São Paulo, segunda-feira, 16 de maio de 2011

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Simbiose

Ainda invicto no comando do Santos, Muricy Ramalho coroa com título paulista recuperação da equipe cuja forma de jogar reflete seu estilo

LEONARDO LOURENÇO
LUCAS REIS
MARTÍN FERNANDEZ
ENVIADOS ESPECIAIS A SANTOS

O Santos apareceu na vida do técnico Muricy Ramalho no momento exato. E o contrário é tão correto quanto.
É impossível prever se o clube seria campeão paulista se tivesse mantido Adilson Batista no comando da equipe ou se efetivasse Marcelo Martelotte, os outros dois treinadores que sentaram no banco santista neste ano.
Mas, agora, olhando para trás, fica claro o acerto na contratação de Muricy.
Desde sua chegada, em abril, o time irregular, que quase foi eliminado na Libertadores, recuperou-se.
A defesa, maior alvo de críticas, foi arrumada e sofreu só três gols. O de ontem, na vitória de 2 a 1 sobre o Corinthians, que garantiu o 19º Estadual do clube praiano, foi o único tento sofrido no Paulista com Muricy no banco.
O técnico também tem que agradecer ao time, que lhe deu o primeiro título estadual desde 2005, quando venceu o Gaúcho pelo Inter.
Campeão Brasileiro de 2010 pelo Fluminense, deixou o clube carioca questionado pela péssima campanha na Libertadores e em meio à polêmica por reclamar publicamente da falta de estrutura do clube.
"Mas o papai do céu sempre me leva para um lugar bom. Mais uma vez, escolhi certo", afirmou Muricy, logo após a decisão do Paulista.
"Sabíamos que o Santos ia crescer muito com ele, por ser um treinador vitorioso", disse o volante Arouca, autor do gol que abriu o triunfo santista, na Vila Belmiro.
Muricy, porém, preferiu dividir os méritos. "A comissão técnica tem 25%, porque quem faz a diferença são os jogadores. Mas eles precisam de alguém para olhar e ver como um comandante", disse o treinador, ao lado do seu segundo troféu de Paulista.
Ele venceu também em 2004, pelo São Caetano.
Muricy desembarcou em Santos, após uma longa negociação, com a equipe cheia de problemas.
Estreou contra o Americana, em um 0 a 0 fora, na penúltima rodada da primeira fase do Estadual. Então, partiu para seu primeiro grande desafio no time.
Foi a Assunção enfrentar o Cerro Porteño, em jogo de vida ou morte na Libertadores, sem Neymar e Elano, duas das maiores estrelas, expulsos na rodada anterior da competição.
Venceu, assim como fez em outras sete das onze partidas à frente da equipe. Agora, ainda invicto, está a um empate da classificação às semis da Libertadores, um dos poucos títulos que faltam a seu currículo.
"Quando o jogador vê em você uma história, ele sai cheio de confiança [para o campo]", concluiu o técnico tetracampeão brasileiro, encharcado após o banho de champanhe e água que recebeu dos atletas.


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