São Paulo, quarta-feira, 16 de julho de 2008

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TOSTÃO

Incompreendidos gênios


O sério e estudioso Adilson Batista, que tem tido bons resultados no Cruzeiro, tem de unir bem teoria e prática

ADILSON Batista tem sido mais criticado pela torcida do que merece. Os resultados do Cruzeiro têm sido bons. Várias vezes, o torcedor tem razão. Adilson é um técnico estudioso, sério, mas que precisa unir bem a teoria com a prática.
Contra o Atlético-MG, pôs o lateral-direito Marquinhos Paraná para marcar individualmente Danilinho, do outro lado. O Cruzeiro ficou sem ninguém na direita para atacar e defender. Nada mais confuso.
Mesmo assim, Gallo não se aproveitou disso. Só no meio do segundo tempo o técnico do Atlético colocou um atacante por esse setor, Marques. Aí, Adilson acertou ao pôr o lateral-direito Jonathan. O torcedor vaiou mais a saída de Jadílson que a entrada de Jonathan.
No passado, os técnicos europeus adoravam fazer marcação individual. Lembra-se da Copa de 1970, quando o lateral italiano Fachetti foi atrás de Jairzinho e deixou um enorme espaço para Carlos Alberto avançar livre e fazer o gol?
Hoje, são raros os técnicos em todo o mundo que fazem isso, mesmo se for para marcar Cristiano Ronaldo. Mário Sérgio e Adilson Batista são algumas das raras exceções. Será que são incompreendidos gênios?
As palavras e gestos de irritação de Adilson Batista na lateral do campo, flagradas pela televisão, demonstram que o treinador, desde o primeiro jogo contra o Boca Juniors, na Libertadores, quando fez a mesma coisa e se deu mal, quer provar a todos que está certo em substituir Jadílson, que atua bem em quase todos os jogos.
No último minuto contra o Atlético, Ramires, mistura de volante, meia e atacante, e que atuava mal, fez um belo gol. Se o toque na bola fosse um pouquinho para o lado e batesse na trave, os comentários sobre Adilson Batista e o Cruzeiro seriam outros.

Luxa não está bem
O Palmeiras mostrou novamente que seus reservas são fracos. Isso surpreende, já que o clube tem um forte patrocinador e Luxemburgo, que aprovou as contratações, costuma formar bons elencos.
Já o São Paulo venceu e convenceu. A marcação por pressão no primeiro tempo, que não fazia há muito tempo, foi fundamental para o time dominar o jogo, criar várias chances de gols e não deixar o Palmeiras trocar passes, principal qualidade do rival.
Luxemburgo tem mudado a maneira de jogar dos seus times. Não sei a razão. Em vez de escalar um meia ofensivo e três volantes (um mais recuado pelo meio e mais um de cada lado com funções também ofensivas), o Palmeiras tem jogado com dois volantes centralizados e dois meias (Valdivia e Diego Souza) próximos de dois atacantes. Piora a marcação no meio-campo, mesmo com Pierre, e o time ataca demais pelo centro.

Boa decisão
Caio Júnior fez muito bem em não ir para o Qatar, mesmo para ganhar uma fortuna. Não é que eu não goste de dinheiro. O técnico vive o melhor momento de sua carreira e vale a pena correr o risco de o time cair de produção e ser demitido. Além disso, Caio Júnior, que já ganhava muito bem no Flamengo, teve um ótimo aumento e outros benefícios.


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