São Paulo, domingo, 16 de janeiro de 2011

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PAULO VINICIUS COELHO

A decisão do Palmeiras

O clube define se volta a ser um time que disputa títulos ou se vai ver seus rivais se distanciarem

MUSTAFÁ CONTURSI passou o início de janeiro fazendo campanha por Arnaldo Tirone, enquanto o candidato à presidência do Palmeiras viajava pelos EUA. Dentro do clube, Mustafá atacou Paulo Nobre e tratou-o como "Belluzzinho". Disse que o Palmeiras pode se arrepender se eleger o mais jovem dos três candidatos, tanto quanto hoje se arrepende por eleger Belluzzo em 2009.
O ataque de Mustafá mostra como Paulo Nobre ganhou importância nos últimos meses. Primeiro Nobre engoliu Salvador Hugo Palaia. Depois, começou a ameaçar Tirone. Embora o candidato de Mustafá continue favorito, há quem garanta que a diferença já não supera os dez votos.
Palaia costumava dizer que a juventude dava a Paulo Nobre o tempo suficiente para tentar a presidência em eleições futuras.
O comentário produziu uma análise perfeita, do personagem que ofereceu as maiores alegrias dos palmeirenses nas últimas décadas: "Quem não tem mais tempo é o Palmeiras!".
Os pouco mais de 280 eleitores têm a responsabilidade imensa de entender que, na quarta-feira, o Palmeiras decide se quer voltar a ser um time de futebol que dispute títulos ou se pretende passar mais algumas décadas com a cabeça enfiada na terra, para não ver como São Paulo, Corinthians e Santos se distanciaram.
Se Arnaldo Tirone pode ser um bom presidente? Só se der seu grito de independência em relação a Mustafá Contursi e aos também ex-presidentes Afonso Della Monica e Carlos Facchina. O discurso dos quatro aponta apenas para a dívida deixada por Belluzzo. Falam em mais de R$ 150 milhões -Belluzzo diz que são menos de R$ 80 milhões.
A solução para eles parece ser uma nova política do bom e barato, sem perceber que, no futebol de hoje, ninguém se torna grande gastando muito nem gastando pouco. Torna-se grande arrecadando mais. E gastando certo. Paulo Nobre parece mais próximo de entender isso.
A conversa fiada também esquece que o déficit de Belluzzo inclui R$ 33 milhões de dívida fiscal deixados por Mustafá. E a reforma da Academia, feita na gestão Della Monica, período em que Palaia foi diretor de futebol. Palaia, que hoje nem chega a ser decorativo, soma mais uma falácia, ao afirmar: "Essa diretoria, que agora apoia Paulo Nobre, é a mesma que contratou mais de 80 jogadores". Dedo apontado para Gilberto Cipullo, que apoia Nobre. Palaia se esquece que Nobre nunca fez parte dessa diretoria da qual ele próprio é vice-presidente.

pvc@uol.com.br


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