São Paulo, segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

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Tumulto ocorre em área improvisada do estádio

DA REPORTAGEM LOCAL
DO PAINEL FC

Policiais e torcedores corintianos têm versões diferentes para o conflito no final do clássico. O certo é que a confusão ocorreu numa área improvisada para receber a torcida visitante. E que parte dela passou o jogo depredando o local.
A Folha acompanhou a partida no setor Visa reservado aos corintianos, que pagaram R$ 90. Lá viu cordas e madeiras usadas para separar corintianos e são-paulinos não uniformizados. Ao mesmo tempo, vidros à prova de bala dividiam a própria torcida do Corinthians.
Do lado de fora, o muro que servia de divisão foi completado com madeira.
Pouco antes da confusão, que deixou feridos, houve correria no setor Visa. Começou a chover, e a PM não permitia que os torcedores saíssem até que os são-paulinos deixassem o estádio. A multidão tentou forçar a passagem, mas foi contida.
Segundo torcedores feridos, foi algo semelhante que gerou o tumulto minutos depois, mas no setor das organizadas.
"A gente estava querendo se proteger da chuva. Ai ouvimos barulhos de bombas, e as pessoas começaram a correr. Vi crianças sendo pisoteadas", afirmou Marcos Amauri, atendido no Pronto-Socorro de Campo Limpo com ferimento numa das pernas.
O corredor da área destinada aos corintianos, que serve justamente como acesso às arquibancadas, estava mais estreito devido à construção de um muro, o que prejudica a circulação.
Para a PM, no entanto, foi uma bomba, provavelmente caseira, que iniciou o tumulto. "Jogaram uma bomba do estacionamento do estádio na direção da Gaviões da Fiel. Eles começaram a correr e atacaram um tenente. Só foram contidos com três bombas de efeito moral e de gás lacrimogêneo", afirmou o tenente-coronel Hervando Luiz Velozo.
Segundo ele, dois policiais ficaram feridos levemente.
A versão é contestada pela diretoria do São Paulo. Isso porque o estacionamento do qual teria sido jogada uma bomba é para diretores e proprietários de cadeiras cativas.
No posto médico do Morumbi, foram atendidos 31 torcedores. Oito foram encaminhados para hospitais. Além deles, outras vítimas procuraram por conta própria hospitais.
De acordo com Velozo, o socorro às vítimas foi prejudicado porque a equipe médica contratada pelo São Paulo já tinha deixado seu posto próximo ao local do tumulto quando ele aconteceu, por volta das 19h.
Torcedores feridos ficaram deitados nas arquibancadas esperando atendimento.
Antes da confusão, corintianos deixavam o estádio arrancando cadeiras e placas. Dois diretores do São Paulo reclamaram de terem seus carros danificados por uma mangueira do equipamento contra incêndio e uma cadeira.
"Esse episódio mostrou que estamos certos em diminuir o espaço dos visitantes. Não podemos expor nosso patrimônio", disse Marco Aurélio Cunha, vereador pelo DEM e superintendente do São Paulo.


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