São Paulo, quarta-feira, 16 de junho de 2004

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São Paulo embala sonho no retrospecto de Cuca

Apostando no desempenho longe de casa, time tenta após 10 anos ir à final da Libertadores

RODRIGO BUENO
TONI ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL

A decisão é fora de casa, mas, se depender do retrospecto do técnico Cuca como visitante, o São Paulo pode jogar confiante contra o Once Caldas, quando tentará, na Colômbia, voltar à decisão da Libertadores após dez anos.
Para isso, o time paulistano, campeão em 92 e 93 e vice em 94, precisa de uma vitória às 21h45, em Manizales, já que no jogo de ida os colombianos seguraram o 0 a 0. Em caso de nova igualdade no placar, a decisão será nos pênaltis.
O São Paulo e o técnico entram em campo pressionados a cumprir a missão de voltar a disputar a final da competição continental.
O time de Cuca falhou em sua única oportunidade de título quando, até então invicto, foi eliminado do Paulista pelo São Caetano em pleno Morumbi, com dois gols sofridos após escanteios.
Não bastasse isso, Cuca sabe que Luis Fabiano terá que "ir para o sacrifício" contra os colombianos, que estão invictos em seu estádio nesta Libertadores.
Para piorar, o Once Caldas armou um "clima de guerra" ao impedir o São Paulo de treinar no estádio Palogrande antes do jogo.
Diante de tanta dificuldade, os são-paulinos apostam no currículo de Cuca em jogos fora de casa.
Na atual temporada, o time do Morumbi fez 14 jogos oficiais no campo do adversário. Venceu dez dessas partidas e perdeu só três. Teve aproveitamento de 100% no Paulista como visitante, ganhou 58,3% dos pontos que disputou longe de casa até agora no Brasileiro e, na Libertadores, ostenta 60% de aproveitamento fora.
Nunca antes o São Paulo havia conseguido três triunfos como visitante em uma Libertadores.
Nem mesmo na era Telê Santana o time mostrou eficiência como visitante. Em 1992, ano da primeira conquista da competição, teve um aproveitamento de 38% fora. No ano seguinte, quando veio o bicampeonato, o aproveitamento caiu para 17%. Em 1994, ainda com Telê como treinador, a média foi ainda pior: 11%.
Na última partida fora de casa nesta Libertadores, o São Paulo goleou o Deportivo Táchira por 4 a 1. Foi a única goleada da equipe no torneio -o time venezuelano estava invicto até então em seus domínios e não havia sofrido um gol sequer em seu estádio.
Contra o Rosario Central, a equipe até jogou bem mesmo com um atleta a menos -Fábio Simplício foi expulso no primeiro tempo-, mas caiu por 1 a 0.
O grande baque aconteceu na altitude de Quito, onde perdeu por 3 a 0 para a LDU.
Mesmo em partidas não-oficiais, o time são-paulino tem rendido bem na temporada no campo rival. Com Milton Cruz no comando e uma equipe mista, bateu o Los Angeles Galaxy por 1 a 0, nos EUA. Contra o Avaí, que está na Série B do Brasileiro, o São Paulo de Cuca obteve a sua maior goleada: 6 a 0, em Florianópolis.
O Once Caldas, por sua vez, apresenta uma invencibilidade de 12 jogos internacionais jogando em seu campo. Nele, eliminou da Libertadores o Barcelona de Guayaquil (EQU) e o Santos -não foi vazado por esses rivais em casa.
Luis Fabiano, artilheiro da Libertadores (oito gols), era um dos poucos atletas são-paulinos que não vinham rendendo bem nos jogos no exterior. Contra o Deportivo Táchira, porém, o atacante desencantou e marcou seus dois primeiros gols fora do Morumbi na disputa internacional.
Já o goleiro Rogério tem se destacado longe de São Paulo. Marcou o primeiro gol do time na campanha da Libertadores (fez de falta no Alianza Lima, no Peru). Contra o Táchira, realizou ao menos duas defesas dificílimas.
Mesmo uma hipotética disputa de pênaltis não atormenta Cuca. "Quero a classificação para a final. Se for nos pênaltis, não importa."


NA TV - Globo (só para SP), ao vivo, às 21h45


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