São Paulo, segunda-feira, 16 de maio de 2011

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Bem amado

Decisivo, Neymar brilha, ganha afagos e elogios em seu 3º título como profissional

DOS ENVIADOS A SANTOS

Exausto, encharcado por chuva, suor e choro. Neymar, 19, resumiu sua felicidade nos ombros do amigo Paulo Henrique Ganso com sorrisos, afagos e lágrimas.
"É coisa de irmão, não tem o que falar. É meu irmãozinho mais novo, um sempre cuida do outro", disse Ganso, que viu o jogo de fora e entrou em campo para abraçar o amigo. Ninguém foi mais abraçado, festejado e elogiado do que Neymar, antes, durante e depois da partida.
De novo, ele foi o cara.
Infernizou a zaga do Corinthians, como já fizera no primeiro jogo, e fez o gol do título. Seu chute quase parou nas mãos de Júlio César -a bola parece ter levado uma eternidade para entrar.
Arrancou a camisa na comemoração, correu, foi alvo da torcida rival, que atirou objetos em sua direção, levou um amarelo e sorriu.
"Esse moleque é o melhor do mundo", definiu Zé Love.
Ontem, ninguém driblou e chutou tanto no gol quanto Neymar, segundo o Datafolha. Foram nove fintas e quatro finalizações. Ele também apanhou, como sempre. E, curiosamente, não foi apitada nenhuma falta em cima dele. Não reclamou nem provocou, como já fizera. Sinal de amadurecimento.
A maturidade de Neymar também é reconhecida pela maneira com que carregou o Santos na reta final do Estadual. Ontem, tinha a missão de entrar em campo para jogo decisivo sem a companhia de Ganso, fato inédito.
Aliado a isso estava o cansaço físico que abate todo o elenco santista, único time brasileiro na Libertadores.
No fim da partida, era visível o abatimento de Neymar. Mas nada que impedisse seus arranques solitários pela esquerda, seja para buscar o gol, seja para segurar a bola quando o Corinthians tentava empatar o jogo.
Coisa que Ganso fez em 2010, na decisão do Estadual contra o Santo André.
"O Neymar sempre decide. Ele é diferente, vai ser um diferencial em 2014 se a gente cuidar bem dele", afirmou o técnico Muricy Ramalho.
Neymar virou titular do Santos no final de 2009. Desde então, conquistou dois títulos estaduais e uma Copa do Brasil. Em todos, sua participação foi fundamental.
"Em três anos de profissional, tenho três títulos. É muita emoção", disse Neymar, que foi questionado se já é o melhor do mundo. "Não sei. Isso eu deixo para vocês [jornalistas] avaliarem."
E minimizou os méritos do gol do título. "Estou feliz por ter vencido, não importa de quem foi o gol. Vamos agora trabalhar pela Libertadores. Espero que ninguém nos segure", afirmou o atacante, que na semana passada descobriu que vai ser pai.
Segurar o Santos tem sido uma tarefa difícil. Neymar, quase impossível.
(LEONARDO LOURENÇO, LUCAS REIS E MARTÍN FERNANDEZ)


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