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Brawn, 100%, vence até no tapetão
FIA considera legais os difusores usados por 3 das 10 equipes e mantém resultados dos primeiros GPs da temporada
Ferrari, Renault, Red Bull e
BMW protestavam contra sistema, que serve para
conferir mais estabilidade aos carros dos adversários
TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A XANGAI
Enquanto boa parte das equipes desembarcava em Xangai
para a terceira etapa do Mundial de F-1, no domingo, a FIA
anunciou ontem, em um breve
comunicado, que os difusores
usados por Brawn GP, Williams
e Toyota são legais. Ou seja, tudo segue como está.
Com a definição da Corte de
Apelações da entidade, que
analisou os protestos de quatro
equipes anteontem, em Paris,
ficam mantidos os resultados
conquistados pelo trio nos GPs
da Austrália e da Malásia.
"Baseada nos argumentos
ouvidos e nas evidências apresentadas antes, a corte concluiu que os carros em questão
estão dentro do regulamento",
afirmou o documento.
A decisão coloca um ponto final na polêmica sobre os difusores, localizados na parte traseira dos carros e que servem
para dar mais estabilidade, aumentando a pressão aerodinâmica. O caso se arrastava desde
a abertura da temporada.
Na ocasião, Ferrari (que ainda não pontuou após duas provas), Renault e Red Bull entraram com um protesto questionando a legalidade dos apêndices, apesar de a FIA já os ter
considerado legais.
A corrida deixou evidente o
ganho de performance com os
difusores. A Brawn terminou
em primeiro e segundo lugares,
a Toyota, em terceiro e quarto,
e a Williams, no sexto posto.
Na etapa seguinte, foi a vez
de a BMW entrar com um protesto para garantir que o resultado da segunda prova do ano
também permanecesse sub judice até o veredicto da corte.
Em Sepang, a Brawn repetiu
a vitória e levou o quinto lugar.
A Toyota terminou em quarto e
quinto, e a Williams, em oitavo.
Além das quatro equipes que
protestaram contra os apêndices, a McLaren também juntou-se a elas na audiência.
O principal motivo do protesto foram as fendas no assoalho dos Brawn, Toyota e Williams, por onde entra o ar que
sai por uma passagem extra do
difusor. A solução faz com que
o ar passe mais rápido sob os
carros, "grudando-os" ao solo.
Esse "furo" cria um caminho
por baixo do carro que culmina
num segundo andar para a passagem do ar pelo difusor, única
parte visível desse sistema.
"Se você olhar por baixo do
carro da Brawn, é possível ver a
suspensão por esses buracos",
disse Rory Byrne, ex-projetista
da Ferrari e atual consultor da
escuderia italiana, em referência ao artigo 3.12.5 do Regulamento Técnico da F-1, que estabelece que nenhuma parte do
carro pode ficar aparente quando ele for visto por baixo.
Comemoração
"Respeitamos o direito de
nossos adversários de questionar nossos carros", disse Ross
Brawn, ex-colega de Byrne na
Benetton e na Ferrari. E que,
desta vez do outro lado, afirma
que as fendas são "espaços" e
não estariam fora das regras.
"Agora o departamento técnico da FIA, os comissários na
Austrália e na Malásia e cinco
juízes da Corte de Apelações
confirmaram que sempre estivemos dentro do regulamento", afirmou o dono da Brawn,
líder do Mundial de Construtores e que tem Jenson Button na
liderança entre os pilotos, com
15 pontos, e Rubens Barrichello
em segundo -ele soma dez.
Vice-líder do campeonato, a
Toyota também festejou o término do imbróglio. "É importante ressaltar que estudamos
cada detalhe do regulamento,
consultando a FIA, e nunca duvidamos de que nossos carros
fossem legais", declarou Tadashi Yamashina, chefe do time japonês. "Estamos satisfeitos de
agora podermos nos focar apenas no trabalho na pista."
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