São Paulo, sexta-feira, 16 de junho de 2006

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Equador faz história e põe Alemanha na parede

Luca Bruno/Associated Presse
Com máscara de Homem-Aranha, em alusão ao atacante Otilino Tenorio, morto em 2005 em acidente de carro, Kaviedes festeja


Em sua segunda Copa, time sul-americano consegue vaga inédita nas oitavas

Equatorianos batem Costa Rica, eliminam o rival e os poloneses e precisam só empatar com anfitriões para terminar em 1º no Grupo A


DA REPORTAGEM LOCAL

Com um futebol objetivo, o Equador ganhou seu segundo jogo nesta Copa e conquistou uma inédita classificação às oitavas-de-final do torneio -isso com uma rodada de antecedência para o fim da fase de grupos.
Ao superar ontem a Costa Rica por 3 a 0, em Hamburgo, a seleção equatoriana, que disputa o seu segundo Mundial na história, assumiu a liderança isolada do Grupo A, com seis pontos -os mesmos da Alemanha, que está atrás por ter pior saldo de gols (3 contra 5).
Apesar de a vitória sobre os costarriquenhos garantir também os alemães na fase de mata-mata -mantendo a tradição de o time anfitrião sempre avançar-, o Equador põe o rival germânico contra a parede.
Para terminar a primeira etapa como líder, a Alemanha terá de vencer o Equador na próxima terça-feira, em Berlim.
Já o time sul-americano se garante na ponta com um empate, o que deixaria os alemães como segundo colocados e com possibilidade de pegarem a forte Inglaterra logo de cara.
Pelo regulamento, o segundo melhor do Grupo A encara o líder do B, posição que, no momento, é dos ingleses, que ganharam a Copa de 1966 em cima dos alemães. Nessa hipótese, a Suécia, vice-líder, enfrentaria o Equador.
"Queremos o primeiro lugar agora", provoca o técnico Luis Fernando Suárez, do Equador, que superou seu antecessor em Mundiais, Hernan Dario Gomez. Com ele em 2002, o Equador não passou da fase inicial.
Agora, o Equador está na Alemanha credenciado pela terceira melhor campanha nas eliminatórias sul-americanas -atrás de Brasil e Argentina, mas à frente do Paraguai.
Na estréia, já havia surpreendido ao superar por 2 a 0 a favorita Polônia, seis participações em Copas e que no classificatório europeu só havia ficado atrás da Inglaterra.
Os poloneses, ao lado dos costarriquenhos, deram adeus ao Mundial. Perderam ambos para alemães e equatorianos e se enfrentam em Hannover apenas para cumprir tabela.
Quando o juiz Coffi Codjia, de Benin, apitou o final da partida ontem, a empolgação tomou conta dos equatorianos.
"Não conquistamos nada ainda. Queremos ir o mais longe possível", disse com entusiasmo o atacante Carlos Tenorio, que, de cabeça, havia inaugurado o placar, aos 8min da primeira etapa, após boa jogada do parceiro Delgado, que tocara para o meia Valencia cruzar.
"Não temos medo de ninguém, queremos jogar, estamos classificados e alegramos o nosso povo", reforça Delgado, que também deixou sua marca. Depois de tabelar com o meia Méndez, bateu forte, aos 9min da etapa final, e fez o segundo.
Com os 2 a 0, os sul-americanos passaram a administrar o resultado diante de uma Costa Rica apática. Diferente da de 1990, na Copa da Itália, quando caiu nas oitavas-de-final.
A última pá de cal veio nos acréscimos. Num contragolpe, o centroavante Kaviedes completou o cruzamento do lateral Reasco. Na comemoração, vestiu uma máscara amarela alusiva ao personagem das HQs Homem-Aranha. Era uma homenagem ao atacante Otilino Tenorio, 25, morto em 2005, num acidente de trânsito. Ele usava o artefato quando marcava.


Com agências internacionais

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