São Paulo, quinta-feira, 16 de abril de 2009

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Brawn, 100%, vence até no tapetão

FIA considera legais os difusores usados por 3 das 10 equipes e mantém resultados dos primeiros GPs da temporada

Ferrari, Renault, Red Bull e BMW protestavam contra sistema, que serve para conferir mais estabilidade aos carros dos adversários

TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A XANGAI

Enquanto boa parte das equipes desembarcava em Xangai para a terceira etapa do Mundial de F-1, no domingo, a FIA anunciou ontem, em um breve comunicado, que os difusores usados por Brawn GP, Williams e Toyota são legais. Ou seja, tudo segue como está.
Com a definição da Corte de Apelações da entidade, que analisou os protestos de quatro equipes anteontem, em Paris, ficam mantidos os resultados conquistados pelo trio nos GPs da Austrália e da Malásia.
"Baseada nos argumentos ouvidos e nas evidências apresentadas antes, a corte concluiu que os carros em questão estão dentro do regulamento", afirmou o documento.
A decisão coloca um ponto final na polêmica sobre os difusores, localizados na parte traseira dos carros e que servem para dar mais estabilidade, aumentando a pressão aerodinâmica. O caso se arrastava desde a abertura da temporada.
Na ocasião, Ferrari (que ainda não pontuou após duas provas), Renault e Red Bull entraram com um protesto questionando a legalidade dos apêndices, apesar de a FIA já os ter considerado legais.
A corrida deixou evidente o ganho de performance com os difusores. A Brawn terminou em primeiro e segundo lugares, a Toyota, em terceiro e quarto, e a Williams, no sexto posto.
Na etapa seguinte, foi a vez de a BMW entrar com um protesto para garantir que o resultado da segunda prova do ano também permanecesse sub judice até o veredicto da corte.
Em Sepang, a Brawn repetiu a vitória e levou o quinto lugar. A Toyota terminou em quarto e quinto, e a Williams, em oitavo.
Além das quatro equipes que protestaram contra os apêndices, a McLaren também juntou-se a elas na audiência.
O principal motivo do protesto foram as fendas no assoalho dos Brawn, Toyota e Williams, por onde entra o ar que sai por uma passagem extra do difusor. A solução faz com que o ar passe mais rápido sob os carros, "grudando-os" ao solo.
Esse "furo" cria um caminho por baixo do carro que culmina num segundo andar para a passagem do ar pelo difusor, única parte visível desse sistema.
"Se você olhar por baixo do carro da Brawn, é possível ver a suspensão por esses buracos", disse Rory Byrne, ex-projetista da Ferrari e atual consultor da escuderia italiana, em referência ao artigo 3.12.5 do Regulamento Técnico da F-1, que estabelece que nenhuma parte do carro pode ficar aparente quando ele for visto por baixo.

Comemoração
"Respeitamos o direito de nossos adversários de questionar nossos carros", disse Ross Brawn, ex-colega de Byrne na Benetton e na Ferrari. E que, desta vez do outro lado, afirma que as fendas são "espaços" e não estariam fora das regras.
"Agora o departamento técnico da FIA, os comissários na Austrália e na Malásia e cinco juízes da Corte de Apelações confirmaram que sempre estivemos dentro do regulamento", afirmou o dono da Brawn, líder do Mundial de Construtores e que tem Jenson Button na liderança entre os pilotos, com 15 pontos, e Rubens Barrichello em segundo -ele soma dez.
Vice-líder do campeonato, a Toyota também festejou o término do imbróglio. "É importante ressaltar que estudamos cada detalhe do regulamento, consultando a FIA, e nunca duvidamos de que nossos carros fossem legais", declarou Tadashi Yamashina, chefe do time japonês. "Estamos satisfeitos de agora podermos nos focar apenas no trabalho na pista."


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