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São Paulo, domingo, 16 de março de 2003

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FUTEBOL

Confronto na decisão do Paulista reacende rivalidade entre dirigentes e contagia atletas de Corinthians e São Paulo

Rixas fazem título virar questão de honra

DA REPORTAGEM LOCAL

Deixada em segundo plano por jogadores de Corinthians e São Paulo, que priorizam outras competições, a decisão do Paulista é apimentada por uma série de rivalidades, principalmente entre as diretorias dos dois clubes.
Para os dirigentes dos dois lados, o triunfo sobre o rival virou questão de honra, após seguidos desentendimentos nos últimos anos. A disputa jurídica pela vantagem em caso de igualdade nas finais só aumentou a tensão.
Também sobra rivalidade para os atletas por causa dos resultados dos últimos confrontos. No ano passado, o Corinthians bateu o rival nas semifinais da Copa do Brasil e na final do Rio-São Paulo.
O rancor alimentado entre as duas diretorias teve o seu momento de maior tensão no início do segundo semestre de 2002, quando o São Paulo começou a tentar contratar Ricardinho.
A polêmica terminou com o meia no Morumbi e com o clube do Parque São Jorge acusando o adversário de falta de ética.
Vira e mexe, o assunto volta à tona. Pouco antes de o Estadual começar, Carlos Augusto Barros e Silva, diretor de futebol do São Paulo, afirmou esperar que o Corinthians contratasse o goleiro Rogério para que o rival "se vingasse" e a "raiva" passasse.
Recentemente, nas semifinais do Paulista, o dirigente reacendeu a rivalidade dizendo que quem se classificasse no confronto entre Corinthians e Palmeiras, que se enfrentaram nas semifinais, seria vice-campeão.
Como resposta, ouviu de Antonio Roque Citadini, vice-presidente corintiano, que a provocação só seria respondida depois que ele ouvisse a versão de Márcio Aranha, vice de futebol são-paulino, desafeto de Barros e Silva.
Pouco antes, Citadini cutucara os rivais ao afirmar que no Corinthians não havia pressão para derrubar o treinador, como em outros clubes da cidade. Desde que assumiu, Oswaldo de Oliveira sofre severas críticas de dirigentes são-paulinos, Aranha entre eles.
Outro responsável por uma das recentes polêmicas entre os dois clubes, o volante Vampeta voltou a atacar nesta semana.
Ele declarou o rival favorito para vencer a final do Estadual.
"A obrigação de vencer é do São Paulo. Os jogadores de lá estão com o Corinthians atravessado na garganta por causa das nossas vitórias nos últimos jogos", disse.
Os recados para o rival começaram a ser mandados por Vampeta pouco minutos depois da vitória por 4 a 2 sobre o Palmeiras que levou o clube às finais.
"Sou corintiano e sempre vou fazer tudo o que eu puder fazer para derrubar o São Paulo."
Depois, Vampeta completou afirmando que só pensa "em atropelar" o clube do Morumbi.
No ano passado, o volante corintiano provocou o rival ao chamar os são-paulinos de "bambis", afirmando que até o meia Ricardinho se referia dessa forma ao seu atual time quando ainda defendida o Corinthians.
Em 2002, os são-paulinos se irritaram com as provocações feitas pelo jogador adversário, mas agora eles tentam se controlar.
"O Vampeta é um artista e sabe muito bem fazer isso [provocações" para respondermos. Mas temos que ficar quietos porque realmente nós perdemos duas disputas com eles no ano passado. Temos que nos concentrar", declarou o atacante Reinaldo.
No Parque São Jorge, Vampeta não é o único a dar declarações que podem irritar os inimigos. Em sua primeira participação no Estadual de SP, o atacante Liedson já dá suas cutucadas.
"Nunca fui campeão como profissional, mas tenho certeza que vou vencer este Campeonato Paulista", declarou Liedson.
Gil, que no ano passado chamou a zaga são-paulina de lenta, desta vez fugiu de polêmicas.
(MARÍLIA RUIZ E RICARDO PERRONE)

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