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FUTEBOL
Presidente Eduardo Viana e mais cinco integrantes podem ser condenados a 20 anos de prisão por quatro crimes
Justiça afasta cúpula da federação do Rio
DA SUCURSAL DO RIO
O presidente da Federação de
Futebol do Rio de Janeiro, Eduardo Viana, e outros cinco integrantes da entidade foram afastados
ontem, ao menos temporariamente, de seus cargos pelo juiz da
37ª Vara Criminal do Rio, Geraldo Prado. A liminar foi concedida
pelo magistrado ao aceitar a denúncia feita pelo Ministério Público do Estado contra os seis.
São acusados pela promotora
Marcia Velasco de terem cometido os crimes de formação de quadrilha, estelionato, fraude processual e falsidade ideológica.
Pelo despacho do juiz, Viana terá que ficar fora da presidência da
federação até o final do processo,
que não tem data prevista para ser
concluído. Os seis acusados devem tentar cassar a liminar.
Além do presidente da Ferj, os
outros processados são Francisco
Aguiar, um dos vice-presidentes
da federação, Paulo Roberto Pietrolongo, diretor operacional da
entidade, Gilberto Rangel Lima,
coordenador do quadro móvel da
Ferj nos jogos no estádio, Jobel
Mendes Braga, acusado de ser o
responsável pela confecção fraudulenta dos boletins financeiros, e
Carlos César Martins dos Santos,
funcionário da Ferj.
Caso sejam punidos pelo Tribunal de Justiça do Rio, poderão ter
de cumprir até 20 anos de prisão.
Viana e os outros integrantes da
federação foram processados
com base nas investigações realizadas por Márcia Velasco durante
um ano e meio. O trabalho reuniu
24 caixas de documentos, 40 depoimentos e sete laudos periciais.
A investigação envolve a evasão
de renda em jogos no Maracanã
(a final da Copa do Brasil de 2003
-Flamengo x Cruzeiro- e o
clássico Flamengo x Vasco, pelo
Nacional-03). A manipulação, segundo ela, era feita nos boletins
da federação e no sistema de roletas do estádio.
Ontem, o juiz marcou para o dia
18 de novembro o interrogatório
dos seis processados.
O trabalho da promotora contou com o auxílio da Draco (Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais). Em março, agentes
da delegacia realizaram, por cerca
de oito horas, uma operação na
sede da entidade que rege o futebol fluminense para apreender
documentos da contabilidade.
Procurados pela Folha para comentarem seus afastamentos, os
seis acusados não foram encontrados ontem. Com o afastamento de Viana da presidência da
Ferj, a federação ainda não anunciou qual dos vice-presidentes ficará no comando da entidade.
(SÉRGIO RANGEL)
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