|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
tudo a seu tempo
San-São mede urgência e paciência
São Paulo concentra 63,2% dos gols no 2º tempo, enquanto Santos é segundo time que mais marcou na etapa inicial
Sem vencer clássicos neste Brasileiro, jogadores do time do litoral se amparam na chance matemática de título para encarar melhor defesa
Fotos Ricardo Nogueira/Folha Imagem
|
|
O goleiro Rogério, capitão do São Paulo, que tentará no clássico desta noite completar dez partidas sem sofrer gol no Brasileiro, liderado por seu clube, treina cobrança de falta no CT da Barra Funda
MÁRVIO DOS ANJOS
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
O líder São Paulo e o terceiro
colocado Santos se enfrentam
às 18h10, no Morumbi, com
ataques parecidos no poderio,
mas com urgências diferentes.
São 38 gols são-paulinos neste
Brasileiro, contra 39 dos santistas. Mas a experiência deste
torneio mostra que a chance de
ser um clássico com um tempo
para cada lado é grande.
O time de Vanderlei Luxemburgo terá que ter cuidado redobrado no segundo tempo,
pois foi na etapa complementar
que o São Paulo concentrou
63,2% dos seus 38 gols, ou 24
em números absolutos.
Uma das principais características do São Paulo neste Brasileiro é a paciência (ou a demora, dependendo da irritação da
torcida) para fazer seus gols, já
que 17 dos 38 foram marcados
após os 15min da etapa final.
"Temos um time muito experiente, então o pessoal não se
desespera", afirma o técnico
Muricy Ramalho, que, na vitória sobre o Vasco (gols de Dagoberto e Hernanes, no segundo
tempo), teve que recorrer a
uma bronca para fazer a equipe
jogar melhor. "Não tem nada a
ver com o primeiro tempo horroroso que fizemos em São Januário", afirma o treinador.
O volante Hernanes tem outra explicação para o fato, baseado nos jogos em casa. "No
Morumbi, os times que chegam
se defendem muito, então a
gente acaba levando um tempo
para assimilar o jogo do rival."
Mais equilibrado, o time santista tem ligeira preferência pelo primeiro tempo. Na etapa
inicial, o time de Vanderlei Luxemburgo marcou 56,4% dos
seus tentos -22 gols. No primeiro tempo, só o vice-líder
Cruzeiro marcou mais, 24.
Mas a principal tarefa do time santista é justamente fazer
gols numa defesa que, neste
Brasileiro, só tomou sete gols,
não é vazada há nove jogos e
ajuda o time a ostentar uma invencibilidade de 13 partidas.
"O problema não é ganhar os
meus jogos, e sim o São Paulo
perder os dele", disse o treinador santista, que considera a
vantagem atual do líder, que
tem nove pontos à frente do
Cruzeiro e 12 a mais que o Santos. O time de MG perdeu no
meio da semana sua melhor
chance de diminuir a vantagem, ao cair ante o Flamengo
no Maracanã em jogo adiado.
A favor do Santos no momento está o fato de a equipe
ostentar uma ótima campanha
no returno. O time da Vila Belmiro é o melhor da segunda
metade do Brasileiro, com cinco vitórias em seis jogos -perdeu somente um clássico, para
o Corinthians, por 2 a 0. Contra
si, porém, está o retrospecto de
nenhuma vitória em duelos
paulistas neste torneio.
Se o comandante santista é
reticente quanto às chances de
título, alguns jogadores ainda
mantêm a esperança. No início
da semana foi o atacante Kléber Pereira que tentava injetar
otimismo na torcida; agora, é o
veterano Pedrinho.
"Em algum momento eles terão que perder", disse o meia,
que ressaltou as possibilidades
matemáticas do time da Vila
Belmiro. "O importante é ganhar o clássico. Ainda dá para
ser campeão", atestou.
Do lado são-paulino, há o temor de que, vencendo, o rival
ganhe confiança para o restante do campeonato. "Há uma
distância considerável entre
São Paulo e Santos, mas a vitória pode ser um divisor de
águas", afirmou o volante Richarlyson. "O Santos vem crescendo na competição. Se eles
vencerem, vão ganhar mais força e podem ser um concorrente
direto nosso", concluiu.
Texto Anterior: Painel FC Próximo Texto: Tribunal tira Hugo dos gramados por quatro meses Índice
|