São Paulo, domingo, 16 de abril de 2006

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MEMÓRIA

Regime usou Copa de 78 como propaganda

DA REPORTAGEM LOCAL

A ditadura argentina potencializou ao máximo a conquista da Copa do Mundo de 1978, realizada no país.
A sede do Mundial já fora definida pela Fifa dez anos antes, mas ficou ameaçada diante da instabilidade do país após o golpe de 1976.
Várias organizações defensoras de direitos humanos fizeram campanha contra o torneio. A Anistia Internacional divulgou documento denunciando a tortura na Argentina, que vivia o pior momento da "Guerra Suja", responsável pela morte de cerca de 30 mil pessoas.
O título argentino foi cercado de polêmica. Nas quartas-de-final, o time precisava golear o Peru para superar o Brasil no saldo de gols e ir à final. Até hoje a vitória por 6 a 0 gera suspeita de suborno.
Na final, no estádio Monumental de Núñez, a Argentina fez 3 a 1 na Holanda. A poucos quarteirões dali funcionava a Esma, principal centro de torturas do país.
Os ganhos políticos foram breves. Em 1982, desgastado pela crise econômica, o governo tentou deslocar as atenções para as Malvinas, ilhas que a Argentina reivindicava como seu território.
A derrota para a Inglaterra precipitou a queda do general Galtieri. Em 1983, assumiu Raúl Alfonsín, após eleições, dando fim a sete anos de ditadura. (ALF)


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