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Operários, agora, param obra no autódromo
Trabalhadores querem 15% de aumento salarial e melhores condições no canteiro para continuar a construir parque aquático
SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO
Operários que trabalham na
construção do Parque Aquático
Maria Lenk, no autódromo de
Jacarepaguá (zona oeste), suspenderam as obras ontem.
No início da tarde, cerca de
800 homens deixaram o canteiro em protesto contra as más
condições de trabalho e pedindo equiparação salarial com os
operários do Estádio Olímpico
João Havelange, no Engenho
de Dentro (zona norte).
Esta foi a segunda manifestação de trabalhadores em obras
do Pan desde o início do mês.
No dia 2, cerca de cem homens interromperam o trabalho por um dia no estádio olímpico. Na semana seguinte, as
reivindicações foram atendidas
pelo consórcio daquela obra.
Além de pedirem aumento
de 15%, os operários apontaram irregularidades no canteiro -de comida ruim a ausência
de médicos de plantão. "Trabalhamos numa obra caríssima
para receber um salário deste.
Fica difícil", disse o servente
Rogério de Oliveira dos Santos,
que ganha R$ 600 por mês e
trabalha dez horas por dia.
Orçado em R$ 75 milhões, o
parque aquático faz parte do
Complexo Esportivo do Autódromo, que terá também um ginásio e um velódromo. As outras duas obras, em poder de
outras construtoras, não foram
interrompidas ontem.
Depois de reunião com as
construtoras Delta e Sanerio,
os operários decidiram trabalhar no turno da noite. Hoje à
tarde, farão assembléia para
ouvir a resposta do consórcio a
suas reivindicações.
""Espero que a resposta seja
proveitosa. Caso aconteça uma
greve, será difícil para o consórcio cumprir o prazo de entrega", disse o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da
Construção Pesada do Estado
do Rio, Nilson Duarte Costa,
que ameaçou paralisação em
outras obras do Pan. A entrega
da obra está prevista para abril.
O secretário municipal de
Obras, Eider Dantas, disse que
o ato dos operários faz parte da
""negociação da categoria por
aumento". Mesmo assim, falou
que a prefeitura estuda a "importação" de trabalhadores de
outros Estados, se a obra for paralisada por uma greve.
""Podemos buscar operários
em Minas Gerais, São Paulo e
Paraná. As empreiteiras têm
funcionários capacitados lá e
não encareceria muito o nosso
trabalho", afirmou Dantas.
Até o fechamento desta edição, responsáveis pela Delta e a
Sanerio não foram localizados.
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