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Dor no púbis
Moléstia de Kaká e Ronaldo é cada vez mais comum entre profissionais e amadores
DE SÃO PAULO
Kaká, Ronaldo, Juninho
Pernambucano, Gustavo
Kuerten. A lista é grande.
Estes e vários outros atletas, sejam profissionais ou de
fim de semana, sofreram ou
sofrem de pubalgia.
As lesões no púbis se tornaram mais comuns nos últimos anos. E, segundo especialistas ouvidos pela reportagem, elas demoram para
ser curadas porque atletas
dificilmente aceitam realizar
o tratamento mais recomendado: repouso absoluto.
"Se houver repouso, cessam a inflamação e a dor",
diz o fisiologista Turíbio Leite
de Barros, professor da Unifesp. "Hoje os atletas fazem
fisioterapia, tomam anti-inflamatório, até operam, e voltam a jogar logo. Mas é preciso atacar as causas."
A pubalgia é resultado de
desequilíbrio entre músculos
do abdome e do quadril, ou
entre músculos dos dois lados do corpo, já que no local
há uma concentração de
grande número de músculos.
Os problemas no púbis são
apontados por médicos e fisioterapeutas como o terceiro grupo de moléstias que
mais incomodam corredores,
atrás de lesões musculares
em geral e nos joelhos.
"O futebol é um prato
cheio para esse tipo de lesão,
porque os jogadores usam
muito mais apenas um lado
do corpo, e ainda há as mudanças de direção", explica o
fisioterapeuta David Homsi.
O outro motivo pelo qual
as lesões no púbis agora
aparecem com mais frequência é o avanço nas tecnologias de diagnóstico.
"Até o início dos anos 80
não havia ressonância, tomografia, esse monte de exames. Era só raio-X", diz Joaquim Grava, que escreveu tese de mestrado sobre tratamento cirúrgico da pubalgia.
"Até por isso, muitos casos
de pubalgia eram diagnosticados como hérnia inguinal,
infecção urinária e até prostatite", completa o médico.
O tratamento para a pubalgia raramente termina em cirurgia. "Somente em casos
em que repouso, fisioterapia
e remédios não resolvem."
Mesmo assim, há quem
não escape. Joaquim Grava
garante ser o recordista mundial em cirurgias desse tipo.
"Operei 109 jogadores. O
primeiro foi o Ângelo, atacante do Corinthians, em
1989. Só em 2009, operei o
Alex, do Chelsea, o Tinga e o
Kleber, que estão no Palmeiras. Todos voltaram sem dor,
em poucas semanas", diz.
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