São Paulo, sexta-feira, 15 de outubro de 2004

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FUTEBOL

Presidente Eduardo Viana e mais cinco integrantes podem ser condenados a 20 anos de prisão por quatro crimes

Justiça afasta cúpula da federação do Rio

DA SUCURSAL DO RIO

O presidente da Federação de Futebol do Rio de Janeiro, Eduardo Viana, e outros cinco integrantes da entidade foram afastados ontem, ao menos temporariamente, de seus cargos pelo juiz da 37ª Vara Criminal do Rio, Geraldo Prado. A liminar foi concedida pelo magistrado ao aceitar a denúncia feita pelo Ministério Público do Estado contra os seis.
São acusados pela promotora Marcia Velasco de terem cometido os crimes de formação de quadrilha, estelionato, fraude processual e falsidade ideológica.
Pelo despacho do juiz, Viana terá que ficar fora da presidência da federação até o final do processo, que não tem data prevista para ser concluído. Os seis acusados devem tentar cassar a liminar.
Além do presidente da Ferj, os outros processados são Francisco Aguiar, um dos vice-presidentes da federação, Paulo Roberto Pietrolongo, diretor operacional da entidade, Gilberto Rangel Lima, coordenador do quadro móvel da Ferj nos jogos no estádio, Jobel Mendes Braga, acusado de ser o responsável pela confecção fraudulenta dos boletins financeiros, e Carlos César Martins dos Santos, funcionário da Ferj.
Caso sejam punidos pelo Tribunal de Justiça do Rio, poderão ter de cumprir até 20 anos de prisão.
Viana e os outros integrantes da federação foram processados com base nas investigações realizadas por Márcia Velasco durante um ano e meio. O trabalho reuniu 24 caixas de documentos, 40 depoimentos e sete laudos periciais. A investigação envolve a evasão de renda em jogos no Maracanã (a final da Copa do Brasil de 2003 -Flamengo x Cruzeiro- e o clássico Flamengo x Vasco, pelo Nacional-03). A manipulação, segundo ela, era feita nos boletins da federação e no sistema de roletas do estádio.
Ontem, o juiz marcou para o dia 18 de novembro o interrogatório dos seis processados.
O trabalho da promotora contou com o auxílio da Draco (Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais). Em março, agentes da delegacia realizaram, por cerca de oito horas, uma operação na sede da entidade que rege o futebol fluminense para apreender documentos da contabilidade.
Procurados pela Folha para comentarem seus afastamentos, os seis acusados não foram encontrados ontem. Com o afastamento de Viana da presidência da Ferj, a federação ainda não anunciou qual dos vice-presidentes ficará no comando da entidade. (SÉRGIO RANGEL)


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