São Paulo, sábado, 15 de setembro de 2007

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tudo a seu tempo

San-São mede urgência e paciência

São Paulo concentra 63,2% dos gols no 2º tempo, enquanto Santos é segundo time que mais marcou na etapa inicial

Sem vencer clássicos neste Brasileiro, jogadores do time do litoral se amparam na chance matemática de título para encarar melhor defesa

Fotos Ricardo Nogueira/Folha Imagem
O goleiro Rogério, capitão do São Paulo, que tentará no clássico desta noite completar dez partidas sem sofrer gol no Brasileiro, liderado por seu clube, treina cobrança de falta no CT da Barra Funda

MÁRVIO DOS ANJOS
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

O líder São Paulo e o terceiro colocado Santos se enfrentam às 18h10, no Morumbi, com ataques parecidos no poderio, mas com urgências diferentes. São 38 gols são-paulinos neste Brasileiro, contra 39 dos santistas. Mas a experiência deste torneio mostra que a chance de ser um clássico com um tempo para cada lado é grande.
O time de Vanderlei Luxemburgo terá que ter cuidado redobrado no segundo tempo, pois foi na etapa complementar que o São Paulo concentrou 63,2% dos seus 38 gols, ou 24 em números absolutos.
Uma das principais características do São Paulo neste Brasileiro é a paciência (ou a demora, dependendo da irritação da torcida) para fazer seus gols, já que 17 dos 38 foram marcados após os 15min da etapa final.
"Temos um time muito experiente, então o pessoal não se desespera", afirma o técnico Muricy Ramalho, que, na vitória sobre o Vasco (gols de Dagoberto e Hernanes, no segundo tempo), teve que recorrer a uma bronca para fazer a equipe jogar melhor. "Não tem nada a ver com o primeiro tempo horroroso que fizemos em São Januário", afirma o treinador.
O volante Hernanes tem outra explicação para o fato, baseado nos jogos em casa. "No Morumbi, os times que chegam se defendem muito, então a gente acaba levando um tempo para assimilar o jogo do rival."
Mais equilibrado, o time santista tem ligeira preferência pelo primeiro tempo. Na etapa inicial, o time de Vanderlei Luxemburgo marcou 56,4% dos seus tentos -22 gols. No primeiro tempo, só o vice-líder Cruzeiro marcou mais, 24.
Mas a principal tarefa do time santista é justamente fazer gols numa defesa que, neste Brasileiro, só tomou sete gols, não é vazada há nove jogos e ajuda o time a ostentar uma invencibilidade de 13 partidas.
"O problema não é ganhar os meus jogos, e sim o São Paulo perder os dele", disse o treinador santista, que considera a vantagem atual do líder, que tem nove pontos à frente do Cruzeiro e 12 a mais que o Santos. O time de MG perdeu no meio da semana sua melhor chance de diminuir a vantagem, ao cair ante o Flamengo no Maracanã em jogo adiado.
A favor do Santos no momento está o fato de a equipe ostentar uma ótima campanha no returno. O time da Vila Belmiro é o melhor da segunda metade do Brasileiro, com cinco vitórias em seis jogos -perdeu somente um clássico, para o Corinthians, por 2 a 0. Contra si, porém, está o retrospecto de nenhuma vitória em duelos paulistas neste torneio.
Se o comandante santista é reticente quanto às chances de título, alguns jogadores ainda mantêm a esperança. No início da semana foi o atacante Kléber Pereira que tentava injetar otimismo na torcida; agora, é o veterano Pedrinho.
"Em algum momento eles terão que perder", disse o meia, que ressaltou as possibilidades matemáticas do time da Vila Belmiro. "O importante é ganhar o clássico. Ainda dá para ser campeão", atestou.
Do lado são-paulino, há o temor de que, vencendo, o rival ganhe confiança para o restante do campeonato. "Há uma distância considerável entre São Paulo e Santos, mas a vitória pode ser um divisor de águas", afirmou o volante Richarlyson. "O Santos vem crescendo na competição. Se eles vencerem, vão ganhar mais força e podem ser um concorrente direto nosso", concluiu.


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