São Paulo, quinta-feira, 16 de março de 2006

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FUTEBOL

Time não sai do 0 contra Rosario Central, perde chance de liderar grupo e fica em situação perigosa na Libertadores

Palmeiras patina diante de argentinos

DA REPORTAGEM LOCAL

O jeitinho (com) argentino do técnico Emerson Leão não deu muito certo. Diante dos rivais que mais abomina no futebol, seu time fez feio ontem à noite.
Não passou de um modorrento 0 a 0 com o Rosario Central e acionou as incômodas "cornetas" por todo o Parque Antarctica.
O placar deixou o Palmeiras em segundo lugar no Grupo 7 da Libertadores, com cinco pontos, um atrás do Nacional de Medellín, e permitiu aos argentinos, que vinham de duas derrotas, somar seu primeiro ponto.
Mas o empate teve sabor amargo. No segundo turno da chave, os palmeirenses só farão um jogo em São Paulo. O time volta a jogar pela Libertadores justamente contra o adversário de hoje, na Argentina, no próximo dia 23.
O script de ontem foi semelhante ao visto em quase todos os outros confrontos do Palmeiras em 2006. Um time sem criatividade, com dois meias (Correa e Marcinho) que pouco articulam e dois atacantes isolados.
Resultado: vaias da torcida e jogadores nervosos em campo. A vítima dos impacientes palmeirenses ontem era o atacante Enílton, que, quando pegava na bola, ouvia os apupos ecoarem pelo Parque Antarctica.
Justiça seja feita a Edmundo. O ídolo palmeirense, quando conseguia participar do jogo, dava um toque de classe ao time. Mas era muito pouco.
A inércia da equipe irritava o técnico Emerson Leão. Do banco, queixava-se que o time estava muito recuado e gritava para o ala Paulo Baier avançar. Os argentinos, bem ao modo que os caracterizam, marcavam duro, provocavam, batiam e levavam o troco.
Sem resposta satisfatória no 3-5-2, Leão mudou para o 4-4-2. Sacou o ineficiente Baier, que não atacou nem marcou, e colocou o meia Ricardinho. Correa foi para a lateral direita. O zagueiro Douglas também saiu para a entrada do volante Alceu.
O time passou a conseguir, ao menos, chegar ao gol dos rivais. Em menos de dez minutos, criou mais do que nos 45 minutos iniciais. O bom momento não comportava o perseguido Enílton, substituído por Washington.
O efeito colateral é que o Palmeiras ficou ainda mais exposto. Os argentinos, em rápidos contragolpes, chegavam com facilidade, mas a precária habilidade do time do Rosario evitou o pior.
A preocupação defensiva fez com que os brasileiros reduzissem o ímpeto ofensivo inicial.
Leão pedia a seus atletas que parassem os adversários no campo de ataque. Em vão.
A torcida, que apoiou a equipe na maior parte do confronto, soltou a garganta para vaiar o time ao apito final do juiz.
Novo encontro com os insatisfeitos torcedores está marcado para o próximo domingo, quando a equipe, que luta pelo título estadual contra São Paulo e Santos, recebe a Ponte Preta.


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