O gol só não saiu porque Marcos defendeu a cobrança.
O que já preocupa Muricy é que a ausência de Armero vai se repetir no dia 5 de setembro. Enquanto o clube enfrentará o Barueri pelo Brasileiro, o jogador defenderá a Colômbia.
"O que facilita a vida dos laterais que vêm de fora é que eles são laterais mesmo. No Brasil, há um monte de alas", declarou o treinador do clube alviverde.
Para Muricy, os times brasileiros estão voltando a usar o esquema 4-4-2, o que reforça a opção pelos laterais clássicos.
"Se você tem um lateral como o Armero, que primeiro marca e depois sai em velocidade, é claro que você tem de aproveitar ao máximo", disse.