São Paulo, sexta-feira, 16 de março de 2007

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Operários, agora, param obra no autódromo

Trabalhadores querem 15% de aumento salarial e melhores condições no canteiro para continuar a construir parque aquático

SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO

Operários que trabalham na construção do Parque Aquático Maria Lenk, no autódromo de Jacarepaguá (zona oeste), suspenderam as obras ontem.
No início da tarde, cerca de 800 homens deixaram o canteiro em protesto contra as más condições de trabalho e pedindo equiparação salarial com os operários do Estádio Olímpico João Havelange, no Engenho de Dentro (zona norte).
Esta foi a segunda manifestação de trabalhadores em obras do Pan desde o início do mês.
No dia 2, cerca de cem homens interromperam o trabalho por um dia no estádio olímpico. Na semana seguinte, as reivindicações foram atendidas pelo consórcio daquela obra.
Além de pedirem aumento de 15%, os operários apontaram irregularidades no canteiro -de comida ruim a ausência de médicos de plantão. "Trabalhamos numa obra caríssima para receber um salário deste. Fica difícil", disse o servente Rogério de Oliveira dos Santos, que ganha R$ 600 por mês e trabalha dez horas por dia.
Orçado em R$ 75 milhões, o parque aquático faz parte do Complexo Esportivo do Autódromo, que terá também um ginásio e um velódromo. As outras duas obras, em poder de outras construtoras, não foram interrompidas ontem.
Depois de reunião com as construtoras Delta e Sanerio, os operários decidiram trabalhar no turno da noite. Hoje à tarde, farão assembléia para ouvir a resposta do consórcio a suas reivindicações.
""Espero que a resposta seja proveitosa. Caso aconteça uma greve, será difícil para o consórcio cumprir o prazo de entrega", disse o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Pesada do Estado do Rio, Nilson Duarte Costa, que ameaçou paralisação em outras obras do Pan. A entrega da obra está prevista para abril.
O secretário municipal de Obras, Eider Dantas, disse que o ato dos operários faz parte da ""negociação da categoria por aumento". Mesmo assim, falou que a prefeitura estuda a "importação" de trabalhadores de outros Estados, se a obra for paralisada por uma greve.
""Podemos buscar operários em Minas Gerais, São Paulo e Paraná. As empreiteiras têm funcionários capacitados lá e não encareceria muito o nosso trabalho", afirmou Dantas.
Até o fechamento desta edição, responsáveis pela Delta e a Sanerio não foram localizados.


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