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era dunga
Brasil, mais uma vez, supera Argentina
Com técnico novato, seleção, criticada, conquista pela segunda vez seguida a Copa América sobre sua maior rival
Fotos Juan Barreto/France Presse
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Júlio Baptista abraça Daniel Alves; argentinos lamentam
Brasil 3
Argentina 0
RODRIGO BUENO
ENVIADO ESPECIAL A MARACAIBO
Como em 2004, Argentina e
Brasil fizeram a final da Copa
América. Como em 2004, a Argentina fez melhor campanha e
chegou como favorita. De novo
o Brasil era criticado. De novo o
Brasil acabou campeão.
Na 42ª edição do torneio
mais antigo de futebol ainda
realizado, a primeira na Venezuela e uma das mais influenciadas pela política local, do
presidente Hugo Chávez, a seleção brasileira repetiu o que fizera três anos atrás e abocanhou seu oitavo título da competição continental.
Fez mais. Com um time menos badalado e diante de uma
Argentina com seus principais
jogadores aplicou um 3 a 0
-em 2004, o título veio somente na disputa de pênaltis.
Esta é a primeira conquista
de Dunga como técnico profissional. E sem as duas principais
estrelas do futebol brasileiro
atualmente. Kaká e Ronaldinho pediram dispensa da Copa
América alegando cansaço.
O primeiro título da nova
"era Dunga" foi em cima justamente do adversário que fez a
expressão ser cunhada, logo
após o 1 a 0 para a Argentina na
Copa-90, que eliminou o Brasil.
Primeira conquista do treinador, mas não primeira vitória sobre os argentinos.
Dunga já comandara um outro 3 a 0 no confronto mais tradicional da América, num
amistoso em Londres que marcava justamente a estréia do
técnico Alfio Basile à frente da
seleção argentina, que ontem
perdeu a chance de vencer sua
terceira Copa América -ele fora o treinador nas últimas duas
conquistas de seu país no torneio, em 1991 e 1993.
Ironicamente, a façanha brasileira veio sem que Dunga tivesse seu esquema com três volantes. Sem Gilberto Silva, suspenso, o treinador optou por
começar a partida com Elano.
Quando o ex-santista se machucou, ele não colocou Fernando, o volante que tinha no
banco. Improvisou o lateral Daniel Alves no meio-campo.
Calçada por uma campanha
bem superior à do Brasil na Copa América, a Argentina, só
com vitórias e com o melhor
ataque do torneio (16 gols),
chegou à decisão como favorita.
Mas isso não impediu que a seleção brasileira saísse na frente.
Logo aos 4min, um lançamento longo de Elano achou
Júlio Baptista, que dominou e
chutou cruzado: 1 a 0 Brasil.
Em desvantagem no placar,
os argentinos ficaram com a
bola e pressionaram. Mas a trave e Doni não deixaram que o
empate ocorresse.
Ao Brasil restavam os contragolpes. E assim chegou ao segundo gol. Aos 40min, Daniel
Alves, o lateral que entrou como meia, fez jogada de lateral.
Entrou pela direita e cruzou
rasteiro. Ayala antecipou Vágner Love, mas mandou a bola
para sua própria rede.
No segundo tempo, a pressão
argentina aumentou. Mas o espaço para os contra-ataques
também. Foi quando a dupla de
volantes Josué e Mineiro, escalada durante a competição,
apareceu mais.
Com desarmes na intermediária, os ex-são paulinos eram
quem iniciavam as arrancadas
para o campo adversário, desguarnecido de defensores.
Foi assim que o Brasil matou
o jogo. Um dos desarmes chegou até Vágner Love. O atacante, que na Copa América marcou apenas uma vez, deu um
passe preciso para Daniel Alves
chutar cruzado de dentro da
área e vazar mais uma vez o goleiro Abbondanzieri.
A vitória brasileira ainda veio
com um gostinho especial. Até
nas estatísticas dos argentinos
o Brasil abre vantagem no confronto. São 36 vitórias contra
34 do time azul e branco. Pelos
números da CBF,a vantagem é
ainda maior: 36 a 33.
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