|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Corinthians planeja fim amigável com MSI
Nova diretoria vê no acordo melhor solução para a dissolução da parceria
"Eu espero que haja essa possibilidade. É o melhor que poderia acontecer e acabaria de vez com esse problema", diz vice jurídico
EDUARDO ARRUDA
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
A parceria entre Corinthians
e MSI começou como um sonho. Virou um pesadelo ao longo de três anos de discussões,
confusões e brigas entre os
principais personagens, sobretudo o iraniano Kia Joorabchian e o ex-presidente corintiano Alberto Dualib.
Mas agora, com o clube tendo
optado pela dissolução do acordo, o caso de amor que virou caso de polícia pode acabar de
forma amigável entre as duas
partes. O Corinthians está disposto a fazer acordo com a MSI
para encerrar o contrato de
parceria com a empresa.
É isso o que pretende a nova
diretoria, capitaneada pelo presidente Andrés Sanches, eleito
na semana passada.
Segundo Sérgio Alvarenga,
novo diretor jurídico corintiano, essa seria a melhor saída.
"Eu espero que haja essa possibilidade [de acordo]. Isso é o
melhor que poderia acontecer
e acabaria de vez com esse problema", disse o advogado.
Segundo ele, apesar de ventilar um acordo, uma empresa
será contratada para representar o Corinthians. A gestão anterior a Andrés consultou ao
menos cinco grandes firmas,
mas não fechou contrato com
nenhuma delas.
Em 24 de julho, o Conselho
Deliberativo do clube votou,
por unanimidade, o fim da parceria com a MSI -até Dualib
declarou seu voto favorável ao
enterro do acordo que, três
anos antes, ele costurou e trabalhou para aprovar.
A decisão foi impulsionada
pelo processo na Justiça Federal que tornaram réus, por lavagem de dinheiro e formação de
quadrilha, dirigentes da empresa e do Corinthians.
Um extenso relatório, elaborado pelo advogado Heraldo
Panhoca, concluiu que a MSI
deve cerca de R$ 90 milhões.
Baseado nele, comissão do
clube criada para investigar a
parceria definiu que há brecha
para a rescisão do acordo.
Essa questão preocupa os corintianos. O contrato de parceria prevê multa de até US$ 25
milhões (cerca de R$ 50 milhões) por quebra unilateral.
"Nós precisamos entender
direito como seria aplicada essa
multa", diz Felipe Ezabella, um
dos advogados corintianos e
que na nova diretoria ocupará o
cargo de vice-presidente de esportes terrestres.
A nova diretoria elegeu o fim
oficial da parceria com a MSI
como uma de suas prioridades.
Quer encerrar o caso, se possível, ainda neste ano.
Tanto é que, na quinta-feira
passada, menos de 48 horas
após Andrés vencer a eleição
para presidente, duas reuniões
foram marcadas para definir o
escritório de advocacia escolhido para defender o clube.
Mas, a pedido dos próprios
interessados em representar o
clube, a escolha ficou adiada
para esta semana. "Por causa
do feriado, os escritórios nos
pediram para conversar somente na segunda [hoje]. Gostaríamos de começar a resolver
esse assunto o mais rápido possível", disse Alvarenga.
Um indício para a possibilidade de acordo é o fato de o novo corpo jurídico do Corinthians ter boa relação com os
advogados do escritório Veirano, que representa Kia Joorabchian, presidente da MSI.
"Temos uma relação profissional, mas ela é normal", diz
Alvarenga sobre o escritório
Veirano, um dos mais conceituados do país.
A proximidade do novo presidente com Kia Joorabchian
também pode ajudar.
Mesmo durante o período
em que se classificou como
oposição a Dualib, Andrés
manteve contatos com o iraniano. Em junho, chegou a visitá-lo em Londres junto com uma
comissão de conselheiros para
saber sobre os planos da empresa e tentar descobrir como
estava a relação entre Dualib,
que ficou quase dois meses na
Inglaterra, e os investidores.
Texto Anterior: Fifa luta contra YouTube e proíbe câmera no estádio Próximo Texto: Mudança: Lulinha pode virar titular Índice
|