São Paulo, domingo, 15 de setembro de 2002

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F-1

Colombiano da Williams derruba recorde do finlandês Keke Rosberg obtido em 1985 e consegue a pole para o GP da Itália

Montoya faz volta histórica em Monza

FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A MONZA

A pole position na casa do adversário ficou parecendo um detalhe. Juan Pablo Montoya, afinal, fez história ontem na F-1: cravou a volta mais veloz dos 52 anos de história da categoria.
Aconteceu às 13h51 da Itália, 8h51 no horário de Brasília. Ao volante do Williams FW24, equipado com um motor BMW V10 com cerca de 905 cavalos, ele percorreu os 5,793 km do traçado de Monza em 1min20s264. Velocidade média de 259,827 km/h.
Superou, assim, uma marca mítica: os 259,005 km/h estabelecidos por Keke Rosberg nos treinos para o GP da Inglaterra de 1985. Um recorde que havia sido obtido pela mesma Williams, naquele ano com o modelo FW10, em plena era dos Honda turbo.
"Na quinta-feira, caminhando pela pista com meus engenheiros, falamos sobre isso. Sabíamos que alguém poderia bater o recorde. Fico feliz que tenha sido eu. Mas sei que a marca não deve durar tanto tempo", disse Montoya.
Talvez não dure mesmo. Mas a superação do feito de Rosberg embute muito significado. Foi recebida como triunfo por todos os engenheiros e projetistas da F-1.
De meados dos anos 80 para cá, em nome da segurança, a FIA (Federação Internacional de Automobilismo) fez de tudo para deixar os carros mais lentos. Eliminou os motores turbo, os pneus slick, o efeito solo, a suspensão ativa. Reduziu as cilindradas de 3.500 para 3.000. Os circuitos ganharam chicanes -Monza é um exemplo-, e as vistorias nos carros ficaram mais rigorosas.
Ontem, Montoya e o FW24 tornaram inócuas essas medidas. Com a segurança do século 21, a categoria voltou para o ponto em que estava nos velozes anos 80.
E, hoje, a expectativa é que o GP da Itália se torne a corrida mais rápida da história, quebrando uma marca que dura 31 anos.
Em 1971, no mesmo circuito -sem as tais chicanes-, o inglês Peter Gethin, com um BRM, completou a prova em 242,62 km/h. Em 2001, Montoya chegou perto: venceu à média de 239,103 km/h.
A prova, 15ª etapa do Mundial, será hoje, às 9h (de Brasília). Em segundo lugar, contrariado por não ter somado esse recorde à sua coleção, sai Michael Schumacher.
Ralf Schumacher, da Williams, é o terceiro no grid de largada, seguido por Rubens Barrichello.
Qualquer que seja o resultado, porém, Montoya deixará Monza como o grande nome da prova.
Um alento para um campeonato marcado pela monotonia, com títulos antecipados, "marmeladas" ferraristas e pouca disputa.

NA TV - GP da Itália, Globo, ao vivo, às 9h

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