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AÇÃO
Inverno quente
CARLOS SARLI
COLUNISTA DA FOLHA
O clima no North Shore havaiano nesta época do ano é
mais ameno, mas só o medido no
termômetro, a temperatura sobe
bruscamente quando se fala no
clima que rola entre os melhores
surfistas do mundo que lá se reúnem para a temporada de ondas
grandes. O anúncio da aproximação de uma ondulação grande
mexe com corações e mentes, e
muita coisa está em disputa.
O Rip Curl Pipe Masters, última
etapa do Mundial, tem até o dia
20 para esperar a volta das excelentes ondas que abriram o campeonato, interrompido desde sábado quando o mar baixou. Três
brasileiros estão na terceira fase,
com destaque para Bruno Santos,
que pelo segundo ano seguido obtém a vaga a partir das duras
triagens e já passou uma bateria
casca-grossa do evento principal,
batendo os australianos Mick
Fanning e Mark Occhilupo.
Expectativa ainda maior gira
em torno dos eventos de ondas
grandes. O Billabong XXL deste
ano revê o formato para tornar o
concurso mais atraente e seguro.
A principal mudança é a realização de um evento de um dia em
Jaws, Maui, para 12 duplas convidadas. A lista ainda não foi divulgada e o dia da prova será anunciado com pouca antecedência
para os eleitos, que deverão estar
a postos. Câmeras irão registrar a
ação dos times e a edição será
apresentada para o julgamento.
Para a categoria "maior onda",
em Jaws, somente as surfadas nesse dia poderão ser inscritas. Mas
as corridas em outras praias valerão na principal categoria do concurso, que oferece US$ 1.000 por
pé de onda surfada, com mínimo
garantido de US$ 60 mil. Outras
categorias: maior onda na remada, maior tubo, melhor desempenho geral masculino e feminino.
Outra prova prevista é o Quiksilver in Memory of Eddie Aikau,
que ocorre desde 85 em homenagem ao mítico surfista havaiano
que morreu em 78. Apesar da longevidade, a mais tradicional prova de surfe em ondas grandes só
aconteceu seis vezes, quando as
ondas estiveram grandes.
O Eddie acontece em um dia em
Waimea e distribui US$ 86 mil
em prêmios para 24 privilegiados
convidados, e essa lista sempre é
questionada, especialmente pelos
brasileiros, que se destacam no
big surfe e raramente são lembrados. Até hoje apenas Ricardo Bocão, como alternate, e Carlos Burle fizeram parte dessa lista.
Pedi a opinião de Burle, neste
ano convidado como alternate,
que respondeu: "O campeonato
reflete o pensamento da comunidade havaiana, uma grande celebração e confraternização do surfe havaiano." Por isso considera
normal privilegiar os locais. E diz:
"Fico feliz por já ter figurado na
lista principal, infelizmente não
fui e não me espanta que não me
convidem de novo. Ser lembrado
como alternate é uma honra. É
difícil participar estando bem
atrás na lista, minha prioridade
são os campeonatos de que eu
possa participar, assim como os
de tow in, para os quais eu e o
meu parceiro, Eraldo Gueiros, nos
preparamos o ano todo". Eles devem aparecer na lista do XXL, e o
inverno havaiano para eles será
bem mais quente do que o verão
em sua terra natal, Pernambuco.
Mundial de snowboard
A dois meses do início da Olimpíada de Inverno, Isabel Clark mostrou que está pronta para bem representar o Brasil nos Jogos -ficou
em oitavo lugar na etapa de Whistler, Canadá, nosso melhor resultado no esporte. Nesta semana, ela foi homenageada pelo COB.
Chegada ao destino
Após seis anos navegando pelos sete mares em busca de novas ondas
(115 foram encontradas) e pesquisando as condições ambientais, o
projeto Quiksilver Crossing finalizou a viagem no Havaí.
Formato inédito
Hoje ocorre o sorteio dos times que disputam no final de semana no
Rio o Festival Petrobras. A prova fecha a temporada de surfe no país.
E-mail: sarli@trip.com.br
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