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Libertadores respira o novo em 2010
Argentina, do campeão inédito Banfield, não terá nenhum dos seus cinco grandes na disputa apenas pela terceira vez
Nacional, do Paraguai, quebra jejum de 63 anos e entra na chave do São Paulo; Corinthians pode enfrentar uma novidade colombiana
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
A Libertadores terá cinco
grandes clubes brasileiros e nenhum dos cinco considerados
grandes da Argentina. Isso é só
uma mostra de que o principal
torneio do continente em 2010
terá a marca do "novo", em especial para os estrangeiros.
Desde que foi criada, em
1960, apenas duas vezes a Libertadores não teve um desses
cinco times: Boca Juniors, Independiente, Racing, River Plate e San Lorenzo. Em 1969 e em
1983, a Argentina, país recordista de títulos (22), não foi representada por um de seus cinco mais tradicionais clubes.
Anteontem, quase uma revolução aconteceu na Argentina.
O Banfield pela primeira vez foi
campeão do país. O destaque do
time, que será cabeça de chave
do Grupo 6 da Libertadores, é o
atacante uruguaio Santiago Silva, o "Tanque" que virou piada
no Corinthians pela falta de
qualidade técnica -com 14
gols, foi goleador do Apertura.
Somados, Banfield, Colón,
Lanús e Newell's Old Boys,
quatro argentinos que estarão
na Libertadores-2010, têm dez
participações na história do
torneio -o São Paulo, por
exemplo, completará 15 edições jogadas no próximo ano.
As maiores apostas argentinas no torneio, pela tradição,
são Estudiantes e Vélez Sarsfield, que já venceram a disputa
continental. Porém dos cinco
brasileiros na Libertadores,
quatro possuem ao menos um
título da competição, e o Brasil
será representado pela primeira vez numa edição por suas
três maiores torcidas (Flamengo, Corinthians e São Paulo).
O cenário do "novo" não é exclusividade argentina na competição. Anteontem, por exemplo, o Nacional, do Paraguai,
conseguiu ser campeão nacional depois de 63 anos. O time,
que entrou na chave do São
Paulo na Libertadores, tem
apenas quatro participações
em Libertadores no currículo.
Assim como o Banfield, o Nacional paraguaio foi campeão
sem vencer. Segurou um 0 a 0
com o Olimpia, único time paraguaio que venceu a Libertadores, e ficou com o título. O
Banfield caiu por 2 a 0 diante
do poderoso Boca Juniors na
temida Bombonera (time e estádio lendários fora da Libertadores) no seu jogo do título.
Outro campeão que saiu no
fim de semana na América do
Sul foi o Universitario, do Peru.
O clube é dos mais tradicionais
no país, mas não levantava a taça havia nove anos. O Universitario, que jogará no Grupo 4,
encabeçado pelo Lanús, vem
sofrendo com sérios problemas
econômicos -saiu da "fila" no
país quase como o Flamengo.
O próprio regulamento da Libertadores deste ano trouxe
uma novidade: dois segundos
colocados na fase de grupos não
irão ao mata-mata porque San
Luis e Chivas, do México, já estão garantidos nas oitavas de final, uma compensação pela saída polêmica do torneio deste
ano ano devido à gripe suína.
Quando foi realizado o sorteio da Libertadores, em novembro, apenas 22 dos 40 clubes participantes da competição estavam definidos. Agora,
as lacunas nos grupos são apenas de mexicanos e colombianos -com 40 times, a edição de
2010 será a maior da história.
Falta saber quem é o Colômbia 2, um adversário do Corinthians, e os Méxicos 2 e 3 -o
número 2 pegará o São Paulo e
o número 3 jogará a primeira
fase, o primeiro mata-mata. O
campeão colombiano também
pode ser inédito: o Atlético
Huila, que decidirá o título nacional com o Independiente
Medellín. Quem vencer será
um dos rivais corintianos.
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