São Paulo, quarta-feira, 16 de julho de 2008

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TÊNIS

Caráter e admiração


Com respeito mútuo, Roger e Rafa criam uma rivalidade histórica e atraem fãs que adoram disputa de alto nível

RÉGIS ANDAKU
COLUNISTA DA FOLHA

ROGER FEDERER , número um do ranking, e Rafael Nadal, o dois, criaram uma das maiores rivalidades da história do tênis.
Em 18 confrontos, protagonizaram seis finais de Grand Slam e sete finais de Masters Series.
Antes, Pete Sampras e Andre Agassi foram as últimas estrelas-rivais. Jogaram 34 vezes, cinco finais de Grand Slam e cinco de Masters Series. Bjorn Borg e John McEnroe fizeram quatro finais de Grand Slam. Parece que a rivalidade atual caminha para ser a maior de todas.
As rivalidades se devem à supremacia dos tenistas e aos resultados de cada um ao longo dos anos. Devem-se também ao carisma e à legião de fãs que se identifica com este ou aquele, tornando cada duelo, geralmente decisão, ímpar, histórico.
Borg, McEnroe, Sampras e Agassi tinham tudo: carreiras brilhantes, resultados consistentes, fãs, história. Mas o que está tornando esta rivalidade superior é o quanto um vive em função do outro, sem distrações.
Borg vivia McEnroe e também dilemas pessoais. McEnroe vivia Borg e pirações, dentro e fora das quadras. Agassi viveu Sampras e Brooke Shields, depois Steffi Graf. Sampras viveu Agassi, mas também sozinho e um casamento. Federer vive apenas para derrotar Nadal, e Nadal vive apenas de superar Federer.
Sem Nadal, Federer já teria conquistado (e até bisado) Roland Garros, teria fechado o Grand Slam e hoje falaria como o melhor de todos.
Nadal, sem Federer, seria número um por tempo inimaginável, teria mais títulos de Wimbledon.
No tênis, um jogador qualquer explica uma derrota pelo piso, pela falta de ritmo, a bola, o vento. Mas Nadal, quando perde, aplaude, elogia, bate palmas sinceras. E Federer, quando perde, simplesmente deixa uma lágrima escorrer. Eles se respeitam e desafiam a si próprios quando jogam um contra o outro.
Assim também, respeitam os que vêem os jogos, pagando ingresso ou pela TV. Federer e Nadal orgulham o tênis. Não à toa, atraem cada vez mais torcedores de outros esportes que adoram a disputa sadia, plena, de alto nível, sem desculpas.

MUDANÇA DE ROTA
Fabrice Santoro ganhou o último torneio na grama, em Newport (EUA). Esta semana marca o início da temporada americana de quadras rápidas, em Indianápolis.
Umag (Croácia), Amersfoort (Holanda) e Kitzbuehel (Áustria) fazem os últimos torneios no saibro.

PELA AMÉRICA DO SUL
Ricardo Hocevar foi vice no Challenger de Bogotá (Colômbia). No Paraguai, Alexandre Bonatto foi vice no Future de Assunção.

EM BRASÍLIA
SC foi campeã da Copa das Federações. Nesta semana, o DF segue com o Brasileirão infanto-juvenil.

reandaku@uol.com.br


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