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TÊNIS
Um outro tênis é inevitável
RÉGIS ANDAKU
COLUNISTA DA FOLHA
Parece outro mundo ou, pelo
menos, uma outra modalidade esportiva.
Há não mais que duas semanas,
o tênis era Gustavo Kuerten, Gáston Gaudio, Guillermo Coria, David Nalbandian, Juan Ignácio
Chela, Carlos Moyá, Fernando
Verdasco, Albert Montañes, Nicolas Massú, Tommy Robredo, Mariano Zabaleta, Albert Costa...
Eram os favoritos, as estrelas, as
surpresas, os tenistas a serem observados, aqueles que fariam os
jogos mais emocionantes, divertidos, os que certamente levantariam os troféus. Eram os sujeitos
que tinham uma tática impecável, uma troca de bola inteligente,
um drop show matador, um backhand que fazia a diferença.
Agora, ninguém nem ao menos
sabe onde andam esses meninos.
Com o fim da temporada de saibro e o início das disputas na grama, troca-se não somente o tipo
de piso, nem apenas o estilo de jogo, mas também as estrelas.
Andy Roddick, que rastejou no
chão sujo da temporada de saibro, agora aparece invencível. Roger Federer, aposta duvidosa para alguns na terra batida, é vitória certa nas próximas semanas.
E tem também Lleyton Hewitt,
Paradorn Srichaphan, Mardy
Fish, Mark Philippoussis, Jonas
Bjorkman, Taylor Dent, todos eles
cotados para ir longe nos torneios
de grama, donos de saques violentos, de um jogo de rede hábil,
de uma movimentação ágil...
Ao fazer o circuito crescer, ficar
mais rico e chegar aos quatro
cantos do planeta, a ATP alongou
o calendário, tornou-se desgastante e, óbvio, contrariou os melhores tenistas. De quebra, essa seqüência de competições deu aos
tenistas uma desculpa para jogar
apenas uma parte da temporada,
no piso e nos lugares em que gostam mais: as seguidas contusões.
Por isso, o tênis muda de uma
semana para outra: em abril e
maio, é a vez da turma do saibro,
os espanhóis e os argentinos que
se sentem confortáveis na Itália,
na Espanha, em alguns pontos da
Alemanha, em Paris...
Em junho e julho, nas quadras
de outros pontos da Alemanha,
da Holanda e, principalmente, da
Inglaterra, enfim, é a vez dos australianos, dos norte-americanos,
desses malucos que turbinam o
saque a cada treino e fazem da
quadra de tênis uma mesa de pingue-pongue.
A troca dos tenistas de uma turma pela outra é ruim, mas é fruto
do próprio circuito profissional. A
tendência é essa divisão se acentuar nos próximos anos.
Goran Ivanisevic, estrela da grama e um dos favoritos da aristocracia e dos torcedores britânicos,
vai dar adeus ao tênis na próxima semana, em Wimbledon. Andre Agassi nem vai até Londres.
E o Brasil, que há dois anos,
mesmo sem Gustavo Kuerten, teve quatro tenistas na chave principal de Wimbledon, neste ano
vai penar para ter dois. Certo
mesmo, só Flávio Saretta. Talvez,
André Sá. Talvez.
Mesmo assim, vale a pena
acompanhar Wimbledon, ainda
mais que neste ano haverá transmissão por aqui (na Sportv).
Campeonato Brasileiro
Estão abertas as inscrições para o infanto-juvenil, de 5 a 11 de julho.
Informações no www.cbtenis.com.br ou pelo 0/xx/11/ 3283-0768.
Copa Davis
Os jogos de Venezuela x Brasil serão em Caracas, em quadra sintética, de 16 a 18 de julho, no ginásio da Federação Venezuelana de Tênis.
Mais Copa Davis
Os atletas pediram, e Alberto Mancini é o novo capitão da Argentina.
Boletim médico
Kim Clijsters fez cirurgia para retirar um cisto do pulso esquerdo. Segundo médicos, a operação foi um sucesso, e ela volta em setembro.
E-mail reandaku@uol.com.br
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