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FUTEBOL
Clubes seguem caminho da Ponte e reclamam os pontos perdidos para o time de Emerson Leão com Jerri em campo
Flu e Goiás vão ao STJD contra o Santos
MARÍLIA RUIZ
DA REPORTAGEM LOCAL
Fluminense e Goiás protocolaram ontem queixas contra o Santos no Superior Tribunal de Justiça Desportiva. O penúltimo e antepenúltimo colocados do Brasileiro seguiram a iniciativa da Ponte Preta, que havia feito o mesmo
anteontem, e agora reclamam os
pontos que perderam para o time
da Vila com Jerri em campo.
Os representantes dos clubes
alegam que o meia santista não tinha condições de jogo porque
atuou antes de seu novo contrato,
em vigor desde 8 de julho, ter sido
publicado no BID (Boletim Informativo Diário) da CBF -o que
aconteceu no dia 29 passado.
Os advogados defendem que o
novo vínculo de Jerri com o Santos anulou o anterior, que valeria
até outubro deste ano.
"Solicitamos os dois pontos que
perdemos no empate [3 a 3] contra eles [Santos], porque, segundo
as regras, um atleta só pode jogar
depois de ter seu contrato registrado no BID. O Jerri não podia
ter atuado contra nós no dia 23 de
julho sob a vigência do seu primeiro contrato, que já estava extinto", disse João Bosco, do Goiás.
O diretor jurídico do Fluminense, Eduardo de Moraes, adotou a
mesma linha de raciocínio dos
goianos e disse estar convicto de
que vai ganhar os três pontos que
o seu time perdeu em campo para
o Santos -4 a 1, dia 19 de julho.
"Analisamos a documentação e
nos certificamos de que o Jerri
não podia ter jogado. Por isso entramos no STJD, que é um tribunal sério e vai julgar o caso com
base no CBDF [Código Brasileiro
Disciplinar do Futebol], que está
todo a nosso favor, sem pesar se
desta vez é o Santos ou a Ponte",
disse Moraes, referindo-se à punição dada ao time de Campinas,
que perdeu quatro pontos por ter
escalado um atleta irregular contra Internacional e Juventude.
O Vasco, que perdeu para o
Santos com Jerri, também se articula para entrar na Justiça desportiva contra o clube da Vila Belmiro, que não conta com o apoio
formal da CBF.
Nem o presidente da entidade,
Ricardo Teixeira, nem o diretor
do Departamento de Registro,
Luiz Gustavo Vieira, quiseram comentar o imbróglio. Segundo
Vieira, cabe ao STJD resolver a
questão. "O problema foi entregue ao tribunal e não é conveniente que a CBF se pronuncie sobre
isso. Não tenho nada a falar sobre
isso", disse o dirigente.
Luiz Zveiter, presidente do
STJD, está licenciado. Seu substituto, Paulo César Salomão, também não quis falar sobre o caso.
Por meio de sua assessoria, informou que irá esperar o devido processo legal -da queixa até o
anúncio da sentença.
Joyce Nascimento, coordenadora do tribunal, informou que
tais formalidades devem demorar, no mínimo, quinze dias. Ela
também não quis falar sobre a irregularidade de Jerri. Anteontem
ela havia explicado que, teoricamente, um contrato novo extingue a validade de um antigo. "Na
teoria, na existência de dois contratos com os mesmos objeto [jogar futebol] e partes [Santos e Jerri], o novo anula o antigo."
Com base na publicação do novo contrato do jogador com o
Santos na CBF, a Folha revelou
anteontem que o clube paulista
escalou Jerri de forma irregular.
Seu novo acordo, que começou a
valer dia 8 de julho, só foi publicado no BID em 29 de julho. Mas, no
período descrito, Jerri atuou em
seis jogos. Em cinco, o time santista conquistou pontos: contra
Corinthians (que já perdeu o prazo para recorrer), Ponte, Vasco,
Fluminense e Goiás.
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