São Paulo, sexta-feira, 16 de abril de 2004

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BOXE

Festival de pesados

EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL

Don King promove amanhã dois combates válidos por cinturões de pesos-pesados.
Porém o "verdadeiro", ou pelo menos mais importante, título da categoria máxima será disputado na próxima semana, quando o ucraniano Vitali Klitschko pegar o sul-africano Corrie Sanders.
Trata-se do mesmo cinturão (do CMB) que o britânico Lennox Lewis deixou vago ao se aposentar (o da AMB e o da FIB não perdeu no ringue, mas no tapetão).
Klitschko foi o último -e um dos mais difíceis adversários da carreira de Lewis. Muitos achavam que o ucraniano ia vencer o inglês se não fosse o combate ter sido interrompido pela médica.
Sanders é o azarão, mas vem credenciado por ter batido no ano passado o irmão de Vitali, Wladimir, que vinha sendo indicado como o "próximo grande pesado".
Ou seja, o combate entre pesos-pesados realmente relevante do ponto de vista histórico será disputado só na próxima semana.
Mas as lutas da programação organizada amanhã pelo dinâmico promotor dos cabelos arrepiados não deixam de ser intrigantes -à sua própria maneira.
Um dos confrontos de amanhã, entre John Ruiz e Fres Oquendo, não deixa de ser histórico. Trata-se da primeira decisão de títulos entre dois latinos, um norte-americano de origem porto-riquenha (Ruiz) e outro lutador realmente natural daquela ilha (Oquendo).
O outro combate válido por cinturão dos pesos-pesados (desta vez o da FIB) será entre Chris Byrd e o polonês Andrew Golota.
A volta de Golota ao ranking, na 15ª posição, depois de o combate ter sido anunciado, provocou indignação, inclusive da parte de Al Certo, seu ex-treinador.
Afinal, argumentava-se que Golota, após ter sido derrotado por Mike Tyson, há quatro anos, fez só mais duas lutas, contra Terrence Lewis (31 vitórias, 13 derrotas e 1 empate) e Brian Nix (18 vitórias, 10 derrotas), o que dificilmente justificaria ranqueamento.
A federação alega que a queda de outros lutadores permitiu a reentrada do imprevisível Golota, que perdeu duas lutas quase ganhas para Riddick Bowe ao ser desclassificado por golpes baixos.
"Um leopardo não troca suas manchas. Andrew foi um idiota! Ele não conseguiu acabar seu trabalho quando teve a chance! O que faz ele acreditar que conseguirá agora? Quem sabe o que ele vai fazer contra Byrd?", reclamou Certo, que, ao dirigir Golota contra Mike Tyson, tentou recolocar o protetor na boca do polonês e convencê-lo a retornar para o terceiro assalto, o que não fez.
Byrd, por sua vez, faz parte de uma tendência, acredito, momentânea do boxe internacional. É um peso-pesado cuja origem reside nas categorias menores.
Por conta disso, não é realmente um pegador, chama mais a atenção por conta de sua técnica (guardadas as proporções, seria mais ou menos um Pernell Whitaker peso-pesado). Assim como ele, há também na mesma situação Roy Jones Jr. e James Toney.
E, só para citar, na semana passada, pelo cinturão da OMB, Lamon Brewster (EUA) nocauteou o Klitschko em torno do qual havia maior expectativa: Wladimir.

Vale tudo
Representante do K-1 (mais tradicional competição de luta em pé), Sergio Batarelli informou ontem que o ex-campeão dos pesos-pesados Mike Tyson finalmente acertou a data de sua estréia na organização: 31 de julho. Será ou no Madison Square Garden, em Nova York, ou no Staples Center, em Los Angeles. O "formato" da luta (boxe, K-1 ou vale-tudo) e o adversário não foram divulgados.

Pugilismo
A equipe de Shane Mosley confirmou ontem que o ex-campeão dos médios-ligeiros exercerá a cláusula de revanche imediata que consta no contrato de seu primeiro combate com "Winky" Wright. "Estou muito entusiasmado com os treinos com Joe Goosen", disse o lutador, sobre o técnico que substituiu seu pai, Jack Mosley, no córner.

E-mail eohata@folhasp.com.br


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