São Paulo, domingo, 15 de outubro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

"Livre" de reforços da MSI, Leão faz seu Corinthians

Contra o Flamengo, no Maracanã, técnico dirige um time mais caseiro depois do afastamento do meia Carlos Alberto

Sem Tevez, Mascherano e Nilmar, clube vai a campo sem contar com as vultosas contratações da parceira, que gastou R$ 150 milhões

EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL

Um Corinthians cada vez mais parecido com seu técnico e menos ligado à MSI tentará hoje deixar a zona de rebaixamento do Brasileiro.
Contra o Flamengo, às 16h, no Maracanã, Emerson Leão leva a campo o que resta dos milhões da parceira corintiana após perder mais uma estrela milionária da empresa por ter entrado em choque com ele.
O meia Carlos Alberto, a terceira contratação mais cara da parceria (cerca de R$ 24 milhões), junta-se a Tevez, Mascherano e Nilmar nas baixas sofridas pelo clube, que está na 17ª posição no Nacional, com apenas 32 pontos.
Sem eles, o time que entra em campo hoje não terá nenhuma das contratações de peso feitas, de fato, pela parceira, que não foi avisada oficialmente do afastamento do meia.
"Como o Paulo Angioni [diretor demissionário da MSI] não tem vindo mais ao clube, só posso responder ao Corinthians", explicou Leão.
Dos 11 titulares, o goleiro Silvio Luiz (custou R$ 4 milhões), o zagueiro Marinho (aluguel dos direitos), o volante Marcelo Mattos (cerca de R$ 3 milhões), o meia Roger (cerca de R$ 12 milhões) e o atacante Rafael Moura (aluguel dos direitos) foram negociações da MSI.
O Corinthians, no entanto, diz que, no caso de Roger, tem participação por ter dado como parte do pagamento o zagueiro Anderson para o Benfica.
César (empréstimo), Magrão (empréstimo) e Amoroso (aluguel dos direitos) foram trazidos com dinheiro da parceira, mas negociados pelo clube, com aval de Leão. O trio, para infelicidade dele, ainda está longe de seus melhores dias.
Com exceção de Nilmar, que se recupera de cirurgia no joelho e não teve sua contratação definida, as ausências de Tevez, Mascherano e Carlos Alberto são atribuídas a Leão.
A saída dos argentinos, alguns dias depois da chegada do técnico ao Parque São Jorge, foi o primeiro ato da guerra de poder entre ele e a MSI, que não queria a contratação de Leão, mas também não a impediu.
Como soldado de Dualib, Leão foi minando a convivência com Tevez e Mascherano. Tirou a faixa de capitão do atacante, disse que ele não sabia falar, e o atleta, sob o pretexto de ter sido desrespeitado, saiu. Assim fez Mascherano, usando o mesmo argumento, poucos dias depois. De uma forma ou de outra, Kia Joorabchian cumpriu sua promessa de tirar os argentinos se Leão colocasse os pés no Parque São Jorge.
"Logicamente que precisamos nos adaptar com o que temos, mas é claro que não vamos colher os mesmos frutos. O nível técnico caiu", admite Leão.
Carlos Alberto, afastado por tempo indeterminado após bate-boca com o técnico na Argentina durante a semana, também não estava em sua melhor forma, na visão do chefe. "Tecnicamente ele estava se esforçando, mas não o que pode."
A ausência dos medalhões reflete a tendência que deve reinar no clube no próximo ano. Leão vislumbra uma profunda reformulação no elenco.
Enquanto isso não acontece, ele pede união aos jogadores e apoio à torcida. "Nós estamos muito preocupados com o time na zona de rebaixamento. Por isso eu pedi a todos que quiserem ajudar que nós estamos aceitando", declarou o treinador, que antecipou em um dia a concentração do time.
O treinador também tem conversado bastante com seus comandados sobre a necessidade de se criar um "espírito coletivo". "O que eu pedi a eles é que tenham muito empenho, dedicação e companheirismo."


NA TV - Flamengo x Corinthians
Globo e Record (para São Paulo), ao vivo, às 16h


Texto Anterior: Painel FC
Próximo Texto: Magrão pede desculpas a torcedores
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.