DA REPORTAGEM LOCAL

"Acho que ninguém percebeu como ele jogou bem em 2004."
A frase de um atordoado Lleyton Hewitt deu a dica. Após tombar por 3 a 0 a decisão do Aberto dos EUA, o australiano curvou-se ao adversário. Ontem, a ATP (Associação dos Tenistas Profissionais) deu ao mundo a dimensão da façanha de Roger Federer.
A entidade confirmou que o suíço de 23 anos não pode mais ser alcançado como líder da Corrida dos Campeões, na mais arrasadora campanha da era profissional do tênis. Nunca obteve isso tão cedo -faltam mais de dois meses para o final da temporada.
O feito já é espantoso, mas, além de chegar precocemente ao topo, Federer traçou um caminho de recordes neste ano e tem nos próximos dois meses o desafio de alcançar novas marcas inéditas.
O triunfo sobre Hewitt, em que aplicou um duplo 6/0, fez o suíço chegar a 64 vitórias em 70 jogos -91,4% de aproveitamento. Caso siga assim, será o primeiro atleta desde 1990 a encerrar o ano com percentual superior a 90%. Até hoje, quem chegou mais perto foi o norte-americano Andre Agassi, com 89% em 1995.
Outro desafio é manter o retrospecto contra os melhores do mundo. Se ele mantiver a toada nos confrontos com jogadores top ten, será o primeiro a terminar uma temporada invicto nos duelos de ponta. Já acumula 12 jogos sem derrotas.
Sua performance arrasadora pode fazer história também nos Masters Series, a segunda série mais importante do tênis. Ele já acumula os troféus de Indian Wells, Hamburgo e Toronto. Se vencer mais um (joga ainda em Madri e Paris), será o primeiro tenista a conquistar quatro dos nove torneios da série num ano.
Nos Grand Slams, a nata do circuito, ele já garantiu lugar na história. Tornou-se o primeiro tenista da era profissional a vencer as quatro primeiras finais que disputa nesses torneios: Wimbledon-2003, Aberto da Austrália, Wimbledon e EUA, neste ano.
Na conta bancária, Federer soma US$ 11.491.230, segundo a ATP (Associação dos Tenistas Profissionais).
"Quem não o considerava um atleta único mudou de opinião. Estamos empolgados com sua performance", afirmou Mark Miles, diretor-executivo da entidade.
Após o título de domingo, Federer foi "apresentado" aos EUA: fez um tour pela mídia em Nova York desde as 7h de segunda.


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