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"Anabolizante" de Ronaldo demite médico da CBF
Para Ricardo Teixeira, que deu a ordem, declaração do ex-coordenador de dopagem afetaria a imagem do atacante
Bernardino Santi sustenta que não visava o jogador com seus comentários, mas médicos holandeses; PSV diz que não comenta o caso
LUÍS FERRARI
DA REPORTAGEM LOCAL
Desde a eliminação da seleção pela França na Copa-06, o
atacante Ronaldo não voltou a
defender a seleção brasileira.
Apontado como um dos responsáveis pelo fiasco no Mundial alemão pelo presidente da
CBF, Ricardo Teixeira, o jogador, agora com grave lesão, foi
defendido pelo cartola.
Assim que soube das declarações de Bernardino Santi, que
relatou à Folha ter ouvido de
médicos holandeses que Ronaldo recebeu tratamento com
anabolizantes quando defendia
o holandês PSV, o presidente
da CBF determinou a imediata
demissão do médico do cargo
de coordenador da CBF do
controle de dopagem em SP.
Segundo a assessoria de imprensa da entidade, Teixeira
afirmou que um profissional
vinculado à entidade "não pode
tratar um atleta campeão do
mundo dessa maneira".
Santi, que trabalhou para a
CBF durante seis anos, disse
ontem que ficou "estupefato"
ao receber a notícia de seu desligamento. "Fui informado pelo coordenador nacional de dopagem, que recebeu uma ordem direta e expressa do Ricardo Teixeira de demissão sumária", contou o médico, que nem
sequer teve a oportunidade de
apresentar um argumento que
justificasse a declaração.
Ele nega que tenha desrespeitado Ronaldo com seus comentários. "Não foi nada disso,
em nenhum momento desrespeitei o atleta. Falei que ele tinha sido tratado na Holanda",
afirmou o médico, ontem.
Santi conta que não tentará
nenhuma medida para reaver o
cargo e diz agradecer a oportunidade que teve de trabalhar na
CBF. "Espero que eu possa
mostrar que não disse nada demais", finalizou o ortopedista e
especialista em controle de doping, que segue na Confederação Brasileira de Pugilismo.
Anteontem, o médico brasileiro afirmara à Folha: "Conversei com colegas da Holanda
que conhecem o pessoal do
PSV. Não cheguei a conversar
com os médicos do PSV. Eles
tinham suplementado o Ronaldo, que era muito franzino.
Dentro dessa suplementação
incluíam algumas substâncias
anabolizantes, que poderiam
eventualmente fazer ele crescer um pouco mais".
O clube holandês não quis se
pronunciar sobre o caso.
"Nenhum dirigente ou jogador daquela época permanece
no clube. O médico não tem declarações a fazer sobre o assunto. Ronaldo deixou o PSV há
quase 15 anos. Nosso estafe
médico não sabe o que aconteceu com ele depois disso", afirmou o gerente de comunicação
do clube, Pedro Hewitt.
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