São Paulo, quarta-feira, 15 de outubro de 2008

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TÊNIS

E cá entre nós?


Dirigentes desconversam, mas temores de que a crise financeira chegue ao circuito começam a ganhar força

RÉGIS ANDAKU
COLUNISTA DA FOLHA

EM MEIO A notícias cada vez mais pessimistas sobre a economia, um executivo do mercado financeiro global sorriu simpaticamente. Era Robert Clyde, presidente da (ainda, ex-?) gigante AIG, (ainda, ex-?) maior seguradora do mundo, para Japão e Coréia do Sul.
Clyde bebia saquê numa festa do Torneio de Tóquio, há duas semanas. Celebravam o sucesso do evento, que teve casa cheia para ver alguns dos melhores do mundo: David Ferrer, Andy Roddick e Richard Gasquet -Tomas Berdych venceu; no feminino, com menos estrelas, a campeã foi Caroline Wozniacki.
"Acredite: é mais agradável pensar em tênis do que em qualquer outra coisa neste momento", disse o executivo a jornalistas. Há sete anos, a AIG põe dinheiro no torneio. Há cinco, Clyde é responsável pelo dinheiro. Neste ano, gastou US$ 1 milhão só em prêmios aos tenistas.
Clyde sorriu, relaxou, mas não confirmou se a AIG seguirá investindo. Nem sabe se manterá o emprego, provavelmente. Mas dirigentes do tênis disseram nos últimos dias, sem pestanejar, que não estão preocupados com a crise financeira.
Larry Scott, responsável pelo circuito feminino, diz que "sempre há investimento no esporte". Em torneio patrocinado pela Porsche, na Alemanha, lembrou que a montadora está há 31 anos no tênis, período em que ocorreram outras crises.
Scott levou o Masters-08 para Doha. Neste ano, o circuito dá US$ 103 milhões em prêmios; no ano que vem, serão US$ 130 milhões. "Temos 63 torneios em 31 países. Assim conseguiremos fugir da crise."
Pode ser. Mas já há temores: em Londres, a Aegon, outro nome ligado à crise, havia assinado acordo com a federação inglesa em US$ 45 milhões. Em Nova York, a maioria dos camarotes vendidos para o Aberto dos EUA vai para empresas como Stanley Morgan, Wachovia, Merrill Lynch. Nomes familiares?
Pode ser que o tênis passe à margem da crise. Mas como uma empresa terá dinheiro para colocar em um torneio, se ela não existe mais? Apesar de falarem que tudo não passa de "marola", convém ficar de olho.

EM ASSUNÇÃO
Os argentinos dominaram a etapa paraguaia da Copa Petrobras. Após o país dominar as semifinais, Martín Vassallo-Arguello venceu Leonardo Mayer de virada na final.

EM FLORIANÓPOLIS
O chileno Nicolás Massú conquistou o challenger local ao bater, de virada, o francês Olivier Patience. Nas duplas, os brasileiros Júlio Silva e Rogério Silva venceram.

EM SÃO PAULO
O Clube Paineiras recebe a partir de sexta o 4º Simpósio Internacional de Tênis, que terá boas palestras e clínicas. Informações em www.simposiodetenis.com.br.

reandaku@uol.com.br


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