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MEMÓRIA
Regime usou Copa de 78 como propaganda
DA REPORTAGEM LOCAL
A ditadura argentina potencializou ao máximo a
conquista da Copa do Mundo de 1978, realizada no país.
A sede do Mundial já fora
definida pela Fifa dez anos
antes, mas ficou ameaçada
diante da instabilidade do
país após o golpe de 1976.
Várias organizações defensoras de direitos humanos fizeram campanha contra o torneio. A Anistia Internacional divulgou documento denunciando a tortura na Argentina, que vivia o
pior momento da "Guerra
Suja", responsável pela morte de cerca de 30 mil pessoas.
O título argentino foi cercado de polêmica. Nas quartas-de-final, o time precisava
golear o Peru para superar o
Brasil no saldo de gols e ir à
final. Até hoje a vitória por 6
a 0 gera suspeita de suborno.
Na final, no estádio Monumental de Núñez, a Argentina fez 3 a 1 na Holanda. A
poucos quarteirões dali funcionava a Esma, principal
centro de torturas do país.
Os ganhos políticos foram
breves. Em 1982, desgastado
pela crise econômica, o governo tentou deslocar as
atenções para as Malvinas,
ilhas que a Argentina reivindicava como seu território.
A derrota para a Inglaterra
precipitou a queda do general Galtieri. Em 1983, assumiu Raúl Alfonsín, após eleições, dando fim a sete anos
de ditadura.
(ALF)
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