São Paulo, quarta-feira, 16 de junho de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

TÊNIS

Um outro tênis é inevitável

RÉGIS ANDAKU
COLUNISTA DA FOLHA

Parece outro mundo ou, pelo menos, uma outra modalidade esportiva.
Há não mais que duas semanas, o tênis era Gustavo Kuerten, Gáston Gaudio, Guillermo Coria, David Nalbandian, Juan Ignácio Chela, Carlos Moyá, Fernando Verdasco, Albert Montañes, Nicolas Massú, Tommy Robredo, Mariano Zabaleta, Albert Costa...
Eram os favoritos, as estrelas, as surpresas, os tenistas a serem observados, aqueles que fariam os jogos mais emocionantes, divertidos, os que certamente levantariam os troféus. Eram os sujeitos que tinham uma tática impecável, uma troca de bola inteligente, um drop show matador, um backhand que fazia a diferença.
Agora, ninguém nem ao menos sabe onde andam esses meninos. Com o fim da temporada de saibro e o início das disputas na grama, troca-se não somente o tipo de piso, nem apenas o estilo de jogo, mas também as estrelas.
Andy Roddick, que rastejou no chão sujo da temporada de saibro, agora aparece invencível. Roger Federer, aposta duvidosa para alguns na terra batida, é vitória certa nas próximas semanas.
E tem também Lleyton Hewitt, Paradorn Srichaphan, Mardy Fish, Mark Philippoussis, Jonas Bjorkman, Taylor Dent, todos eles cotados para ir longe nos torneios de grama, donos de saques violentos, de um jogo de rede hábil, de uma movimentação ágil...
 
Ao fazer o circuito crescer, ficar mais rico e chegar aos quatro cantos do planeta, a ATP alongou o calendário, tornou-se desgastante e, óbvio, contrariou os melhores tenistas. De quebra, essa seqüência de competições deu aos tenistas uma desculpa para jogar apenas uma parte da temporada, no piso e nos lugares em que gostam mais: as seguidas contusões.
Por isso, o tênis muda de uma semana para outra: em abril e maio, é a vez da turma do saibro, os espanhóis e os argentinos que se sentem confortáveis na Itália, na Espanha, em alguns pontos da Alemanha, em Paris...
Em junho e julho, nas quadras de outros pontos da Alemanha, da Holanda e, principalmente, da Inglaterra, enfim, é a vez dos australianos, dos norte-americanos, desses malucos que turbinam o saque a cada treino e fazem da quadra de tênis uma mesa de pingue-pongue.
A troca dos tenistas de uma turma pela outra é ruim, mas é fruto do próprio circuito profissional. A tendência é essa divisão se acentuar nos próximos anos.
 
Goran Ivanisevic, estrela da grama e um dos favoritos da aristocracia e dos torcedores britânicos, vai dar adeus ao tênis na próxima semana, em Wimbledon. Andre Agassi nem vai até Londres.
E o Brasil, que há dois anos, mesmo sem Gustavo Kuerten, teve quatro tenistas na chave principal de Wimbledon, neste ano vai penar para ter dois. Certo mesmo, só Flávio Saretta. Talvez, André Sá. Talvez.
Mesmo assim, vale a pena acompanhar Wimbledon, ainda mais que neste ano haverá transmissão por aqui (na Sportv).

Campeonato Brasileiro
Estão abertas as inscrições para o infanto-juvenil, de 5 a 11 de julho. Informações no www.cbtenis.com.br ou pelo 0/xx/11/ 3283-0768.

Copa Davis
Os jogos de Venezuela x Brasil serão em Caracas, em quadra sintética, de 16 a 18 de julho, no ginásio da Federação Venezuelana de Tênis.
Mais Copa Davis Os atletas pediram, e Alberto Mancini é o novo capitão da Argentina.

Boletim médico
Kim Clijsters fez cirurgia para retirar um cisto do pulso esquerdo. Segundo médicos, a operação foi um sucesso, e ela volta em setembro.

E-mail reandaku@uol.com.br


Texto Anterior: Copa do Brasil conhece último finalista hoje
Próximo Texto: Futebol - Tostão: Chico, eterno craque
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.