DA REPORTAGEM LOCAL

Antônio Lopes, por enquanto, está salvo. Graças a Ricardinho. Com um golaço do meia, o Corinthians venceu o Deportivo Cali na estréia da Libertadores por 1 a 0, na Colômbia, e aliviou a situação do treinador, ameaçado no cargo.
Foi a primeira vitória corintiana em território estrangeiro desde 2003, quando o time bateu o The Strongest, por 2 a 0, também pelo principal interclubes da América.
Agora, o clube paulista divide a liderança do Grupo 4 com a Universidad Católica, do Chile, que bateu o mexicano Tigres por 3 a 2.
O Corinthians enfrenta os chilenos na próxima quarta-feira, em São Paulo, pelo primeiro lugar.
A vitória corintiana só veio aos 35min do segundo tempo, quando os brasileiros jogavam com um homem a mais, mas tinham dificuldade para criar jogadas que levassem perigo ao gol adversário.
O treinador, preocupado com as últimas atuações do sistema defensivo, sacou o zagueiro Marinho do time titular e colocou Wescley ao lado de Betão.
Com a cabeça a prêmio, o técnico armou sua equipe para marcar a saída de bola dos colombianos. A estratégia se mostrou certa. O Deportivo tinha dificuldade na armação ofensiva e isso facilitava as ações do ataque corintiano.
O problema eram as finalizações. A altitude de 2.600 m de Cali somada à bola da Libertadores, considerada leve pelos atletas, nitidamente atrapalhavam os jogadores do time brasileiro.
Bem marcados, Tevez e Nilmar pouco participavam do jogo. Apesar do domínio, faltava objetividade ao Corinthians.
O principal astro corintiano, aliás, sofreu entradas duras dos rivais e era vaiado pela torcida local quando pegava na bola.
Os colombianos só assustavam nas jogadas de bola parada. Após cobrança de escanteio, o zagueiro Rivas perdeu gol feito.
No banco, o ameaçado Lopes gritava desesperadamente, tentando ajustar o posicionamento de seus comandados.
O técnico foi à loucura também quando o zagueiro Caballero salvou, quase em cima da linha, gol certo em chute de Carlos Alberto.
O desespero de Lopes só não foi maior porque o goleiro Marcelo, em boa defesa, evitou que a equipe da casa abrisse o placar.
O treinador não alterou a equipe na etapa final. Da mesma forma, Tevez continuou sendo caçado em campo e reclamava com o árbitro Horacio Elizondo.
A equipe alvinegra seguia melhor na partida, mas os berros do treinador não cessavam. Principalmente com os erros em saída de bola de seus estabanados zagueiros, que quase permitiram que os rivais abrissem o placar.
As coisas ficaram mais fáceis para os corintianos quando, aos 18min, Rivas fez falta violenta em Nilmar e foi expulso. Com um a mais, Lopes tirou Carlos Alberto, que fazia boa partida, e colocou o atacante Rafael Moura.
Ganhou mais motivos para soltar a voz. Com apenas Ricardinho na armação do time, os atacantes eram pouco acionados.
Para sorte do treinador, porém, Ricardinho foi ao ataque. Em grande jogada individual, ele passou por um adversário, invadiu a área, cortou um zagueiro, e tocou na saída do goleiro para fazer 1 a 0.
O meia corintiano ainda deixou Rafael Moura na frente do goleiro Ramírez, mas o atacante perdeu o gol ao tentar driblá-lo.
O Corinthians volta a jogar no domingo, pelo Paulista -ocupa a sexta posição-, contra o Mogi Mirim, fora de casa.


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