Empresários vêem "clima de terror" e sugerem transferência do ídolo da equipe

Clube diz que não irá negociar jogador nem por empréstimo e que só vai liberá-lo se receber multa no valor de R$ 6 milhões

EDUARDO ARRUDA
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

Um dia após dizerem que o goleiro Felipe está mais longe do Parque São Jorge, os agentes do ídolo do Corinthians afirmam agora que o jogador quer deixar o clube alvinegro.
Em nota, os empresários Marcelo Goldfarb e Bruno Paiva afirmaram ter "tomado partido pelo atleta" e entender "ser melhor sua transferência, ainda que temporária, devido ao ambiente de terror criado".
O Corinthians respondeu: "Caso outra agremiação queira contar com o atleta para a próxima temporada deverá pagar o valor integral da cláusula penal", informou o clube, que quer R$ 6 milhões livres por 50% dos direitos. Os outros 50% pertencem ao Bragantino e aos empresários de Felipe.
Os representantes dizem que a multa tem valor decrescente ao longo do contrato e que, em abril, R$ 4,8 milhões bastariam para tirar o jogador do clube.
Nas palavras dos procuradores, entende-se por "terror" as declarações do diretor técnico corintiano, Antônio Carlos, que divulgou publicamente os valores da negociação para conceder um aumento a Felipe.
O jogador, que recebe R$ 30 mil mensais, teve oferta para ganhar, segundo o dirigente, R$ 73 mil mensais. De acordo com os empresários, a proposta final foi de R$ 59,1 mil.
"Todos estamos desgostosos com a divulgação dos valores da negociação, o que é reprovável em um país com tamanha desigualdade social (...). Fica claro que os responsáveis pela negociação no Corinthians adotaram o grito de guerra da torcida (por amor ou por terror). O terror só destrói e é improdutivo, é repugnante a preferência pela força à razão. O Felipe merecia outro tratamento", diz a nota.
O Fluminense, que fez proposta oficial pelo goleiro rechaçada pelo Corinthians, está disposto a desembolsar R$ 120 mil mensais de salários ao jogador.
O clube carioca, no entanto, parece ter desistido de entrar numa disputa pelo goleiro. "O valor [da multa] é altíssimo, principalmente por ser um goleiro. Fica inviável", afirmou Branco, coordenador de futebol do Fluminense.
Ontem, ao "Diário de S.Paulo", o presidente Andrés Sanches afirmou que, se Felipe não aceitar o aumento proposto, ele pode receber o salário atual, mas que vai cumprir seu contrato, até 2011. Ele disse estar disposto a dar um apartamento para o goleiro, oferecido como luvas, no valor de R$ 200 mil.
A Gaviões da Fiel informou ter enviado recado ao goleiro para que entenda a situação financeira corintiana, aceite o aumento proposto e que não se esqueça do que os torcedores fizeram por ele na temporada.


Texto Anterior: Painel FC
Próximo Texto: Nilmar: Lyon aceita acordo de pagamento
Índice