São Paulo, domingo, 16 de abril de 2006

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COPA 2006

Com ex-melhor do mundo, técnico campeão e estrelas de clubes europeus, equipe quer apagar o fiasco de 2002

Portugal tenta brilhar agora em conjunto

EDUARDO ARRUDA
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

Em 2002, ter o então melhor jogador do mundo, Luís Figo, e uma boa campanha nas eliminatórias européias credenciaram Portugal como umas das favoritas ao título do Mundial da Ásia.
Em 2006, com o atual técnico vencedor da Copa, jogadores brilhando nos principais clubes do planeta, com suas equipes ressurgindo no cenário mundial e após sua melhor performance na história da Eurocopa, Portugal chegará à Alemanha sob olhares desconfiados do mundo da bola.
A dose de descrença atual foi provocada justamente pelo fiasco de quatro anos atrás. À época, a euforia dos portugueses com sua seleção se explica. No Japão e na Coréia, a expectativa sobre a chamada "geração de ouro", campeã mundial sub-20 em 1991, era de que ela atingiria a consagração.
Foi um fiasco. Os portugueses, apáticos, não passaram da primeira fase, com apenas uma vitória no Mundial.
O banho frio durou até a chegada de Luiz Felipe Scolari.
O técnico brasileiro, que triunfou na Ásia com a seleção brasileira, deu nova vida ao time português. Na renovação da equipe, perderam espaço atletas como o meia Rui Costa e o goleiro Vitor Baía -ícones da "geração de ouro"- e emergiram talentos como o brasileiro naturalizado português Deco, bancado por Scolari, e o atacante Cristiano Ronaldo, conhecido como "menino prodígio", e que agora é a principal esperança do país na Alemanha.
Com seu estilo agregador, Felipão logo fez história com a seleção. Contestado por barrar algumas estrelas, o treinador virou o jogo a seu favor ao levar Portugal a um inédito vice-campeonato da Eurocopa, em 2004. Foi o suficiente para que a federação portuguesa se convencesse de que deveria apostar nele na Copa-2006.
Daí em diante, o futebol do país passou por um intenso processo de internacionalização. No mesmo ano, o Porto foi a grande zebra. Após vencer a Copa dos Campeões, eliminando pelo caminho Manchester United e o Lyon, abocanhou também o Mundial interclubes no Japão.
Foi o suficiente para que os jogadores do país ganhassem os principais centros do velho continente. O lateral Paulo Ferreira, os zagueiros Jorge Andrade e Ricardo Carvalho, o volante Maniche e o meia Deco foram negociados com times espanhóis e ingleses.
José Mourinho, que comandava o Porto, transferiu-se para o milionário Chelsea e virou o técnico mais badalado da Europa.
Na nova seleção portuguesa, os atletas são mais rodados. Enquanto a geração de 2002 tinha apenas oito atletas que atuavam fora do país, a de 2006 contará com 17 "estrangeiros".
Dos 11 prováveis titulares na Alemanha, apenas o goleiro Ricardo, do Sporting, atua no país.
O time de Scolari, que inicia a preparação para a Copa em 17 de maio, pode ser adversário do Brasil nas semifinais. Portugal está no Grupo D, ao lado de Irã, México e Angola, adversário da estréia, em 11 de junho, em Colônia.


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