São Paulo, domingo, 16 de abril de 2006

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Brasil teve dois pugilistas que desapareceram

DA REPORTAGEM LOCAL

O Brasil teve dois pugilistas, líderes de organizações de esquerda, desaparecidos no regime militar (1964-85).
Virgílio Gomes da Silva era um galo e lutava na juventude. Também incentivava os filhos a se exercitar. "Ele fazia a gente fazer flexão, correr em volta do quarteirão... Mas eu era preguiçoso. Não fazia tudo", conta Vlademir, um dos filhos do lutador.
A maior façanha física de Silva não foi propriamente esportiva. Em concurso de uma rádio, dançou 72 horas seguidas, ganhando de prêmio terreno em Mongaguá ainda mantido pela família.
Em 1969, Silva, membro da Ação Libertadora Nacional, participou do seqüestro do embaixador dos EUA, Charles Burke Elbrick. Em troca dele, houve a libertação de 15 presos políticos. Pouco depois, o militante foi preso e torturado até a morte.
Mais destaque esportivo teve Osvaldo Orlando da Costa, de 1,98 m. Osvaldão ganhou o Carioca dos pesados defendendo o Botafogo.
Militante do PC do B, foi um dos primeiros a chegar ao Araguaia, local onde foi implantada a guerrilha rural, um dos últimos focos de resistência armada à ditadura.
Assassinado em 1974 durante expedição do Exército para combater a guerrilha, seu corpo foi enterrado em local desconhecido. (ALF)


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