São Paulo, terça-feira, 15 de dezembro de 2009

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Libertadores respira o novo em 2010

Argentina, do campeão inédito Banfield, não terá nenhum dos seus cinco grandes na disputa apenas pela terceira vez

Nacional, do Paraguai, quebra jejum de 63 anos e entra na chave do São Paulo; Corinthians pode enfrentar uma novidade colombiana

RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

A Libertadores terá cinco grandes clubes brasileiros e nenhum dos cinco considerados grandes da Argentina. Isso é só uma mostra de que o principal torneio do continente em 2010 terá a marca do "novo", em especial para os estrangeiros.
Desde que foi criada, em 1960, apenas duas vezes a Libertadores não teve um desses cinco times: Boca Juniors, Independiente, Racing, River Plate e San Lorenzo. Em 1969 e em 1983, a Argentina, país recordista de títulos (22), não foi representada por um de seus cinco mais tradicionais clubes.
Anteontem, quase uma revolução aconteceu na Argentina. O Banfield pela primeira vez foi campeão do país. O destaque do time, que será cabeça de chave do Grupo 6 da Libertadores, é o atacante uruguaio Santiago Silva, o "Tanque" que virou piada no Corinthians pela falta de qualidade técnica -com 14 gols, foi goleador do Apertura.
Somados, Banfield, Colón, Lanús e Newell's Old Boys, quatro argentinos que estarão na Libertadores-2010, têm dez participações na história do torneio -o São Paulo, por exemplo, completará 15 edições jogadas no próximo ano.
As maiores apostas argentinas no torneio, pela tradição, são Estudiantes e Vélez Sarsfield, que já venceram a disputa continental. Porém dos cinco brasileiros na Libertadores, quatro possuem ao menos um título da competição, e o Brasil será representado pela primeira vez numa edição por suas três maiores torcidas (Flamengo, Corinthians e São Paulo).
O cenário do "novo" não é exclusividade argentina na competição. Anteontem, por exemplo, o Nacional, do Paraguai, conseguiu ser campeão nacional depois de 63 anos. O time, que entrou na chave do São Paulo na Libertadores, tem apenas quatro participações em Libertadores no currículo.
Assim como o Banfield, o Nacional paraguaio foi campeão sem vencer. Segurou um 0 a 0 com o Olimpia, único time paraguaio que venceu a Libertadores, e ficou com o título. O Banfield caiu por 2 a 0 diante do poderoso Boca Juniors na temida Bombonera (time e estádio lendários fora da Libertadores) no seu jogo do título.
Outro campeão que saiu no fim de semana na América do Sul foi o Universitario, do Peru. O clube é dos mais tradicionais no país, mas não levantava a taça havia nove anos. O Universitario, que jogará no Grupo 4, encabeçado pelo Lanús, vem sofrendo com sérios problemas econômicos -saiu da "fila" no país quase como o Flamengo.
O próprio regulamento da Libertadores deste ano trouxe uma novidade: dois segundos colocados na fase de grupos não irão ao mata-mata porque San Luis e Chivas, do México, já estão garantidos nas oitavas de final, uma compensação pela saída polêmica do torneio deste ano ano devido à gripe suína.
Quando foi realizado o sorteio da Libertadores, em novembro, apenas 22 dos 40 clubes participantes da competição estavam definidos. Agora, as lacunas nos grupos são apenas de mexicanos e colombianos -com 40 times, a edição de 2010 será a maior da história.
Falta saber quem é o Colômbia 2, um adversário do Corinthians, e os Méxicos 2 e 3 -o número 2 pegará o São Paulo e o número 3 jogará a primeira fase, o primeiro mata-mata. O campeão colombiano também pode ser inédito: o Atlético Huila, que decidirá o título nacional com o Independiente Medellín. Quem vencer será um dos rivais corintianos.


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