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mão aberta
Lula fala em gastar mais com Copa que com Pan
Mundial-14, se for no Brasil, receberá mais verba do que Rio-07, diz presidente
Na contramão, presidente da CBF afirma que o papel governamental não é o
de investidor, mas sim
o de facilitador e indutor
PEDRO DIAS LEITE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Depois de ouvir o presidente
da CBF, Ricardo Teixeira, dizer
que "a melhor Copa do Mundo
é a que consumir a menor
quantidade de dinheiro", o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi na direção oposta e disse
que o evento vai custar ainda
mais do que o Pan-Americano,
que já utilizou R$ 3,7 bilhões.
"Se nós estamos gastando isso no Rio para fazer o Pan, imaginem uma Copa, que vai utilizar sei lá quantos estádios", disse Lula, que mais uma vez reclamou dos críticos dos gastos.
"Não pensem que será uma
tarefa fácil. Haverá sempre os
críticos dizendo: "Olha, mas vai
gastar esse dinheiro, que poderia ser colocado para isso, para
aquilo". É um evento que tem
que levar em conta a participação do governo em criar as condições para que se dê da forma
mais perfeita possível", disse.
O custo do Pan já excedeu em
793,72% o orçamento de 2002,
quando o Rio apresentou sua
candidatura, saltando de R$
414 milhões para R$ 3,7 bilhões. O presidente tentou justificar o aumento, dizendo que
o governo fez os gastos "porque
acreditamos que isso faz parte
da grandeza de um país".
Antes do discurso de Lula,
Teixeira havia dito que não espera dinheiro do governo para
a Copa, que deve ser realizada
no Brasil em 2014. "O melhor
papel que o governo pode fazer
não é o de investidor, mas o de
facilitador, de indutor", falou o
presidente da CBF, que espera
contar com a iniciativa privada.
A Copa da Alemanha, em 2006,
custou mais de R$ 20 bilhões.
Teixeira e Lula falaram em
cerimônia no Palácio do Planalto na qual o governo brasileiro assinou as garantias exigidas pela Fifa para se candidatar, além de facilidades diplomáticas, entre outras medidas.
A entidade máxima do futebol
irá anunciar em novembro a sede do Mundial de 2014.
Lula desdenhou do novo estádio de Wembley, em Londres, que custou 800 milhões
de libras (mais de R$ 3 bilhões).
"É um estádio, confesso, que só
tem material mais novo. Mas
que o Maracanã causa mais
emoção quando a gente entra
lá, causa. Outros podem ter carpete, ar-condicionado. Mas o
cheiro que foi criado, ninguém
tem igual ao Maracanã, o cheiro do espetáculo do futebol."
O presidente ainda confessou que entre as suas grandes
preocupações está o destino
dos clubes. "O problema é que
hoje, no futebol brasileiro, está
muito difícil um clube formar
um grande time, como a gente
teve até a década de 80. A globalização do futebol está criando
uma desvantagem competitiva
para o Brasil", disse Lula, que
defendeu uma lei para manter
jovens talentos no país.
Lula concluiu que o nível
ruim dos jogos tem afastado os
torcedores. "Eu penso que hoje
a gente reclama que o povo não
vai mais ao estádio. O povo não
vai mais porque os espetáculos
não são mais os que a gente gostaria de ver. Quantos times hoje
têm nomes de envergadura que
podem chamar as pessoas?"
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