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TÊNIS
Disputa política faz país escalar teens em confronto na Venezuela que pode deixá-lo a um passo da 3ª divisão da Davis
"Brasil do futuro" joga para estancar crise
FERNANDO ITOKAZU
DA REPORTAGEM LOCAL
"Este é o futuro do tênis do Brasil", disse Ricardo Pereira para a
mídia venezuelana ao ser questionado sobre os tenistas que representam o país na Copa Davis.
O capitão da equipe, que também estréia na competição, escalou Diego Cubas (18 anos e 1.102º
do ranking), Bruno Rosa (18 e
1.124º), Caio Zampieri (18 e
1.153º) e Raony Carvalho (17 e
1.445º) para pegar a Venezuela, de
hoje a domingo, em Caracas.
"Tanto nós, da comissão técnica, como os jogadores vamos dar
um salto de dois ou três anos na
nossa carreira", declarou Pereira,
36, cujo tenista mais bem colocado é Alessandro Camarço, 487º
do ranking mundial.
O confronto, em quadra dura,
vale pelo playoff do Zonal Americano, a segunda divisão da Davis.
O vencedor assegura permanência em 2005. Quem sair derrotado precisa lutar contra o rebaixamento em confronto, em setembro, com o perdedor da disputa entre Equador e Peru.
A precocidade do futuro do tênis brasileiro surge em um momento delicado no mais importante torneio entre países por causa de uma disputa política.
Descontentes com a atuação do
presidente da Confederação Brasileira de Tênis, Nelson Nastás, os
principais tenistas do país, liderados por Gustavo Kuerten, decidiram boicotar a competição.
A história do tricampeão de Roland Garros na Davis dá bem a dimensão de como a atual equipe
atua de forma prematura.
Guga disputou sua primeira
partida mais velho, aos 19 anos.
Mas, mais significativo do que a
idade, foi a experiência que ele já
havia acumulado e a forma como
se deu o seu batismo.
Sua estréia aconteceu em duplas
contra os chilenos, ao lado de um
parceiro já com bastante rodagem, Jaime Oncins.
O primeiro jogo de simples de
Kuerten também foi contra os venezuelanos, mas aconteceu no
Brasil (Santos), e na época o brasileiro já era o 169º do mundo.
Por causa das condições, o próprio capitão do Brasil já admitiu
que uma vitória diante dos venezuelanos é improvável.
"O grupo todo já assimilou que
tem que jogar solto, sem responsabilidade, mas dando o máximo
o tempo todo", afirmou Pereira.
Se a previsão se confirmar, o cenário é ruim para o Brasil. Tanto
Equador como Peru contam com
jogadores mais bem colocados no
ranking do que a Venezuela.
Os jogadores não parecem dispostos a recuar, e o presidente da
CBT já demonstrou a intenção de
permanecer no cargo até o final
de seu mandato, em dezembro.
No primeiro confronto sem os
principais tenistas, em abril, contra o Paraguai, na Costa do Sauípe, Nastás conseguiu montar uma
equipe B, com o compromisso de
que deixaria a CBT em maio.
A promessa não foi cumprida.
O dirigente, envolvido em uma
série de denúncias, marcou uma
nova data para sua retirada: 2 de
julho. Novamente, o acordo foi
desconsiderado, e a comissão técnica e os jogadores que atuaram
em abril se recusaram a voltar a
defender o Brasil.
Sem alternativa, Nastás adotou
uma nova postura. "Estamos trabalhando dentro de uma nova filosofia em Copa Davis. A vez agora é dos garotos", afirmou.
NA TV - Sportv, ao vivo, a
partir das 11h30
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