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Ministério quer levar Caravanas do Esporte a cidades miseráveis do país
O Fome Zero da bola
FÁBIO VICTOR
DO PAINEL FC
Sintonizado com o espírito itinerante do governo petista de
Luiz Inácio Lula da Silva, o Ministério do Esporte quer pôr em prática um projeto que leve atividades esportivas aos recantos mais
miseráveis do Brasil.
Idealizado por uma comissão
criada a pedido de Lula para apresentar propostas para o setor -o
chamado "grupo de notáveis"-,
o programa foi batizado de Caravanas do Esporte.
Dentre as muitas sugestões encaminhadas ao ministério, essa
foi uma das que mais agradaram
ao novo titular da pasta, Agnelo
Queiroz (PC do B).
Pelo projeto original, as Caravanas do Esporte seriam compostas
de um caminhão, um ônibus e
uma van, que transportariam material esportivo (bolas, cestas, redes de vôlei e tênis, uniformes
etc.) e profissionais capacitados
para ensinar as crianças carentes a
prática de esportes.
O grupo ficaria cerca de uma semana em cada cidade contemplada. "Na praça principal, se instalam quadras de tênis, vôlei e basquete. No rio, os barcos e caiaques com instrutores. No campo de futebol, põem-se redes nas balizas e
se organizam escolinhas. Nas escolas, os professores ministram
aulas práticas para os professores
locais e fazem ginástica e capoeira
com os alunos", diz a proposta.
As noites ficariam reservadas
para palestras, shows musicais e
exibições de filmes e vídeos com
temas ligados ao esporte.
Findo o período, parte do material seria deixada no município,
sob responsabilidade de professores e recreadores locais. Após três
meses, representantes do projeto
retornariam àquela cidade para
medir o impacto da experiência e,
quando necessário, repor o material ou reforçar as aulas.
Além dos professores, as caravanas seriam compostas de esportistas de renome, como forma de atrair a atenção do público.
A proposta prevê a realização de
24 viagens por ano (duas por
mês) e prioridade às regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste -a
estimativa é que se atinja cerca de
200 cidade em um ano.
O documento sugere que a verba para as caravanas saiam da rubrica "Projeto Esporte de Criação
Nacional e Identidade Cultural",
que já teria dotação destinada para este ano no ministério.
Mas Agnelo Queiroz diz que,
para viabilizar o projeto, o ministério terá de fazer parcerias com a
iniciativa privada, com governos
estaduais e municipais e com entidades esportivas, além de recorrer à ajuda de atletas famosos, "entre eles os que fizeram a proposta" (Sócrates, Paula, Ana Mozer, Raí e Wladimir são os esportistas que integraram a comissão).
"O projeto faz parte da filosofia e das prioridades que estão norteando o novo ministério, que busca fazer do esporte um instrumento de inclusão social, possibilitando o acesso de milhares de crianças e jovens à atividade esportiva e tirando-os do ócio a que são relegados", disse o ministro.
Ele não fixou, porém, um prazo para iniciar o programa nem tampouco falou em metas ou valores.
"Vamos unir todos os esforços
para que as Caravanas do Esporte
possam ser postas em prática o
mais rápido possível."
As caravanas constam do documento "Por uma Política de Esportes e Atividade Física no Brasil", entregue pessoalmente a Lula
em dezembro e cujo teor permaneceu inédito até agora.
O próprio presidente se encarregou de repassar a proposta ao
seu ministro do Esporte.
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