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nova mídia
Barato, calção vira outdoor de cuecas
Empresas afirmam que o retorno é compensador e o custo, pequeno
Três das maiores fabricantes de cuecas do país travam disputa fora do campo por exposição em uniformes, mesmo que só por um jogo
Mastrangelo Reino/Folha Imagem
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Dinei, do líder Guaratinguetá, cabeceia bola em treino para enfrentar a Ponte Preta, vice-líder |
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Para os fabricantes brasileiros de cueca, a mídia do momento é a bunda. Nos uniformes dos jogadores de futebol.
Com preços em conta, e fartas oportunidades de conseguir
o espaço por apenas um jogo
que tenha bastante visibilidade, os calções de clubes de portes variados viraram outdoors
ambulantes de grandes empresas do segmento de underwear,
como Lupo, Mash e Zorba.
A primeira tem 15 clubes sob
contrato em cinco Estados, entre eles o Guaratinguetá, líder
do Paulista, e a Ponte Preta, segunda colocada na competição.
Também se interessa por patrocínios para apenas um jogo,
a especialidade da Mash.
A empresa já colocou sua
marca nos calções do Figueirense na final da Copa do Brasil
de 2007 e nos do América-RJ
nos clássicos contra Flamengo
e Fluminense no atual Estadual
do Rio. Em 2007, quando Romário teve a possibilidade de
fazer o milésimo gol (segundo
as contas do próprio atacante),
contra o Gama, investiu no clube do Distrito Federal.
"Se ele fizesse, seria ótimo
para a marca. Se não [como
aconteceu], seria ótimo para fazer marketing do produto", diz
Fabiana de Paula, coordenadora de marketing da Mash, brincando com uma das funções da
""cueca para o homem".
Em 2007 e 2008, a Mash vai
gastar R$ 1,5 milhão em patrocínios de calções. É o mesmo
valor previsto pela Lupo para
investimentos neste ano.
Como os recursos são divididos por vários clubes e por jogos esporádicos, dificilmente
uma agremiação recebe mais
de R$ 50 mil dos fabricantes de
cuecas por seus calções. Para as
empresas, sai bem mais em
conta do que o tradicional espaço no peito das camisas.
"Para nós só interessa o calção. Os preços são bons, e o retorno, também", diz Fabiana.
E, além do preço, os fabricantes de cuecas têm outros motivos para priorizar essa parte do
corpo. "Somos uma marca de
underwear masculina. É natural estampar nossa marca no
calção", comenta a coordenadora de marketing da Mash.
"O calção é a parte lisa do
uniforme, sem números, nomes ou listras", afirma Valquirio Cabral Júnior, diretor comercial da Lupo, que calcula o
retorno de mídia na propaganda dos calções em 20 vezes o valor investido. O executivo também cita características do jogo
para priorizar os calções. "O futebol é jogado com os pés, e eles
estão mais próximos do calção
do que a camisa", argumenta.
A rotatividade entre clubes e
empresas é grande. O Guaratinguetá já mostrou no seu calção a marca da Mash, mas hoje
ostenta a da Lupo. O Marília fez
o caminho inverso.
A eficácia da propaganda nos
calções é tema de polêmica no
marketing esportivo. ""Acho inteligente essas marcas estarem
onde estão. O local tem tudo a
ver com eles. A visibilidade é
boa", diz José Carlos Brunoro,
homem da Parmalat quando a
empresa investia no futebol.
""Não faria, não acho legal como forma de comunicação.
Acho feio e é uma parte que suja rapidamente. O jogador cai, e
logo está sujo o calção. Não tem
em nenhum lugar do mundo",
fala Marco Aurélio Klein, professor de marketing esportivo
da Fundação Getúlio Vargas.
Colaborou EDUARDO OHATA, da Reportagem
Local
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