São Paulo, segunda-feira, 15 de outubro de 2007

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Corinthians planeja fim amigável com MSI

Nova diretoria vê no acordo melhor solução para a dissolução da parceria

"Eu espero que haja essa possibilidade. É o melhor que poderia acontecer e acabaria de vez com esse problema", diz vice jurídico

EDUARDO ARRUDA
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

A parceria entre Corinthians e MSI começou como um sonho. Virou um pesadelo ao longo de três anos de discussões, confusões e brigas entre os principais personagens, sobretudo o iraniano Kia Joorabchian e o ex-presidente corintiano Alberto Dualib.
Mas agora, com o clube tendo optado pela dissolução do acordo, o caso de amor que virou caso de polícia pode acabar de forma amigável entre as duas partes. O Corinthians está disposto a fazer acordo com a MSI para encerrar o contrato de parceria com a empresa.
É isso o que pretende a nova diretoria, capitaneada pelo presidente Andrés Sanches, eleito na semana passada.
Segundo Sérgio Alvarenga, novo diretor jurídico corintiano, essa seria a melhor saída.
"Eu espero que haja essa possibilidade [de acordo]. Isso é o melhor que poderia acontecer e acabaria de vez com esse problema", disse o advogado.
Segundo ele, apesar de ventilar um acordo, uma empresa será contratada para representar o Corinthians. A gestão anterior a Andrés consultou ao menos cinco grandes firmas, mas não fechou contrato com nenhuma delas.
Em 24 de julho, o Conselho Deliberativo do clube votou, por unanimidade, o fim da parceria com a MSI -até Dualib declarou seu voto favorável ao enterro do acordo que, três anos antes, ele costurou e trabalhou para aprovar.
A decisão foi impulsionada pelo processo na Justiça Federal que tornaram réus, por lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, dirigentes da empresa e do Corinthians.
Um extenso relatório, elaborado pelo advogado Heraldo Panhoca, concluiu que a MSI deve cerca de R$ 90 milhões.
Baseado nele, comissão do clube criada para investigar a parceria definiu que há brecha para a rescisão do acordo.
Essa questão preocupa os corintianos. O contrato de parceria prevê multa de até US$ 25 milhões (cerca de R$ 50 milhões) por quebra unilateral.
"Nós precisamos entender direito como seria aplicada essa multa", diz Felipe Ezabella, um dos advogados corintianos e que na nova diretoria ocupará o cargo de vice-presidente de esportes terrestres.
A nova diretoria elegeu o fim oficial da parceria com a MSI como uma de suas prioridades. Quer encerrar o caso, se possível, ainda neste ano.
Tanto é que, na quinta-feira passada, menos de 48 horas após Andrés vencer a eleição para presidente, duas reuniões foram marcadas para definir o escritório de advocacia escolhido para defender o clube.
Mas, a pedido dos próprios interessados em representar o clube, a escolha ficou adiada para esta semana. "Por causa do feriado, os escritórios nos pediram para conversar somente na segunda [hoje]. Gostaríamos de começar a resolver esse assunto o mais rápido possível", disse Alvarenga.
Um indício para a possibilidade de acordo é o fato de o novo corpo jurídico do Corinthians ter boa relação com os advogados do escritório Veirano, que representa Kia Joorabchian, presidente da MSI.
"Temos uma relação profissional, mas ela é normal", diz Alvarenga sobre o escritório Veirano, um dos mais conceituados do país.
A proximidade do novo presidente com Kia Joorabchian também pode ajudar.
Mesmo durante o período em que se classificou como oposição a Dualib, Andrés manteve contatos com o iraniano. Em junho, chegou a visitá-lo em Londres junto com uma comissão de conselheiros para saber sobre os planos da empresa e tentar descobrir como estava a relação entre Dualib, que ficou quase dois meses na Inglaterra, e os investidores.


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