São Paulo, segunda-feira, 15 de setembro de 2008

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Vettel, 21, vence, bate recorde e não acredita

Em Monza, alemão da Toro Rosso torna-se o mais jovem ganhador da F-1

Corrida tem pista molhada, faz largada com safety car e vê Kovalainen e Kubica fecharem pódio mais novo da história do Mundial

Felix Heyder/Efe
Membros da Toro Rosso jogam Sebastian Vettel para o ar na volta do piloto aos boxes de Monza

TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A MONZA

O GP da Itália já tinha acabado havia mais de duas horas. Mas ainda era impossível não sentir o forte cheiro de champanhe que o macacão ensopado de Sebastian Vettel exalava.
Um dia depois de roubar de Fernando Alonso o posto de mais jovem piloto a fazer uma pole na F-1, abocanhou outro recorde do bicampeão ao vencer uma corrida complicada em Monza e se tornar o mais novo vencedor da categoria, aos 21 anos, 2 meses e 12 dias -já era dono também da marca de mais jovem a marcar pontos, logo em sua prova de estréia.
"É inacreditável", não parava de repetir o piloto da Toro Rosso, sorriso aberto e enormes olhos azuis brilhando.
"Que fim de semana! Primeiro, a pole, depois, a vitória, não sei exatamente o que dizer", afirmou Vettel, pouco depois de seu primeiro pódio, de cara no degrau mais alto.
Heikki Kovalainen, da McLaren, e Robert Kubica, da BMW, estavam a seu lado. Outro recorde, o pódio mais precoce da história da categoria: média de 23 anos, 11 meses e 16 dias.
"A cerimônia foi incrível, são imagens de que nunca vou me esquecer. Estar ali em cima, com toda a equipe, os fãs, a minha família... É muito melhor do que eu poderia imaginar", afirmou, tentando conter o riso e com seu inglês um pouco menos fluente que o normal. "Com certeza, este é o dia mais feliz da minha vida", declarou.
Feliz, sim. Fácil, não. Apesar de largar da pole position, a chuva que caía em Monza desde a noite anterior não ajudou Vettel. "Não mudamos o acerto do carro, pois achamos que a corrida seria com pista seca, então na reta eu conseguia ser veloz comparado aos outros."
O fato de a largada ter sido dada atrás do safety car lhe deu uma certa vantagem, já que não teve de disputar a primeira curva com ninguém. "Acho que esta foi a chave para a minha vitória", explicou o alemão.
Mas a situação só ficou assim por duas voltas, até que o carro madrinha saísse da pista.
"Não tinha problemas de visibilidade e consegui de cara abrir uns seis ou sete segundos de vantagem para o Heikki. A partir de então, passei a acelerar tudo o que podia e até passei do limite, porque meu carro chegou a escapar", contou.
No momento de seu primeiro pit stop, Vettel já tinha mais de 11 segundos de vantagem sobre Kovalainen. O suficiente para parar e voltar em quarto.
Mas apenas por quatro voltas, já que os três que estavam à sua frente, Kovalainen, Mark Webber e Felipe Massa fizeram suas paradas na seqüência. De volta à liderança, Vettel viu seu maior perseguidor retornar de seu pit no sexto posto.
Com isso, aproveitou para abrir mais vantagem e, na segunda ida aos boxes, tinha 37 segundos de folga para Kovalainen, o que lhe permitiu trocar os pneus, reabastecer e voltar à frente do finlandês, agora com uma chuva bem mais fina.
"De repente, comecei a pensar que na minha placa ainda aparecia P1 [posição 1], P1, P1, como podia ser? "Tenho combustível para ir até o fim, não há mais nada, não tenho que fazer mais nenhum pit stop, só me manter aqui'", falou Vettel. "Aí foi só manter a concentração."
Apesar da precocidade, Vettel mostrou que está pronto para lutar de igual para igual com outras revelações da F-1, como Robert Kubica e Lewis Hamilton. Este, inclusive, ele fez questão de alfinetar após as declarações do inglês de que era fácil julgar os outros quando não se estava lutando por vitórias, ao falar sobre sua punição em Spa-Francorchamps.
"Quando entrei no carro antes da corrida, os caras da equipe me disseram: "Destrua-os" ou "Acelere loucamente". Todos estávamos felizes e ansiosos", disse. "E acho que podemos dizer que tivemos colhões para fazer isso hoje [ontem]."


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