São Paulo, domingo, 16 de abril de 2006

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Sem Lúcio, Palmeiras estréia em casa como visitante

Almeida Rocha/Folha Imagem
Um dos jogadores do Palmeiras mais criticados pela torcida no Parque Antarctica, o volante Correa treina no CT do clube


DA REPORTAGEM LOCAL

Em qualquer campeonato as equipes costumam lutar pelo direito de jogar em casa. Ter que mandar uma partida longe do estádio em que estão acostumados a a atuar normalmente causa incômodo em jogadores, treinadores e até dirigentes. Neste Brasileiro, porém, o Palmeiras estréia querendo fugir de seu estádio.
A partida de hoje, contra a Ponte Preta, às 18h10, pode marcar a despedida do Parque Antarctica por algum tempo. As vaias e os xingamentos de torcedores para alguns atletas e as críticas que ecoam dos camarotes e das tribunas, onde ficam os conselheiros, têm feito o time se sentir como visitante em seu próprio estádio.
Quem dá a noção da hostilidade pela qual os palmeirenses acreditam que passarão novamente é o técnico Emerson Leão.
"Tem jogador que não pode nem pisar no campo e já é vaiado", reclama, sem citar os nomes dos principais alvos dos palmeirenses: Alceu, Lúcio, Correa e Washington -os dois últimos, com menos freqüência nas últimas partidas, pois têm feito gols em jogos fora de casa.
O treinador chegou a dizer que não sucumbiria aos apupos das arquibancadas. "Torcedor não escala time que eu dirijo. Sou funcionário do clube e sempre pretendo fazer o melhor." Mas Lúcio já não atua mais no Palmeiras.
Os protestos da torcida fizeram efeito. Lúcio pediu para ser negociado, não pega a Ponte e deve deixar o clube. ""Não vou deixar ninguém correr risco de morte. Foi decisão dele [Lúcio] e minha [não jogar mais]. Não foi a torcida que o tirou", disse Leão ontem.
A animosidade entre torcida e equipe em partidas no Parque Antarctica fez a diretoria pensar em não mais utilizar o estádio para mandar suas partidas. O diretor de futebol, Salvador Hugo Palaia, pretende levar o time para jogar no interior paulista. "Lá haverá 40 mil para nos aplaudir."
Os jogadores tentam contemporizar a situação, dizendo que os gritos de insatisfação vindos das arquibancadas são normais. "Já estamos acostumados. Basta a gente ganhar jogos para que a confiança volte", diz Washington.
No lugar de Lúcio, Leão tem Márcio Careca -outro que também já não agrada, apesar de ter chegado no início do ano- e Michael, que é meia, mas no passado era opção para essa posição.
Apesar de estar "de mal" com sua casa, o Palmeiras tem um bom retrospecto em estréias no Parque Antarctica na primeira divisão em Nacionais. A última derrota que sofreu aconteceu em 1998: 2 a 1 para o Sport.
Na Ponte, o objetivo é repetir o bom início do Brasileiro-05. A situação do time, no entanto, mudou bastante. No Paulista, por exemplo, o time lutou somente para não ser rebaixado. O técnico Oswaldo Alvarez deverá escalar o time no 3-5-2, mas ainda busca um atacante para jogar ao lado de Luís Mário. (PAULO GALDIERI)

Colaborou a Agência Folha

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