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Ganso à mineira
Calmo, solícito e confiante, meia se firma como alicerce do time do Santos e espera exercer mesmo papel
na seleção
LUCAS REIS
ENVIADO ESPECIAL A SANTOS
Enquanto as luzes, as polêmicas e as negociações estão voltadas para Neymar,
Wesley e companhia, Paulo
Henrique Ganso está na dele.
A partida de hoje, contra o
Vitória, pelo Campeonato
Brasileiro, é um bom exemplo do papel do camisa 10 na
atual realidade do Santos.
Do conjunto ofensivo dos
meninos da Vila, apenas
Ganso, 20, estará em campo.
Além de André e Robinho,
que já se foram, Neymar,
com uma lesão na coxa direita, e Wesley, liberado pelo
clube para negociar com o
Werder Bremen, da Alemanha, também estão fora.
À sua maneira, quieto,
Ganso consolida seu espaço
na equipe e mira a mesma
condição para a seleção.
E bate no peito: "Se sobrar
no meu colo, vou ter que assumir a responsabilidade".
Neymar está bombando
na mídia, mas a verdadeira
joia santista hoje é Ganso.
É mais maduro, regular,
técnico e importante para o
time da Vila. E a diretoria do
Santos, é claro, sabe disso.
Tanto é que, por Neymar, é
preciso pagar € 35 milhões
(R$ 79,1 milhões). No caso de
Ganso, a multa é de € 50 milhões (R$ 113 milhões).
Ele chegou a receber uma
proposta de € 20 milhões do
Lyon, da França. O Santos logo a recusou. A julgar pela
atitude adotada no caso Neymar-Chelsea, é provável que
Ganso permaneça por muito
tempo no time alvinegro.
O presidente do clube,
Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro, deixou claro que não libera jogadores por menos da
multa contratual. Difícil imaginar que um clube possa desembolsar 50 milhões para
contratar um brasileiro.
Ganso, claro, sabe disso.
"O valor da multa? Não me
assusta. Será que esse é o valor certo a se pagar pelo Ganso? Não sei, poderia ser
maior, ou menor. Tenho um
contrato com o Santos e quero ganhar muitos títulos."
Declarações assim, recheadas de personalidade,
não faltam ao jogador.
Na primeira vez que disse,
em entrevista coletiva, que
daria à seleção brasileira
"um toque de classe com
passes precisos", os jornalistas se entreolharam.
"Minha motivação vem do
fato de poder jogar por um
grande clube, que é o Santos.
E também de atuar pela seleção. Se eu for bem no Santos,
a seleção também virá."
Sempre que jogou pressionado (como hoje, quando estará "sozinho"), Ganso conseguiu corresponder à altura.
Por exemplo, comandou o time na decisão do Paulista e
foi fundamental na classificação para a final da Copa do
Brasil.
Mas, por fim, a conclusão
a que se chega é a de que
Ganso realmente não é diferente apenas pelo seu jogo.
O paraense é sempre calmo, sereno e educado. É comum vê-lo driblar os seguranças do Santos para poder
dar autógrafos, tirar fotos
com fãs e falar com a imprensa. Neymar, por exemplo,
costuma evitar tudo isso.
VITÓRIA
Lee; Eduardo, Wallace, Anderson Martins
e Egidio; Vanderson, Ricardo Conceição,
Renato e Ramon; Schwenck e Elkeson
T.: Toninho Cecílio
SANTOS
Felipe; Pará, Edu Dracena, Durval e Léo;
Arouca, Rodriguinho, Marquinhos e Paulo Henrique Ganso; Zé Love e Marcel
T.: Dorival Jr.
Estádio: Barradão
Horário: 18h30
Juiz: Sandro Meira Ricci (DF)
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