São Paulo, sexta-feira, 16 de maio de 2008

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adeus, pequim

Rebeca é suspensa por 2 anos

Advogados recorrerão na Corte Arbitral de suspensão que impede brasileira de nadar na Olimpíada

Nadadora prosseguirá em treinamento, embora processos de apelações geralmente demorem até 8 meses para serem julgados

EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL

Dois dias após dar uma entrevista na qual falou, em tom de desabafo, que ninguém lhe tiraria o sonho de nadar em Pequim, Rebeca Gusmão foi informada ontem de que recebeu suspensão de dois anos pela Federação Internacional de Natação por doping no Pan-Americano de 2007. A pena derruba suas ambições olímpicas.
É sob a pressão de faltar menos de 90 dias para a Olimpíada, que tem início no dia 8 de agosto, que trabalham os advogados de Rebeca. Na Corte Arbitral do Esporte os processos costumam se arrastar por até oito meses. Até nos casos em que a corte aceita o pedido de urgência, os processos costumam levar três meses para serem apreciados e julgados.
E é nessa jurisdição que Rebeca fará sua apelação. Seus advogados pretendem encaminhar a documentação à Suíça até a próxima quarta-feira. No entanto, admitem que há dificuldade em relação ao prazo.
""Vamos pedir urgência, temos visto que a corte tem atendido a esse tipo de pedido. Já apreciou casos em até três meses. Só que, no caso da Rebeca, temos menos tempo até", reconhece Breno Tannuri, um dos advogados de Rebeca, em referência ao exame do Pan do Rio.
""Já conversei com a Rebeca [após a decisão da Fina]. Mesmo com esse problema de tempo, ela vai continuar treinando. Vai que consigamos que a corte examine o caso em menos de três meses e a decisão é favorável. E aí? Somos pegos de surpresa e ela não entra na água? Ou chega em último em Pequim? É melhor ela não parar de treinar", aponta Tannuri.
Em outro caso no qual Rebeca, 23, era acusada de doping, de 2006, a corte não aceitou a apelação da federação nem as punições pedidas -perda de medalhas, de recordes e imposição de suspensão. A corte se declarou incompetente para atuar, já que a brasileira não havia passado por julgamento.
Porém, como no caso em discussão agora houve julgamento, ela terá de se pronunciar.
A equipe de advogados de Rebeca considerou muito ""subjetivo" o relatório da Fina. Segundo Tannuri, o documento aponta o fato de o laboratório canadense que realizou os exames ser gerenciado por uma especialista cujas conclusões são difíceis de serem contestadas.
Tannuri vê várias irregularidades na condução do exame antidoping de Rebeca. ""Houve quebra de confidencialidade no processo de análise das ampolas. Também podemos apontar problemas na custódia das ampolas, que desobedecem a regras da Wada (a Agência Mundial Antidoping) e da Fina. E nosso especialista foi impedido de acompanhar a análise da amostra B no Canadá."


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