São Paulo, sexta-feira, 16 de junho de 2006

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Maradona empurra Argentina

Ídolo vira anjo da guarda da equipe, que também acha incentivo na estréia nada tranqüila do Brasil

Após cair diante da Holanda, Sérvia tem que superar até desentendimento entre atletas para vencer hoje e continuar viva no Mundial


GUILHERME ROSEGUINI
ENVIADO ESPECIAL A GELSENKIRCHEN

O maior ídolo do país está empenhado em compensar sua ausência no último Mundial. O principal inimigo demonstrou fraquezas e perdeu a aura de imbatível que o cercava. É assim, com incentivos de sobra, que a Argentina entra hoje em busca de uma vaga nos mata-matas da Copa contra Sérvia e Montenegro. Longe de ser apenas um espectador, Maradona confirmou presença no jogo. Contra a Costa do Marfim, antes de pular e gritar como se fosse um líder de torcida nas arquibancadas, fez questão de ir até o vestiário incentivar os jogadores. E promete mais para hoje. "Espero fazer isso sempre, até a final", afirma. Apesar de nem sempre cumprir seus juramentos (avisou que iria à abertura da Copa e não deu as caras), com a seleção agora é diferente. Em 2002, quando o time caiu na primeira fase, Maradona fez mea-culpa e se disse arrependido por não ter apoiado o elenco in loco. Agora, resolveu agir. Foi visto com atletas na concentração, pagou um almoço e deu conselhos individuais para os jogadores. "Tê-lo conosco é ótimo", declarou o meia Riquelme. Já seria um incentivo e tanto, mas a atuação do Brasil contra a Croácia foi usada como estímulo. O argentino declarou que a estréia conturbada do maior rival monstra o equilíbrio do torneio. "A dificuldade é de todos. Ficou claro a importância de vencer o primeiro jogo." Além dos incentivos naturais para vencer hoje, os argentinos podem usar mais um tabu como obstáculo a superar ao entrar em campo. É no Mundial de 74, os argentinos foram eliminados no mesmo estádio onde vai atuar hoje. Quanto à Sérvia, problemas. Nemanja Vidic, zagueiro, rompeu os ligamentos do joelho e está fora da Copa. Mais: o treinador Ilija Petkovic vive em pé de guerra com alguns jogadores e com a imprensa sérvia. Ontem, ele se exaltou ao ser questionado sobre uma possível briga de atletas. "Críticas eu aceito se são verdadeiras, mas fabricação não tolero." A polêmica gira em torno de um suposto confronto entre os meias Stankovic e Ljuboja. Eles não negam a existência do desentendimento, mas dizem que tudo acabou em palavras. "Tomamos café da manhã juntos depois", disse Ljuboja. Do outro lado, o problema é o atacante Lionel Messi, que não participou com todo o grupo do treino de ontem -alegou contusão no pé. O corintiano Carlitos Tevez, que como Messi não atuou nos 2 a 1 sobre a Costa do Marfim, reserva, vomitou na concentração e foi poupado. Pekerman anunciou uma mudança no time, no setor de meio-campo. Lucho González entra no lugar de Cambiasso.


Colaborou TONI ASSIS , da Reportagem Local
NA TV - Argentina x Sérvia e M. Globo, ESPN Brasil, Bandsports, Sportv e Directv, ao vivo, às 10h


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