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Nery falta e expõe início conturbado no Corinthians
Sumiço do lateral-esquerdo obriga Leão a improvisar nas
duas laterais na antevéspera da estréia do time no Paulista
Após uma derrota eleitoral
inédita, presidente tem que
apagar incêndio pelo atraso
de salários e ainda espera o
desfecho da novela Nilmar
LUÍS FERRARI
DA REPORTAGEM LOCAL
A dois dias da estréia no Paulista, o Corinthians encarou
ontem mais um revés neste início de temporada: o lateral-esquerdo Gustavo Nery não apareceu no Parque São Jorge.
O contratempo é a oitava
derrota do clube fora do campo
nos últimos oito dias e ilustra
que a situação em 2007 não está muito mais calma do que
aquela enfrentada pelo time alvinegro na temporada passada.
No fim da tarde de ontem, o
Corinthians divulgou uma nota
oficial informando que foi procurado pelo agente de Nery,
que negocia sua saída do clube
-razão pela qual faltou ontem.
De acordo com o texto, o diretor de futebol, Edvar Simões,
disse que a atitude do jogador
será considerada como falta.
A ausência do atleta, cujo
afastamento da partida de estréia no Estadual amanhã contra a Ponte Preta é dada como
certa por cartolas do clube, minou o esquema que Leão vinha
usando na pré-temporada.
A permanência no interior
paulista, aliás, terminou no sábado passado, antes da data inicialmente prevista, e sem que
justificativas fossem alegadas.
Único especialista da posição
no elenco desde a saída de César, Nery teve sua vaga na esquerda ocupada por Édson, que
é lateral-direito de origem e viu
sua função ser exercida por um
improvisado Bruno Octávio
(volante) no coletivo de ontem.
Nery foi o segundo titular
que o time perdeu nos últimos
cinco dias. Na semana passada,
após Leão ter afirmado que escalaria o atacante Nilmar como
titular contra a Ponte, o estafe
do jogador foi "resgatá-lo" da
concentração em Jarinu (a 71
km da capital paulista).
Nem o fato de o clube ter trocado de advogado no caso sobre
o atacante, que tramita na Fifa,
motivou o retorno de Nilmar
aos treinos de ontem.
Agora, além do caso deste jogador, o presidente Alberto
Dualib terá que dar uma solução ao episódio de Nery, que, no
ano passado, também alegou
estar em negociação com o futebol europeu (turco, na ocasião), para desfalcar a equipe.
Não é o melhor momento político para o dirigente, que digere sua primeira derrota eleitoral no Corinthians desde que
assumiu o cargo, em 1993.
Anteontem, liderada pelo ex-aliado Andrés Sanchez, a oposição emplacou cem conselheiros ao derrotar a chapa de Dualib -que, na campanha, perdera o direito de veicular uma peça publicitária na TV Globo.
Não bastassem essas dificuldades, o Corinthians ainda tem
pela frente um outro problema,
o atraso de salários do elenco.
Na segunda-feira passada, o
volante Marcelo Mattos foi o
primeiro a se manifestar publicamente sobre os atrasos. Dias
mais tarde, o atacante Amoroso, em entrevista à Folha, defendeu a criação de uma comissão de jogadores para negociar
pendências com a direção.
Ontem, o volante Magrão
minimizou os atrasos e disse
confiar nos pagamentos. Ele
repetiu que tem interesse em
ficar e que espera um desfecho
favorável nas negociações entre o Corinthians e o Yokohama Marinos, clube japonês que
tem um crédito a receber dos
brasileiros pelo empréstimo.
Magrão, que aplicou uma cotovelada no meia Daniel e depois pediu desculpas ontem, falou também que o elenco tenta
ficar focado só no aspecto esportivo e que a conturbada situação extracampo não influencia a motivação do elenco
para a estréia no Paulista.
Para Édson, que afirmou
preferir atuar na sua posição de
origem, mas disse ter vontade
de ajudar o Corinthians da forma necessária, o atraso nos pagamentos ainda não é crítico.
Indagado sobre dificuldades financeiras, ele disse contar com
algumas economias.
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