São Paulo, sábado, 16 de maio de 2009

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Ronaldo já sofre por pensar em parar

Copa de 2010 pode segurar corintiano por mais um ano

Atacante prefere que filho tenha "amiguinhos europeus"

Presidente da CBF mostra "duplo caráter", afirma jogador

Descontraído, corintiano fala de futebol, política e sexo, defende o direito à privacidade e critica Ricardo Teixeira para teatro lotado

João Wainer/Folha Imagem
O atacante Ronaldo, durante sabatina da Folha em São Paulo

DA REPORTAGEM LOCAL

Ronaldo surge e começam os gritos de "magrão", "magrelo", "lindão". Sorri, agradece com um breve aceno de cabeça, ocupa seu lugar no centro do palco.
Começa a falar.
E o maior artilheiro das Copas, campeão em 1994 e 2002, eleito três vezes o melhor do mundo pela Fifa, astro do Corinthians, redentor do futebol do país do futebol, falou muito.
Em sabatina da Folha, ontem, em um Teatro Folha que viu gente em pé nos corredores, Ronaldo Luís Nazário de Lima, 32, atacou o presidente da CBF, conclamou o direito à privacidade, criticou a desorganização do futebol brasileiro, classificou de "carnaval" a preparação para a Copa de 2006, defendeu a criação do filho no exterior, negou o uso de drogas, elogiou Lula e Aécio Neves, demonstrou fascínio pelo fanatismo dos torcedores corintianos.
Falou até o que nunca havia falado publicamente: no fim do ano, decidirá se continua jogando. "Quero ficar no Brasil, cumprir o contrato com o Corinthians, avaliar o que aconteceu e traçar novos objetivos... Vou reunir a família e decidir se jogo mais um ano ou não."
Se algo pode adiar a aposentadoria, é a Copa da África do Sul, que o tornaria o terceiro da história a estar em cinco Mundiais -os outros, o mexicano Carbajal e o alemão Matthäus.
"Seria fantástico, é claro que seria maravilhoso. Mas o Dunga, coitado, já tem muita pressão. E ainda não tenho condições para a seleção. Sinceramente, eu digo que ainda estou buscando a melhor condição para jogar no Corinthians, administrando, treinando..."
Camisa azul clara com "pizzas" nas axilas -como definiu as marcas de suor-, calça jeans preta, All Star azul escuro apoiado numa mesinha de vidro, Ronaldo fez a plateia rir ao falar de Romário, do presidente corintiano, Andres Sanchez, da festa pela conquista do Paulista e até da polêmica crise nervosa que o abalou antes da decisão da Copa da França.
Mas falou também de choro. O último, numa conversa com a mãe, no sábado passado.


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