São Paulo, sexta, 16 de abril de 1999

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Raí sofre "infiltração' para jogar em 99

ALEXANDRE GIMENEZ
da Reportagem Local

O meia Raí, 33, sofreu uma injeção de medicamento em seu joelho esquerdo há dois meses para acelerar a recuperação da operação que sofreu em agosto do ano passado, quando foi reconstituído o ligamento cruzado de seu joelho.
Nessa mesma operação, o jogador são-paulino teve o menisco lateral retirado e a cartilagem da articulação raspada.
Segundo Luís Augusto Soares Gaspar, médico do São Paulo, o procedimento foi necessário para melhorar a cicatrização da cartilagem. "Com isso, a dor que ele estava sentindo desapareceu. Não existia uma cicatrização ideal no local", afirmou o médico.
O ortopedista Moisés Cohen, que realizou a operação do meia são-paulino, afirmou que a infiltração foi um "procedimento normal".
Cohen usou na injeção o medicamento Synvisc, fabricado pelo laboratório norte-americano Biomatrix. "Esse medicamento aumenta a viscosidade do líquido que lubrifica a articulação", disse Cohen. Com a diminuição do atrito dentro do joelho, a cicatrização da operação é acelerada.
Segundo o médico, o procedimento sanou as dores que Raí estava sentindo no joelho. Cohen afirmou que os problemas que o meia teve na semana não foram causados pela operação ou por falhas na cicatrização da cartilagem -o jogador ficou afastado por três dias dos treinos por causa de dores.
"Ele teve um trauma durante um treino. A articulação está perfeita", disse o médico. "Não posso colocar uma viseira e afirmar que ele (Raí) vai ficar como antes. Vai sentir um incômodo no joelho por algum tempo", completou Cohen.
Porém os problemas do jogador aumentaram as dúvidas da comissão técnica do São Paulo sobre o possível aproveitamento de Raí ainda no primeiro semestre. Alguns membros acreditam que o jogador está fora do Campeonato Paulista e da Copa do Brasil.
Oficialmente, os são-paulinos não dão prazo para a volta do meia aos campos. Segundo o preparador físico Carlinhos Neves, Raí só estará apto a jogar após participar, interruptamente, de treinos físicos por 20 dias. "As coisas não estão acontecendo como tínhamos previsto. Ele não treinou comigo nenhuma vez durante esta semana. Temos que ter cautela", disse.
Na equipe reserva, Raí participou ontem de um jogo-treino contra o Campinas, time do ex-atacante Careca. Mesmo tendo se movimentado muito pouco em campo, marcou um gol de cabeça.
"Ainda falta um pouco, não posso fazer uma previsão de quando poderei voltar a competir. Não tenho confiança em alguns movimentos, principalmente em giros rápidos. Acabo tendo um pouco de medo e protegendo o joelho operado", disse Raí.
Logo depois da operação, a previsão da volta de Raí aos campos era de no máximo oito meses. O prazo vence na próxima semana.
Raí, que recebe um salário mensal de US$ 200 mil, disse que terá que conviver com as dores no joelho por algum tempo. "Posso sentir dores ou ter um inchaço no joelho após os jogos. Só não quero ter dor durante a partida."



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.