São Paulo, quinta-feira, 15 de dezembro de 2005

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AÇÃO

Inverno quente

CARLOS SARLI
COLUNISTA DA FOLHA

O clima no North Shore havaiano nesta época do ano é mais ameno, mas só o medido no termômetro, a temperatura sobe bruscamente quando se fala no clima que rola entre os melhores surfistas do mundo que lá se reúnem para a temporada de ondas grandes. O anúncio da aproximação de uma ondulação grande mexe com corações e mentes, e muita coisa está em disputa.
O Rip Curl Pipe Masters, última etapa do Mundial, tem até o dia 20 para esperar a volta das excelentes ondas que abriram o campeonato, interrompido desde sábado quando o mar baixou. Três brasileiros estão na terceira fase, com destaque para Bruno Santos, que pelo segundo ano seguido obtém a vaga a partir das duras triagens e já passou uma bateria casca-grossa do evento principal, batendo os australianos Mick Fanning e Mark Occhilupo.
Expectativa ainda maior gira em torno dos eventos de ondas grandes. O Billabong XXL deste ano revê o formato para tornar o concurso mais atraente e seguro. A principal mudança é a realização de um evento de um dia em Jaws, Maui, para 12 duplas convidadas. A lista ainda não foi divulgada e o dia da prova será anunciado com pouca antecedência para os eleitos, que deverão estar a postos. Câmeras irão registrar a ação dos times e a edição será apresentada para o julgamento.
Para a categoria "maior onda", em Jaws, somente as surfadas nesse dia poderão ser inscritas. Mas as corridas em outras praias valerão na principal categoria do concurso, que oferece US$ 1.000 por pé de onda surfada, com mínimo garantido de US$ 60 mil. Outras categorias: maior onda na remada, maior tubo, melhor desempenho geral masculino e feminino.
Outra prova prevista é o Quiksilver in Memory of Eddie Aikau, que ocorre desde 85 em homenagem ao mítico surfista havaiano que morreu em 78. Apesar da longevidade, a mais tradicional prova de surfe em ondas grandes só aconteceu seis vezes, quando as ondas estiveram grandes.
O Eddie acontece em um dia em Waimea e distribui US$ 86 mil em prêmios para 24 privilegiados convidados, e essa lista sempre é questionada, especialmente pelos brasileiros, que se destacam no big surfe e raramente são lembrados. Até hoje apenas Ricardo Bocão, como alternate, e Carlos Burle fizeram parte dessa lista.
Pedi a opinião de Burle, neste ano convidado como alternate, que respondeu: "O campeonato reflete o pensamento da comunidade havaiana, uma grande celebração e confraternização do surfe havaiano." Por isso considera normal privilegiar os locais. E diz: "Fico feliz por já ter figurado na lista principal, infelizmente não fui e não me espanta que não me convidem de novo. Ser lembrado como alternate é uma honra. É difícil participar estando bem atrás na lista, minha prioridade são os campeonatos de que eu possa participar, assim como os de tow in, para os quais eu e o meu parceiro, Eraldo Gueiros, nos preparamos o ano todo". Eles devem aparecer na lista do XXL, e o inverno havaiano para eles será bem mais quente do que o verão em sua terra natal, Pernambuco.

Mundial de snowboard
A dois meses do início da Olimpíada de Inverno, Isabel Clark mostrou que está pronta para bem representar o Brasil nos Jogos -ficou em oitavo lugar na etapa de Whistler, Canadá, nosso melhor resultado no esporte. Nesta semana, ela foi homenageada pelo COB.

Chegada ao destino
Após seis anos navegando pelos sete mares em busca de novas ondas (115 foram encontradas) e pesquisando as condições ambientais, o projeto Quiksilver Crossing finalizou a viagem no Havaí.

Formato inédito
Hoje ocorre o sorteio dos times que disputam no final de semana no Rio o Festival Petrobras. A prova fecha a temporada de surfe no país.


E-mail: sarli@trip.com.br

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