Tricampeão diz que estratégia do espanhol no GP de Cingapura de 2008 só daria resultado se Nelsinho batesse o carro

Segundo revista alemã, Prost já foi convidado pela direção da Renault para assumir cargo de Briatore no comando da equipe

DA REPORTAGEM LOCAL

Até então incólume à avalanche de acusações sobre o acidente de Nelsinho Piquet no último GP de Cingapura, Fernando Alonso foi atingido ontem.
Em entrevista ao diário esportivo espanhol "Sport", o tricampeão Nelson Piquet acusou o bicampeão de participação no suposto esquema armado pela Renault para aquela corrida.
"Fernando sabia de tudo. Ele não poderia ignorar", afirmou.
Piquet usou como argumento a incomum estratégia de Alonso para a prova: "Não faria sentido um piloto que é 15º no grid, numa pista de rua, largar com tão pouca gasolina. No máximo, conseguiria passar três carros, mas daí teria que ir para os boxes e cairia para último".
O piloto espanhol não comentou a acusação ontem.
Piquet acusa a Renault de ter pressionado Nelsinho a bater na 14ª volta do GP de Cingapura para beneficiar Alonso. E, de fato, a opção de ter largado com pouca gasolina foi vital para a vitória do espanhol, a primeira da equipe no Mundial de 2008.
Saindo em 15º no grid, ele ocupava a 11ª colocação quando entrou nos boxes, na 12ª volta -foi o primeiro piloto a parar.
Retornou à pista em 20º e último. Na 14ª volta, Nelsinho bateu na curva 17 do circuito, forçando a entrada do safety car, obrigando os adversários a mudarem suas estratégias e ajudando -propositalmente ou não- o companheiro.
Cinco voltas depois, Alonso já era o quinto colocado. Na 34ª, enfim, chegou à liderança.
A exemplo de Alonso, a FIA também não fez nenhum comunicado oficial sobre a acusação. Mas existe a possibilidade de a suposta participação do espanhol ser incluída no julgamento do caso, na próxima segunda-feira, pelo Conselho Mundial da entidade, em Paris.
Chefe da escuderia, Flavio Briatore é, até agora, o principal réu. A ponto de, na Europa, já começarem a surgir especulações sobre seu substituto.
Segundo a revista alemã "Auto, Motor und Sport", o tetracampeão Alain Prost já foi convidado pela montadora para assumir o cargo. O francês está afastado do paddock da categoria desde 2001, quando sua equipe, a Prost Grand Prix, fechou as portas deixando um controverso rastro de dívidas.
De acordo com a mesma publicação, o inglês David Richards, que dirigiu entre 97 e 98 a Benetton (o time virou Renault em 2002) e a BAR de 2001 e 2004, seria a segunda opção.


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