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FUTEBOL
"Onde estão os velhinhos?!"
MARCO BIANCHI
ESPECIAL PARA A FOLHA
Falemos desta desagradável entidade chamada International Board. O que explicaria
a falta de neurônios dos membros
deste órgão que, entre outras coisas, há décadas mantêm uma regra chamada impedimento que
às vezes nem o tira-teima é capaz
de marcar com precisão?!
O que impediria esses microcéfalos anônimos (até hoje, não conheço ninguém que conheça alguém que, de alguma forma, seja
ligado a qualquer um que tenha
tido, um dia sequer, qualquer tipo
de contato com um integrante ou
parente de integrante da International Board) de notar que o antijogo põe em risco as maiores riquezas do futebol mundial, que
são os craques e o espetáculo?!
O que justificaria a não-adoção
de uma solução primária, como a
do spray para posicionar a barreira, em todo o mundo?! Por que esse medo de mudar as regras?! Por
que ser bundão?! Por que censurar a tecnologia da TV para esclarecer lances duvidosos nas partidas?! (Uns dizem que tiraria a
magia do jogo, outros que o esporte é mundial e países como
Zâmbia não teriam como adotar
os recursos tecnológicos escolhidos; a verdade é que querem que
as decisões do jogo sejam subjetivas a ponto de permitir que tudo
se defina no tapetão e nos gabinetes de cartolas.) E, por último, até
quando a International continuará sendo uma caixa-preta-forte imune à participação de
quem a sustenta, ou seja, do torcedor?! Com todo respeito, que p...
de relacionamento é esse, em que
um só manda e o outro só obedece?! O fato é que o torcedor precisa
parar de ser corno manso!
Corno manso que lê o noticiário
esportivo nos jornais, acompanha
pela TV, compra camisa, faixa,
boné e paga ingresso caro para
presenciar um evento muito mal
organizado! Porque precisa ter
muita vontade de ir ao campo para pegar três horas de trânsito em
um ônibus lotado ou ser assaltado por um desses guardadores de
carro que exigem dinheiro para
não guardar os bens alheios! Mas
o corno resiste, reza para não encontrar nenhum torcedor rival
assassino no caminho e finalmente senta o traseiro em um cimentão duro e áspero, pouco recomendável para quem tem hemorróidas. Não sem antes passar pelo
banheiro e desistir de usá-lo após
ver que o nojento local foi transformado numa lagoa amarela. E
ainda assim o corno segue manso... O jeito é pensar em coisa boa,
no belo futebol que seu time vai
jogar... A não ser que você torça
para Paraná, Grêmio, Guarani...
Enfim, o buraco é mais embaixo, mais em cima e mais dos lados... Mas o negócio é ser otimista.
Afinal, fora a International
Board, a Fifa, a CBD*, os dirigentes brasileiros, os clubes e os estádios, a coisa vai bem. Além disso,
a temporada de hóquei sobre o
gelo já está chegando na área e logo logo tem também mais um empolgante torneio com a participação do Guga. Ou não.
* Não foi um erro de digitação, a sigla antiga é um protesto
para mostrar que o tempo não passa no futebol brasileiro
Ruivinho Branquelo
Pobre Ruivinho. Nunca ninguém pagou um preço tão caro
por não ser o melhor do mundo
em uma modalidade esportiva.
E, além de Ruivinho, é Branquelo o coitado!
Pelada
A diferença entre o nosso calendário e o de uma borracharia é que, no calendário de borracharia, a pelada é melhor! Pudera, montar um calendário é
tão difícil quanto encaixar
triângulos, círculos e quadradinhos naqueles brinquedos para
bebês de 0 a 6 meses.
O bonde andando
Além das transferências de atletas no meio do torneio, é preciso limitar as compras atrasadas. Senão é trocar o pneu com
o carro em movimento.
E-mail
marcobianchi@uol.com.br
Marco Bianchi, 32, é apresentador do
"Rockgol de Domingo", na MTV, e criador do programa "Filhos do Egídio", na
89 FM, de São Paulo
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