São Paulo, domingo, 15 de agosto de 2010

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Ganso à mineira

Calmo, solícito e confiante, meia se firma como alicerce do time do Santos e espera exercer mesmo papel na seleção

LUCAS REIS
ENVIADO ESPECIAL A SANTOS

Enquanto as luzes, as polêmicas e as negociações estão voltadas para Neymar, Wesley e companhia, Paulo Henrique Ganso está na dele.
A partida de hoje, contra o Vitória, pelo Campeonato Brasileiro, é um bom exemplo do papel do camisa 10 na atual realidade do Santos.
Do conjunto ofensivo dos meninos da Vila, apenas Ganso, 20, estará em campo.
Além de André e Robinho, que já se foram, Neymar, com uma lesão na coxa direita, e Wesley, liberado pelo clube para negociar com o Werder Bremen, da Alemanha, também estão fora.
À sua maneira, quieto, Ganso consolida seu espaço na equipe e mira a mesma condição para a seleção.
E bate no peito: "Se sobrar no meu colo, vou ter que assumir a responsabilidade".
Neymar está bombando na mídia, mas a verdadeira joia santista hoje é Ganso.
É mais maduro, regular, técnico e importante para o time da Vila. E a diretoria do Santos, é claro, sabe disso.
Tanto é que, por Neymar, é preciso pagar € 35 milhões (R$ 79,1 milhões). No caso de Ganso, a multa é de € 50 milhões (R$ 113 milhões).
Ele chegou a receber uma proposta de € 20 milhões do Lyon, da França. O Santos logo a recusou. A julgar pela atitude adotada no caso Neymar-Chelsea, é provável que Ganso permaneça por muito tempo no time alvinegro.
O presidente do clube, Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro, deixou claro que não libera jogadores por menos da multa contratual. Difícil imaginar que um clube possa desembolsar 50 milhões para contratar um brasileiro.
Ganso, claro, sabe disso.
"O valor da multa? Não me assusta. Será que esse é o valor certo a se pagar pelo Ganso? Não sei, poderia ser maior, ou menor. Tenho um contrato com o Santos e quero ganhar muitos títulos."
Declarações assim, recheadas de personalidade, não faltam ao jogador.
Na primeira vez que disse, em entrevista coletiva, que daria à seleção brasileira "um toque de classe com passes precisos", os jornalistas se entreolharam.
"Minha motivação vem do fato de poder jogar por um grande clube, que é o Santos. E também de atuar pela seleção. Se eu for bem no Santos, a seleção também virá."
Sempre que jogou pressionado (como hoje, quando estará "sozinho"), Ganso conseguiu corresponder à altura. Por exemplo, comandou o time na decisão do Paulista e foi fundamental na classificação para a final da Copa do Brasil.
Mas, por fim, a conclusão a que se chega é a de que Ganso realmente não é diferente apenas pelo seu jogo.
O paraense é sempre calmo, sereno e educado. É comum vê-lo driblar os seguranças do Santos para poder dar autógrafos, tirar fotos com fãs e falar com a imprensa. Neymar, por exemplo, costuma evitar tudo isso.



VITÓRIA
Lee; Eduardo, Wallace, Anderson Martins e Egidio; Vanderson, Ricardo Conceição, Renato e Ramon; Schwenck e Elkeson T.: Toninho Cecílio

SANTOS
Felipe; Pará, Edu Dracena, Durval e Léo; Arouca, Rodriguinho, Marquinhos e Paulo Henrique Ganso; Zé Love e Marcel T.: Dorival Jr.

Estádio: Barradão
Horário: 18h30
Juiz: Sandro Meira Ricci (DF)



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