São Paulo, terça-feira, 15 de dezembro de 2009

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Verón joga pela história e também por um "pesadelo"

Líder do Estudiantes, que pega hoje o Pohang no Mundial, alimenta o sonho de decidir contra o Barcelona de Messi

Pai do craque argentino fez o gol do título do clube em 1968 e inspira o filho na luta para ganhar o mundo mais uma vez ante um gigante

DA REPORTAGEM LOCAL

"É a partida mais importante dos últimos seis meses para nós", falou Verón, capitão do Estudiantes, sobre o duelo de hoje contra o coreano Pohang Steelers na semifinal do Mundial de Clubes, em Abu Dhabi.
A vitória leva o time argentino à decisão do torneio, um sonhado embate com o Barcelona. "Esse jogo [contra o campeão europeu] não seria um sonho, seria um pesadelo", falou Verón ainda antes de embarcar para os Emirados Árabes Unidos, novo palco da competição.
O nome Verón está associado ao que de melhor fez o Estudiantes na história. O Verón pai, a "Bruxa", ganhou três Libertadores pelo clube e um Mundial, no antigo formato, contra o Manchester United -foi em 1968, em partidas jogadas em dois continentes, nenhuma delas na Ásia.
O gol do título na década de 60 foi de Verón. Ele anotou no 1 a 1 no estádio Old Trafford na partida de volta -na ida, o Estudiantes, que fez fama de cruel mandante, ganhou de 1 a 0 da equipe de Bobby Charlton.
"Esperamos bastante por isso. Desde que acabou a Libertadores. Chegou o dia que esperávamos todos. É o que eu sonhei para mim. É um sonho poder representar um clube em uma competição tão importante. É um dia que não vai ser só uma mais na minha vida esportiva", diz o Verón filho, a "Bruxinha".
Eleito o melhor jogador da Libertadores deste ano, quando recolocou o outrora decadente Estudiantes no mapa-múndi da bola, Verón confia no estilo de jogo de seu time, que surpreendeu com uma virada no Mineirão o Cruzeiro na final continental deste ano (2 a 1).
"Tratamos de manter o estilo, seja contra qual adversário for. Mantemos uma constância de jogo, jogamos com o mesmo respeito", falou ele, que ajudou no fim das eliminatórias a classificar a Argentina para a Copa.
Quem dá esse estilo e essa constância ao Estudiantes é Verón, que prevê um "jogo muito duro e físico" contra o Pohang Steelers na estreia da equipe argentina -o adversário já passou com um 2 a 1 pelo TP Mazembe, o representante africano no Mundial deste ano.
Indagado se a pressão de ser favorito poderia complicar as coisas para o Estudiantes, que defende o tabu sul-americano na disputa -nunca um time do continente ficou de fora da decisão-, ele inverteu a situação.
"Praticamos um dos melhores esportes e fazemos isso num lugar como esse. Creio que é um privilégio", falou ele, que disse que pressão quem deve sentir são os pedreiros que acordam cedo e que não sabem bem como será o final do mês.
"Tenho a cabeça de 34 [anos] e a força dos 20. Me sinto assim, com as mesmas ganas. Disputo algo tão importante com o clube em que me formei e no qual sigo o meu pai. Este é o momento. Eu o desfruto muito. É como se tivesse 20 anos", falou Verón, que classifica o Barcelona, favorito ao título, como o melhor time do planeta hoje.
"Para mim é o melhor. Faz bem tudo, realmente. Dá gosto de vê-lo jogar. Sobre Messi, chegou neste ano a um nível impressionante", falou ele sobre o possível rival da decisão.


NA TV - Pohang x Estudiantes
Bandeirantes, ESPN Brasil e Sportv, ao vivo, às 14h



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