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Raí sofre "infiltração' para jogar em 99
ALEXANDRE GIMENEZ
da Reportagem Local
O meia Raí, 33, sofreu uma injeção de medicamento em seu joelho
esquerdo há dois meses para acelerar a recuperação da operação que
sofreu em agosto do ano passado,
quando foi reconstituído o ligamento cruzado de seu joelho.
Nessa mesma operação, o jogador são-paulino teve o menisco lateral retirado e a cartilagem da articulação raspada.
Segundo Luís Augusto Soares
Gaspar, médico do São Paulo, o
procedimento foi necessário para
melhorar a cicatrização da cartilagem. "Com isso, a dor que ele estava sentindo desapareceu. Não
existia uma cicatrização ideal no
local", afirmou o médico.
O ortopedista Moisés Cohen, que
realizou a operação do meia são-paulino, afirmou que a infiltração
foi um "procedimento normal".
Cohen usou na injeção o medicamento Synvisc, fabricado pelo laboratório norte-americano Biomatrix. "Esse medicamento aumenta a viscosidade do líquido
que lubrifica a articulação", disse
Cohen. Com a diminuição do atrito dentro do joelho, a cicatrização
da operação é acelerada.
Segundo o médico, o procedimento sanou as dores que Raí estava sentindo no joelho. Cohen afirmou que os problemas que o meia
teve na semana não foram causados pela operação ou por falhas na
cicatrização da cartilagem -o jogador ficou afastado por três dias
dos treinos por causa de dores.
"Ele teve um trauma durante um
treino. A articulação está perfeita",
disse o médico. "Não posso colocar uma viseira e afirmar que ele
(Raí) vai ficar como antes. Vai sentir um incômodo no joelho por algum tempo", completou Cohen.
Porém os problemas do jogador
aumentaram as dúvidas da comissão técnica do São Paulo sobre o
possível aproveitamento de Raí
ainda no primeiro semestre. Alguns membros acreditam que o jogador está fora do Campeonato
Paulista e da Copa do Brasil.
Oficialmente, os são-paulinos
não dão prazo para a volta do meia
aos campos. Segundo o preparador físico Carlinhos Neves, Raí só
estará apto a jogar após participar,
interruptamente, de treinos físicos
por 20 dias. "As coisas não estão
acontecendo como tínhamos previsto. Ele não treinou comigo nenhuma vez durante esta semana.
Temos que ter cautela", disse.
Na equipe reserva, Raí participou ontem de um jogo-treino contra o Campinas, time do ex-atacante Careca. Mesmo tendo se movimentado muito pouco em campo,
marcou um gol de cabeça.
"Ainda falta um pouco, não posso fazer uma previsão de quando
poderei voltar a competir. Não tenho confiança em alguns movimentos, principalmente em giros
rápidos. Acabo tendo um pouco de
medo e protegendo o joelho operado", disse Raí.
Logo depois da operação, a previsão da volta de Raí aos campos
era de no máximo oito meses. O
prazo vence na próxima semana.
Raí, que recebe um salário mensal de US$ 200 mil, disse que terá
que conviver com as dores no joelho por algum tempo. "Posso sentir dores ou ter um inchaço no joelho após os jogos. Só não quero ter
dor durante a partida."
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