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São Paulo, sábado, 16 de agosto de 2003

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FUTEBOL

Clubes seguem caminho da Ponte e reclamam os pontos perdidos para o time de Emerson Leão com Jerri em campo

Flu e Goiás vão ao STJD contra o Santos

MARÍLIA RUIZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Fluminense e Goiás protocolaram ontem queixas contra o Santos no Superior Tribunal de Justiça Desportiva. O penúltimo e antepenúltimo colocados do Brasileiro seguiram a iniciativa da Ponte Preta, que havia feito o mesmo anteontem, e agora reclamam os pontos que perderam para o time da Vila com Jerri em campo.
Os representantes dos clubes alegam que o meia santista não tinha condições de jogo porque atuou antes de seu novo contrato, em vigor desde 8 de julho, ter sido publicado no BID (Boletim Informativo Diário) da CBF -o que aconteceu no dia 29 passado.
Os advogados defendem que o novo vínculo de Jerri com o Santos anulou o anterior, que valeria até outubro deste ano.
"Solicitamos os dois pontos que perdemos no empate [3 a 3] contra eles [Santos], porque, segundo as regras, um atleta só pode jogar depois de ter seu contrato registrado no BID. O Jerri não podia ter atuado contra nós no dia 23 de julho sob a vigência do seu primeiro contrato, que já estava extinto", disse João Bosco, do Goiás.
O diretor jurídico do Fluminense, Eduardo de Moraes, adotou a mesma linha de raciocínio dos goianos e disse estar convicto de que vai ganhar os três pontos que o seu time perdeu em campo para o Santos -4 a 1, dia 19 de julho.
"Analisamos a documentação e nos certificamos de que o Jerri não podia ter jogado. Por isso entramos no STJD, que é um tribunal sério e vai julgar o caso com base no CBDF [Código Brasileiro Disciplinar do Futebol], que está todo a nosso favor, sem pesar se desta vez é o Santos ou a Ponte", disse Moraes, referindo-se à punição dada ao time de Campinas, que perdeu quatro pontos por ter escalado um atleta irregular contra Internacional e Juventude.
O Vasco, que perdeu para o Santos com Jerri, também se articula para entrar na Justiça desportiva contra o clube da Vila Belmiro, que não conta com o apoio formal da CBF.
Nem o presidente da entidade, Ricardo Teixeira, nem o diretor do Departamento de Registro, Luiz Gustavo Vieira, quiseram comentar o imbróglio. Segundo Vieira, cabe ao STJD resolver a questão. "O problema foi entregue ao tribunal e não é conveniente que a CBF se pronuncie sobre isso. Não tenho nada a falar sobre isso", disse o dirigente.
Luiz Zveiter, presidente do STJD, está licenciado. Seu substituto, Paulo César Salomão, também não quis falar sobre o caso. Por meio de sua assessoria, informou que irá esperar o devido processo legal -da queixa até o anúncio da sentença.
Joyce Nascimento, coordenadora do tribunal, informou que tais formalidades devem demorar, no mínimo, quinze dias. Ela também não quis falar sobre a irregularidade de Jerri. Anteontem ela havia explicado que, teoricamente, um contrato novo extingue a validade de um antigo. "Na teoria, na existência de dois contratos com os mesmos objeto [jogar futebol] e partes [Santos e Jerri], o novo anula o antigo."
Com base na publicação do novo contrato do jogador com o Santos na CBF, a Folha revelou anteontem que o clube paulista escalou Jerri de forma irregular. Seu novo acordo, que começou a valer dia 8 de julho, só foi publicado no BID em 29 de julho. Mas, no período descrito, Jerri atuou em seis jogos. Em cinco, o time santista conquistou pontos: contra Corinthians (que já perdeu o prazo para recorrer), Ponte, Vasco, Fluminense e Goiás.


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