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adeus, pequim
Rebeca é suspensa por 2 anos
Advogados recorrerão na Corte Arbitral de suspensão que impede brasileira de nadar na Olimpíada
Nadadora prosseguirá em treinamento, embora processos de apelações
geralmente demorem até 8 meses para serem julgados
EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL
Dois dias após dar uma entrevista na qual falou, em tom
de desabafo, que ninguém lhe
tiraria o sonho de nadar em Pequim, Rebeca Gusmão foi informada ontem de que recebeu
suspensão de dois anos pela Federação Internacional de Natação por doping no Pan-Americano de 2007. A pena derruba
suas ambições olímpicas.
É sob a pressão de faltar menos de 90 dias para a Olimpíada, que tem início no dia 8 de
agosto, que trabalham os advogados de Rebeca. Na Corte Arbitral do Esporte os processos
costumam se arrastar por até
oito meses. Até nos casos em
que a corte aceita o pedido de
urgência, os processos costumam levar três meses para serem apreciados e julgados.
E é nessa jurisdição que Rebeca fará sua apelação. Seus advogados pretendem encaminhar a documentação à Suíça
até a próxima quarta-feira. No
entanto, admitem que há dificuldade em relação ao prazo.
""Vamos pedir urgência, temos visto que a corte tem atendido a esse tipo de pedido. Já
apreciou casos em até três meses. Só que, no caso da Rebeca,
temos menos tempo até", reconhece Breno Tannuri, um dos
advogados de Rebeca, em referência ao exame do Pan do Rio.
""Já conversei com a Rebeca
[após a decisão da Fina]. Mesmo com esse problema de tempo, ela vai continuar treinando.
Vai que consigamos que a corte
examine o caso em menos de
três meses e a decisão é favorável. E aí? Somos pegos de surpresa e ela não entra na água?
Ou chega em último em Pequim? É melhor ela não parar
de treinar", aponta Tannuri.
Em outro caso no qual Rebeca, 23, era acusada de doping,
de 2006, a corte não aceitou a
apelação da federação nem as
punições pedidas -perda de
medalhas, de recordes e imposição de suspensão. A corte se
declarou incompetente para
atuar, já que a brasileira não havia passado por julgamento.
Porém, como no caso em discussão agora houve julgamento, ela terá de se pronunciar.
A equipe de advogados de Rebeca considerou muito ""subjetivo" o relatório da Fina. Segundo Tannuri, o documento
aponta o fato de o laboratório
canadense que realizou os exames ser gerenciado por uma especialista cujas conclusões são
difíceis de serem contestadas.
Tannuri vê várias irregularidades na condução do exame
antidoping de Rebeca. ""Houve
quebra de confidencialidade no
processo de análise das ampolas. Também podemos apontar
problemas na custódia das ampolas, que desobedecem a regras da Wada (a Agência Mundial Antidoping) e da Fina. E
nosso especialista foi impedido
de acompanhar a análise da
amostra B no Canadá."
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